[23] Assombrados

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Incrédulo, era o que nós dois sentíamos naquele momento

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Incrédulo, era o que nós dois sentíamos naquele momento.

Jimin não conseguia ficar de pé, meu coração mal contabilizava as batidas, a mão tremia, os lábios tremiam, a visão ficou turva como um reflexo do banheiro com um banho quente. Jimin se inclinava na árvore próxima, e se abaixou, lentamente, com as mãos nos ouvidos. Lágrimas silenciosas desciam, naquele momento nenhuma das minhas palavras poderia lhe reconfortar. Rose estava morta, como isso seria possível? Sua imagem era tão nítida, tão perceptível.

ㅡ Deve ter algum engano, algum erro eu não sei.. talvez alguém muito parecida.

ㅡ Não, Jungkook, não é um engano.

ㅡ Isso não pode ser real.. Jimin nós conversamos com ela, ela estava..

ㅡ Morta o tempo todo.

Ele guiou o olhar para meus olhos, lágrimas desciam de suas bochechas, seu lábio tremelicou antes de proferir as palavras.

ㅡ Eu nunca a vi comer.. eu nunca fui a sua casa nunca conversei com seu pai, eu nem sei se o pai dela é um fantasma ou..

ㅡ Só tem um jeito da gente descobrir.

ㅡ Precisamos ligar pra polícia ㅡ Jimin murmura.

ㅡ Nós iremos.

Levo minha mão a terra, tentando deixar mais visíveis os ossos que pareciam enterrados na lama. Não demorou muito para ver os fiapos de roupa, uma estampa branca que agora se encontrava numa coloração entre marrom e cinza barrento, um uniforme. Jimin não conseguiu visualizar, não, ele virou o rosto, não pude deixar de segurar a ânsia que senti de revirar aqueles ossos. O que teria acontecido com Rose, quem teria a matado?

☻︎☺︎︎𓃠☹︎☻︎

O passeio da escola terminou com carros da polícia e uma cena de crime. Viaturas iluminavam as paredes de madeira dos chalés com a cor vermelha e azul. Os alunos haviam sido dispensados para os ônibus, passamos alguns minutos dando nosso depoimento antes de sermos liberados.

Os olhares eram a pior parte de ser os últimos a entrar. Hyunjin me encarava fixamente, não desviei o olhar nem por um segundo. Seus olhos pareciam saber que isso estava por vir.

Sentei próximo a janela, Jimin sentou-se ao meu lado.

Suas mãos tremiam, a expressão petrificada de sua fase revelava um trauma que nunca superaria. Toquei em suas mãos, elas estavam estranhamente geladas demais.

Os olhares não diminuíram com nossa presença no ônibus, aquilo estava começando a me deixar desconfortável.

Jimin.

Ele não me encarou, minha voz não atravessava a parede invisível da imagem que perturbava sua imaginação. Segurei firmemente suas mãos, ele apertou em resposta.

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