XII - Parte um

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Rio de Janeiro, Brasil. 27 de junho de 2021. Festa de encerramento de semestre da GATTI.

A mãe de Sarah ficou responsável por cuidar de Luana naquela noite, já que ela e Juliette estariam na festa de confraternização da empresa que Sarah era dona. Naquela noite, a mãe de Sarah matou as saudades que sentia de Juliette, já que não via a morena há algumas semanas. Sugeriu, inclusive, que as três fossem almoçar na casa dela no próximo fim de semana.

Havia sido um bom semestre para todos. O faturamento havia aumentado bastante e as filiais haviam se estendido para mais alguns estados do Brasil. Aquilo deixava Sarah cada vez mais animada para por em prática todo seu planejamento em relação à empresa. Lançar novos softwares, novos equipamentos e realizar, ainda mais, melhorias nos produtos já existentes eram alguns de seus objetivos.

Naquela noite, Carla, sua melhor amiga, finalmente, havia apresentado Thais, sua nova namorada, à Sarah e seus amigos. A mulher era muito simpática e educada e, rapidamente, ganhou intimidade com Juliette, pois era psicóloga e se interessou sobre o mestrado que a morena fazia.

Também foi a primeira festa da empresa que Sarah chegou acompanhada de alguém. Obviamente, olhares curiosos estavam sob as duas mulheres... alguns até se arriscaram a perguntar quem Juliette era. Sarah, prontamente, respondia que aquela era sua namorada.

- Não teve pedido... com aliança? Essas palhaçadas assim? - Carla perguntou, bebendo mais um pouco de seu whisky.

- Não. - Sarah deu de ombros. - Quer dizer, a gente namora, é bem óbvio isso. Mas não teve um "quer namorar comigo?", não teve aliança e nem nada disso. Não sei se precisa, já que a gente nem precisou disso pra perceber que... estávamos namorando, entende?

- Entendi. - Carla respondeu, pensativa. - Mas não vai ter?

- Não sei. Tipo, eu até comprei um par de alianças, mas... sei lá. - Sarah se justificou. - Vai que ela não quer usar, sabe? A gente está super bem resolvida.

- Ah, eu e a Thais também. Mas não custa nada fazer uma viadagenzina aqui e outra ali. Eu e Thais usamos anel de coco! - Carla exclamou, mostrando a mão esquerda, vendo Sarah fazer careta. - Meu conselho é: peça! Você tá é com medo, mas não deveria, já que você mesma está falando que vocês são namoradas. Não tem como mais ela dizer não. A diferença é que vocês vão usar um bambolê no anelar esquerdo. - Carla explicou. - Você já até tem as alianças! Pode ver que deve ter sido uma fortuna e você não está usando!

- Não foram. - Sarah balançou a cabeça negativamente. - Foram baratinhas.

- Seu conceito de "barato" me assusta. - Carla resmungou. - Pede ela em namoro, faz o que eu tô falando. - Carla disse, atropelando as palavras. A bebida já estava fazendo um leve efeito na mulher. - Olha aquela mulher ali. - apontou para Thais, que estava conversando com Juliette e Viviane. - Num mundo ideal, eu nunca namoraria uma mulher daquela por motivos óbvios. - Carla explicou, dando ênfase na última palavra - Assim como você não namoraria a Ju, por motivos óbvios, também! - Sarah fez careta, encarando Carla. - Não me olha assim não! Você sabe que é verdade. - elas riram. - O Universo nos agraciou com mulheres que são areia demais para os nossos caminhõezinhos, por isso Ele espera da gente um pouco de senso pra não deixar elas irem embora, entendeu? São só três palavras: quer, namorar e comigo!

- Entendi, Carla. Tá na hora de dar um intervalo na bebida. - Sarah avisou, rindo e encarando a amiga. - Eu vou seguir seu conselho, sério. Eu quero fazer isso. - ela admitiu.

Sarah, realmente, queria pedir a mulher em namoro de uma forma decente. Havia comprado um par de alianças há alguns dias e ensaiado suas falas diversas vezes, mas nunca teve coragem de realmente perguntar. Sabia que a resposta seria sim, já que Juliette sempre referia-se, verbalmente, à relação delas como um namoro. Mas estava nervosa demais para isso.

Aquarela - SARIETTEOnde histórias criam vida. Descubra agora