- Ele pode usar magia, Hermione.
Harry anda de um lado para o outro no escritório dela, passando a mão pelo cabelo. Ele não tinha dormido a noite toda.
Ele nem conseguiu processar a parte sexual da noite, porque a parte mágica é muito mais crítica.
Realmente, aterrorizante.
A imagem deles no espelho pisca atrás de suas pálpebras, mas antes que Harry possa sentir algo mais do que uma emoção e uma vergonha desesperada, ela é substituída pela imagem de Voldemort apontando a varinha para ele.
Por que ele devolveu? Harry se pergunta. Voldemort tocou em Harry apenas porque queria distrai-lo e roubar sua varinha?
Mas então por que devolver?
- Absurdo. Essas algemas são brilhantemente feitas. Eu mesma as testei, elas também foram testadas em outras pessoas...
- Ele as criou! Ele sabe como elas funcionam!- Harry estala para ela.
- Tá bom. Que magia ele fez?
- Ele transfigurou algo em uma poltrona, consertou os buracos no tapete, e transfigurou uma caneta em uma rosa.
Não é o que alguém espera ouvir, ao pensar em Lorde Voldemort fazendo magia novamente. Ainda assim, Hermione leva isso ao pé da letra.
- Você o viu fazendo essas coisas?
- Só a parte da rosa.- Harry admite.
Hermione parece aliviada.
- Bem, isso não é tão ruim. Coisas pequenas como essas, se ele se esforçar muito, um homem como ele, é possível. Mas uma poltrona, Harry, ele não poderia ter. Você tem tantos móveis empilhados em todos aqueles cômodos, tenho certeza de que ele apenas mudou de lugar.
Nada se move em Grimmauld, nunca.
Ele usou minha varinha, Harry quase diz, mas se cala a tempo.
- E se ele pegar minha varinha...
- Você não é estúpido para deixar isso acontecer.- Hermione diz, mexendo em alguns documentos que ela estava lendo, antes de Harry invadir seu escritório.
Harry se encolhe.
- Mas e se?
- Ele não deveria ser capaz de fazer muito mais do que transformar uma caneta em uma rosa. Eu sei que ele é intimidador e só posso imaginar o que ele está dizendo a você, mas as algemas funcionam, Harry.
Harry sabe que as algemas funcionam, caso contrário Voldemort não seria um prisioneiro em sua casa.
Mas Harry tem certeza de que elas não funcionam tão eficientemente quanto todo mundo parece pensar.
(-)
- Eu não quero mais fazer isso.- Harry diz, quando ele volta do ministério.
- Fazer o que?
Voldemort está sentado atrás da sua mesa de escritório. Não é dele! Ele dá a Harry um olhar inquisidor.
- Coisas.- diz Harry com ênfase.
Ele espera desesperadamente que seu rosto não pareça tão quente quanto ele sente.
- Você é um homem de vinte e dois anos. "Coisas"? Sério?
- Eu não quero mais. Pare com isso.
Voldemort toma um gole de seu chá, sem expressão em seu rosto.
- Por que?
- Eu não gosto disso.- Harry se força a segurar o olhar de Voldemort, embora sua vontade seja de desviar o olhar.
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Either Must Die
RomanceVoldemort sobrevive a batalha de Hogwarts, porque Harry Potter não foi o único a matá-lo como a profecia exige.