Capítulo 1

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Uma semana antes

do seu pai voltar da viagem.


- O que é que vou fazer agora, Blair? - Perguntou Ian, desesperado. - Falta uma semana. Uma semana! E ainda não tenho noiva.

- Nenhuma te agradou?

- Não. - Retorquiu, aborrecido. - Nenhuma me pareceu... a tal! Quer se dizer, claro que gostei de algumas. Eram bonitas e tal... Mas estou à espera de...

- Encontrar a mulher certa. - Completou Blair, compreendendo a situação do amigo e compadecendo-se dele.

- Hum-hum, exatamente. - Anuiu Ian, abanando a cabeça afirmativamente. - Hum.... Olha, vou dar um passeio a cavalo para ver se penso noutras coisas.

- Queres que te acompanhe?

- Hum...Não, preciso de arejar as ideias!

Dizendo isto, Ian saiu do castelo e dirigiu-se aos estábulos. Pediu a um palafreneiro que lhe selasse o seu corcel e cavalgou com a sua égua Brianna, pelos bosques fora.

A rapidez com que instigava a sua poderosa égua a galopar fazia com que o vento o atravessasse com uma velocidade incrível, fazendo as suas roupas esvoaçarem, juntamente com os seus cabelos. Aquilo fazia-o acalmar-se e sentir-se em liberdade, mas ainda havia aquele assunto a perturbar-se-lhe na mente. Cavalgou por algumas horas, sempre à mesma velocidade, como se isso fosse afastar-lhe os dilemas.

De repente, uns gritos vindos do bosque romperam o silêncio. Ian esporeou a sua égua e galopou em direção a eles, atravessando as árvores enormes e densas da espessura. Quando estava suficientemente perto, desmontou da sua égua, prendendo-a ao ramo de uma árvore o mais rapidamente que conseguiu e correu até aos gritos femininos desesperados.

Ao dar conta de onde vinham, viu um homem a tentar violar uma mulher indefesa. Pelo padrão do tartan, reconheceu rapidamente que aquele homem pertencia ao clã inimigo e Ian não suportava ver um homem atacar uma mulher desprotegida como aquela.

- Alto aí! - Gritou. - Larga-a!

O homem levantou a cabeça e olhou para ele com um sorriso malicioso. Apercebeu-se que era Horrocks MacKay. Nunca simpatizou com aquele homem! Era mau, perverso e porco; além de ser um homem nojento e gordo, que nem sequer as prostitutas o queriam ter na cama.

- Queres partilhá-la? - Perguntou ele, enquanto passava uma mão pelo corpete da mulher. Ela susteve a respiração e fechou os olhos, com as lágrimas a escorrerem-lhe pelas faces. Aquilo meteu-lhe nojo, teve muita pena da pobre mulher e só lhe apeteceu dar uma bela lição àquele nojento. - Não me importo! Mas vais ter de esperar que eu acabe!

Ian aproximou-se mais um pouco, com uma expressão zangada e sacou da sua espada, apontando-a ao homem do clã inimigo.

- Larga-a! - Ordenou, pronunciando a palavra lentamente, entre os dentes cerrados, separando as silabas de forma a ficar clara a ameaça entre elas.

O homem afastou-se e levantou as mãos no ar, sorrindo com ironia e uma certa incredulidade.

- Calma! Se queres ser o primeiro...

- Se não quiseres armar confusões, é melhor que te ponhas a andar! - Interrompeu-o, avançando mais um passo e apontando a sua espada ao pescoço do homem.

- Eu vou já! - Gritou o homem, percebendo por fim que ele não estava para brincadeira e ficando com um medo terrível de perder a vida apenas por luxúria. - Não é necessário chegar a esses estremos!

Casados temporariamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora