[FINALIZANDA]
Park Jimin não acreditava muito que monstros realmente existissem, mas ele não negava a possibilidade. Jimin se vê em uma enrascada quando começa a duvidar da possibilidade de seu vizinho, Jungkook, ser um Lobisomem. E como se não bas...
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Quem já viveu com um viciado sabe como é essa sensação.
A sensação de se esconder embaixo das cobertas por ouvir os gritos e choros e não saber qual será o próximo passo dele. Meu tio por parte paterna era viciado, um alcoólatra, ele bebia de tudo até não restar mais um pingo de esperança, e quando pensávamos que ele estava bem ele piorava novamente. Até chegar num nível onde as pessoas com quem ele bebia entravam em sua própria casa e a arruinava, até chegarem num ponto de terem uma raiva tão grande de meu tio que jogaram fogo nele, e toda a sua perna ficou em carne viva, ele ficou internado por uns 15 dias, meu pai sempre saia cedo com algum cobertor ou travesseiro para cuidar dele. Minha mãe odiava isso, pois sabia que a qualquer momento meu pai poderia colocar meu tio dentro de casa e ficaríamos sozinhos com um cara totalmente descontrolado e bêbado, ela odiava também a mania do meu pai de pegar as nossas coisas sem pedir, para vender ou dar para outras pessoas, como a vez que meu tio teve tuberculose e ele o deixou no meu quarto. Mas meu tio não era ruim, ele nunca fez nada, ele era uma boa pessoa mas não tínhamos como saber do que ele era capaz, já que de boas intenções o inferno estava cheio.
Eu até que gostava dele, ele dizia algumas coisas sem sentido enquanto bêbado e eu sempre me escondia no quarto ou em qualquer outro cômodo quando ele esmurrava a porta da casa do meu pai querendo entrar. A maioria das vezes era de madrugada e meu pai ignorava, porque meu tio nunca se importou em realmente ficar sóbrio, ele fugia da reabilitação, era uma reabilitação cristã então eu até poderia tentar entender, mas ainda assim, era uma reabilitação. Acho que não tenho uma memória do meu tio sóbrio, assim como não tenho uma memória do meu pai sorrindo para mim.
A família do meu pai era complicada e acho que eu não saberia explicar. Minha avó paterna, Gisele, se mudou para Alaria há alguns anos, na época minha mãe cuidava dela, e Gisele tinha alguma coisa na perna, segundo minha mãe era cheia de bichos e vermes. Meu pai nunca se importou realmente com Gisele, ele quase não falava dela e fazia piadas depois de sua morte. Ele possuía irmãos, mas eu nem sabia sobre e nunca os conheci, quando um dia aleatório ele descobriu o número da irmã e queria que magicamente eu desenvolvesse um laço parental com ela. Eu odiava quando ele me forçava a fazer algo que eu não queria, e naquele caso, era falar no telefone com minha tia que nem sequer conhecia.
Eddie, meu pai, tinha raiva da minha família materna, ele dizia que era excluído porque não era o que meu avô, Willian queria que minha mãe casasse, pois meu pai era pobre e talvez ele tenha percebido que não era boa pessoa, e também tinha um racismo incubado, já que meu pai é um homem preto. Mas a minha mãe não ligou, ela casou mesmo todos avisando que ele não era uma boa pessoa. Minha mãe alegou na época que por conta da doença da minha avó ela ficou com medo de nisso tudo ela ficar em casa com o William, ela preferia morrer do que viver numa casa onde Pou e William conviviam. E no desespero, ela agarrou a última esperança que tinha de sair da casa dos pais. Não a culpo, ela achou seu jeito de escapar da realidade fodida que ela passou naquela casa quando mais nova.