𝐀𝐍𝐉𝐎𝐒 𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐕𝐎𝐂𝐄❜ 𝗍𝗈𝗃𝗂 𝖿𝗎𝗌𝗁𝗂𝗀𝗎𝗋𝗈

Verdade

Uma noite de insônia deixara Toji cansado e mal-humorado. Não conseguia tirá-la da cabeça. Bem no íntimo, não queria acreditar que ela tivesse coragem de construir o próprio ninho à sua custa. Não podia deixar de imaginar se havia alguma outra razão pela qual pedira uma quantia tão grande de dinheiro.

Mas o quê? Pagava um bom salário, ela e a mãe viviam confortavelmente, portanto, por que necessitava de mais? Era intrigante.

Quando se transformara de um ratinho numa bela mulher, ela o encantara.

Aninhara-se num canto de seu coração, todavia, graças a Deus, não chegou a pedi-la em casamento. Aquilo não era um grave erro de julgamento? Pensara ter aprendido a lição quando Melanie o enganou. Agora percebia que ainda era vulnerável. E vulnerabilidade significava erros.

Diversas vezes, ficou se perguntando se conhecia S/n, afinal de contas. Descobrir seu lado ambicioso não era agradável. Aquilo o deixara com raiva e desgostoso.

Não obstante, sentia-se sem sossego pelo modo como lidara com a situação. Talvez devesse procurá-la, ir a casa dela e conversar, tentar descobrir exatamente por que queria tanto dinheiro.

Deveria ter ido jantar fora com um banqueiro amigo, mas no último minuto cancelou o compromisso, decidindo que a visita era mais importante. Se deixasse para amanhã, teria outra noite sem sono. Precisava resolver aquilo de uma vez por todas.

[...]

Foi tomado por um nervosismo inesperado ao se aproximar da casa dela.

Independentemente do que pensasse sobre S/n, não havia como fugir do fato de que esperava um bebê seu. Era a coisa mais dura que já tivera que aceitar... E aquilo ainda lhe dava pesadelos.

Nunca se vira como um homem de família... Nem quisera ser um razão pela qual achava difícil acreditar que estivesse acontecendo.

Para que ela não o visse chegar, e não tivesse tempo de pensar no que diria a ele, Toji estacionou numa rua adjacente. Mas quando dobrou a esquina, não pode acreditar no que viu. S/n nos braços daquele homem outra vez!

Seu sangue começou a ferver... Até que olhou mais de perto, e viu que não era um abraço aconchegante, como imaginara à primeira vista.

O homem era hostil. Na verdade, parecia ameaçá-la!

Apressou o passo, mas antes de alcançá-los, o homem a soltou, entrando no carro e saindo rapidamente. E enquanto via o estranho partir, anotando mentalmente o número da placa, S/n desapareceu dentro da casa.

Mas não deixaria aquilo passar em branco. E não ficaria satisfeito até que ela contasse exatamente o que acontecia. Bateu à porta. Não se surpreendeu quando ninguém abriu.

Provavelmente temia que o homem, seja quem fosse, voltasse.

Portanto, Toji telefonou.

⏤ S/n, sou eu. Estou do lado de fora da casa. Deixe-me entrar.

Após um momento de silêncio:

⏤ O que faz aqui? — perguntou, e a voz parecia chorosa.

⏤ Preciso falar com você.

⏤ Não quero conversar. Vá embora.

⏤ Não vou a lugar algum — declarou ele, com firmeza. ⏤ Abra a porta, antes que eu arrombe. — Não faria isso, é claro, mas funcionou. Ouviu a chave girar na fechadura, sendo destrancada, e ficou intrigado de que ela precisasse se trancar tanto. Quem era aquele homem, e por que a atormentava?

Ficou chocado com a palidez de S/n. Imediatamente quis puxá-la para seus braços e dizer que, qualquer que fosse a situação, cuidaria de tudo. Mas imaginou que ela não deixaria.

⏤ O que faz aqui?

⏤ Vim para falar sobre o dinheiro que pediu. Mas parece que há coisas muito mais importantes para conversar. Quem era aquele homem?

S/n empalideceu ainda mais. Fechou os olhos por alguns segundos, e quando se apoiou na parede, ele pôs um braço ao redor de seus ombros e a conduziu à sala de visitas, onde a mãe também parecia prestes a ter um colapso.

Uma vez que ela se sentou, fez o mesmo, olhando ora para S/n, ora para a mãe.

⏤ Vai responder à minha pergunta?

Fechou os olhos por um instante antes de olhar para a mãe.

⏤ Pode nos deixar a sós por um momento?

⏤ S/n, tem certeza de que é o melhor a fazer?

⏤ Mamãe, nós não podemos postergar isso por mais tempo. Agora tenho o bebê para me preocupar, e as coisas vão ficar mais difíceis para nós. Preciso contar a Toji.

Lynne pareceu realmente aliviada quando assentiu e deixou a sala.

Uma vez que ficaram sozinhos, contou-lhe a história toda... Sobre o empréstimo que o pai fizera em nome da mãe e, sobre os juros aumentando constantemente.

[...]

Me perdoem pelo capítulo curto, como estamos na reta final da fic eles vão ser postados com menos frequência que antigamente e serão mais curtos. Até o próximo ❤️