Certezas

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Reiner e eu passamos o dia todo ali em cima, nós conversamos muito, rimos, fizemos brincadeiras, zuamos a cara um do outro e até demos apelidos. Eu o chamei de "Blin-Blin" e ele me chamou de "baixinha". As horas passaram num instante quando me dei conta já era chegado o período da tarde.

- eu to com fome! -

Falei me movendo um pouco, Reiner havia tirado alguns cochilos durante o dia, entre uma conversa e outra, assim como eu, mas nossos corpos estavam completamente doloridos por não podermos nos mover muito.

- daqui mais algumas horas vamos poder descer, aguente só mais um pouquinho baixinha... -

Ele falou se espreguiçando, eu estava ficando incomodada pelo fato de me sentir a cada minuto ali ao lado dele mais e mais atraída por ele "merda, por que você tinha que ser tão lindo e gostoso" ele se esticou e pegou minha blusa.

- já esta seca, pode vestir... -

Percebi ele me dar uma rápida olhada, antes de se esticar para pegar as outras roupas. Aproveitei esse breve momento para me vestir.

- eles ainda estão ali... -

Olhei para baixo avistando os seres abomináveis ao pé da árvore.

- esta com medo? -

- um pouco... -

- logo logo vai estar escuro e vamos poder descer e voltar... -

Sorri, tendo uma breve troca de olhares com ele "que saco! estou me sentindo muito confortável perto dele, a sensação é que estou me apegando. Só ficamos juntos por um dia, eu nem sei se é possível gostar de alguém tão rápido assim... Não posso deixar esse sentimento crescer, eu vou dar um jeito, afinal ele nem gosta de mim. Eu preciso acabar com essas sensações estranhas"

- você ainda quer falar com a História!?-

- História? -

- que-que- quero dizer a... Christa -

Ele me olhou meio confuso.

- é-é coisa do futuro... -

Falei abanando as mãos.

- entendo... -

Ele pareceu pensar por alguns segundos.

- lá no seu mundo, como são as coisas? Tem titãs também? -

- não rsrsrs la no meu mundo tudo até que é bem tranquilo os únicos "monstros" lá são as próprias pessoas...-

- cada mundo com suas dificuldades -

Nos assentamos de modo que pudéssemos ver o por do sol. Era realmente um espetáculo de cores.

- sabe... Minha mãe sempre me dizia que cada pessoa possui um paraíso na terra... -

- como assim!? -

- ela dizia que esse paraíso era aquele lugar, objeto ou qualquer outra coisas que ao tela com você, seria como se desligar do mundo e relaxar apenas por estar ali... -

Olhei em direção ao céu, que ganhara uma cor Salomão.

- ...eu tinha um paraíso... -

- e qual era? -

- minha família. -

Uma pequena lágrima quente, escorreu por minha bochecha. Reiner se aproximou e passou um dos braços entorno do meu ombro.

- é difícil ter que deixar para trás pessoas que você ama, pior ainda quando sabe que nunca mais as verá... Mas, você ainda pode encontrar um novo paraíso, ou construir um você mesma... -

Um Amor BlindadoOnde histórias criam vida. Descubra agora