Capítulo 4

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Hermione vem com Harry para ver Kingsley, naquele mesmo dia.

Ela mais cambaleia do que anda de seu departamento para o escritório do ministro, mas de alguma forma isso a torna ainda mais aterrorizante.

Ele a deixa falar; ela é muito mais eloquente.

- Não vou tolerar tortura, isso deve acabar, ministro. Com todo o respeito, não vencemos a guerra para nos tornarmos igual a eles.

- Ele matou Robards.- diz Kingsley. Ele parece exausto.

- O que?- Harry balbucia.- Como?

- Ele não o matou com as próprias mãos. Mas Robards foi quem passou mais tempo com ele naquela cela. Ele se matou, há duas semanas.

- Isso é lamentável.- Hermione diz, após uma breve pausa.- Tenho certeza de que Voldemort levaria muitos homens ao suicídio, mas não é exatamente uma obra dele.  Mesmo que Voldemort o tenha matado com as próprias mãos, a tortura não é solução. Não trará Robards de volta. Isso só cria mais monstros. Você acha que torturar Voldemort não terá efeito sobre aqueles que fazem isso? Não se preocupa no que isso pode transformá-los..

- Você não está lá com ele, Hermione. Ele é um pedaço de... Ele é desagradável, incorrigível. Ele se comportava melhor quando você vinha conversar com ele.- ele olha para Harry.- Mas quando você parou de visitar, ele voltou a ser o que era, antagonizando todos os seres vivos que se aproximavam dele.

Harry se sente culpado, o que é bobagem. Ele não é responsável por Robards. Ele certamente não é responsável pelas palavras e ações de Voldemort.

- Ministro, se eu ouvir que ele está sendo tratado de forma desumana, irei á imprensa.- Hermione é muito boa em chantagem. Ela tem experiência.- Nu, enjaulado e não alimentado, também constitui em um tormento no meu livro. Em qualquer livro de direitos humanos. Você já leu a convenção de Genebra? Vou enviar para você.

Eles brigam entre si. Kingsley também não está feliz com o comportamento dos aurores, mas ele não acha que isso seja grande coisa, e ele não entende porque Hermione e Harry acham que é.

Hermione vence, como costuma fazer, quando há discussões.

- Obrigado.- Harry agradece, quando eles voltam para Grimmauld.

- Acho que foi a coisa certa a fazer.- Ela diz, ainda nervosa. Ela dá a Harry um olhar.- Mas Harry, porque você continua indo lá?

- Você sabe o motivo. Para encontrar Lestrange e todos os outros.

Parecia que Hermione queria dizer algo, mas não o faz, apertando o maxilar.

- Hermione?- ele pergunta hesitante.

- Sim?- ela espera paciente, enquanto Harry reúne suas palavras.

- Você sabia sobre a horcrux? Sobre mim?

- Ah Harry.- ela se senta ao lado dele no sofá. Os olhos lacrimejando.

Ela está grávida. Ela não deveria estar chateada. Ele também não deveria incomodá-la para lutar em nome de Voldemort.

- Eu suspeitava, a língua de cobra, as visões, mas não queria acreditar.

- Ele disse que a horcrux dentro de mim, estava me protegendo. Que eu não poderia morrer, porque só ele podia me matar, além do fogo maldito e do veneno de Basílisco. Isso é verdade?

Ela suspira, enxugando as lágrimas.

- Em teoria, essas são as únicas coisas capazes de destruir uma horcrux. Mas isso só serve para objetos. Ninguém escreveu sobre um recipiente humano ou animal, então não posso ter certeza. Organismos vivos, eu não sei. Ninguém sabe

Either Must DieOnde histórias criam vida. Descubra agora