Ele se senta em um banco no Hyde Park; tão longe da Mansão Malfoy, a neve havia se transformado em granizo.
Os transeuntes que passam apressados, protegidos por guarda-chuvas, lançam-lhe olhares estranhos.
Ele deve parecer uma visão e tanto: um homem vestido com um manto, segurando um graveto.
Harry não consegue guardar sua varinha. Ele não pode acreditar que passou tanto tempo sem ela.
Cada barulho o assusta, sua cabeça girando em alarme, pensando que é Voldemort, ali para levar Harry de volta.
Ele não sabe para onde ir. Ele não sabe mais como ser livre, mesmo que desejasse tanto, poucas horas antes. Ter opções parece esmagador.
Ele gostaria de ver Rony e Hermione, sentir o calor de sua amiga, seus lábios macios em sua bochecha; ele quer e precisa, sentir a força de Rony; Harry acha que encontraria a sua, se ao menos pudesse abraçar o ruivo.
Ele quer segurar Hugo, pequeno e alegre; fazer com que Rose o sirva xícaras de plástico rosa de chá falso, tão diferentes das xícaras de porcelana de Delphini, cheias de chá caro e expectativas de sangue puro.
Hugo e Rose são inocentes, não contaminados pela guerra, por Voldemort.
Mas não seria assim. Ele não teria o calor de Hermione, ele teria os olhos assombrados e culpados dela.
E no momento em que visse Rony, Harry se tornaria cúmplice dos erros cometidos contra ele. Harry se tornará um mentiroso. Rony não vai emprestar sua força a Harry, porque Rony não sabe que ele precisa de força. Ver Rony só fará Harry se sentir derrotado, e ele já sente isso.
Rose e Hugo servirão apenas como um lembrete de que sua inocência logo será perdida, que eles também crescerão na sombra cada vez maior de Voldemort.
Harry não tem para onde ir.
Eu posso sair do país.
O pensamento traz um alívio instantâneo e de tirar o fôlego. Ele iria para as Bahamas, Sirius disse que é legal. Quente.
A água congelada caindo do céu penetrou em seu manto, pesando em Harry com o frio.
Ao invés disso, ele podia sentir o sol. Ele poderia ter areia macia e dourada embaixo dele, e não um banco duro e molhado.
Há muitos quilômetros entre Hyde Park e a Mansão Malfoy, mas há um oceano entre Bahamas e Voldemort.
Preciso de passaporte para isso? Harry acha que sim. Mas Harry não tem certidão de nascimento ou qualquer outro documento trouxa. Petúnia têm eles? Existe uma pequena caixa em algum lugar no sótão dela, com as coisas de Harry? Talvez alguns documentos legais? Um soldado de brinquedo quebrado? Ou ela jogou tudo no lixo, apagou a existência de Harry?
Ele sabe que não pode aparatar através do oceano; sabe que é complicado mesmo com uma chave de portal, nessas distâncias, mas não tem certeza de quais são os procedimentos...
Hermione saberia. Ela sempre sabe de tudo, ela sempre encontra uma solução...
Não. Você não pode mais usar Hermione. Você não pode envolvê-los nisso mais do que já fez.
Tudo bem, não nas Bahamas. Não imediatamente. Harry pode ir para a Grécia. Ele acha que também têm belas praias lá. E talvez eventualmente ele comece a tirar seus documentos trouxas e possa ir aonde quiser.
Delphini. Teddy.
Harry aperta sua varinha com força em uma tentativa desesperada de se distrair da dor em seu peito.
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Either Must Die
RomanceVoldemort sobrevive a batalha de Hogwarts, porque Harry Potter não foi o único a matá-lo como a profecia exige.