Capítulo 12

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Ian estava cansado daquela busca da "mulher perfeita". Mas mais uma vez, ia ter com uma mulher.

Aproximou-se de Saleman, que estava a ir buscar água ao poço. Sentou-se na borda do círculo de padra e observou-a com um olhar sedutor. Ela deteve-se e levantou o olhar timidamente.

- Oh! - Exclamou, ruborizando-se. - Como estás, Ian?

- Bem. - Respondeu, com um sorriso forçado. Obrigou-se a estender o braço e a acariciar-lhe o cabelo; não era nada como o cabelo de Isabel. - E como estás tu, Saleman?

- Bem, Ian. - Ela afastou-se ligeiramente e ruborizou-se ainda mais, sorrindo com timidez. - O que te traz por cá?

- Vim ver-te. - Respondeu, com galanteio.

- Ver-me? - Indagou, incrédula, olhando para ele com uma expressão completa de incredulidade. - Não estarás à procura da tua mulher?

- Não!

Ian aproximou-se e num segundo tinha-a entre os seus braços. Aproximou os lábios dos dela e beijou-a. Nada! Ele tentou com todas as forças invocar dentro dele um pouco da paixão que sentira quando segurara Isabel nos braços, mas não sentiu nada. Esforçou-se mais, empurrando a cabeça dela para trás num beijo selvático e abraçando-a num aperto esmagador, quase como se tentasse arrancar-lhe alguma paixão.

Quando ele finalmente levantou a cabeça, ela disse em voz trémula:

- Acabou? Posso ir agora?

- Sim. - Respondeu Ian, friamente. - Peço desculpa se te assustei.

- Foste muito bruto e magoaste-me! - Disse Salaman, à beira das lágrimas.

Ian não respondeu. Estava farto de todas aquelas tentativas de conquista. Virou-se e voltou para o castelo. Tinha de falar com Isabel e voltar ao trabalho.

Ao entrar no salão, encontrou Edith e perguntou-lhe por Isabel. Estava no quarto. Subiu as escadas e entrou devagarinho, sem fazer barulho. Ela estava de pé, no meio do quarto com Ariella nos braços. Balançava o corpo a um ritmo lento, embalando a criança e, ao mesmo tempo, cantava baixinho uma melodia.

Ian pigarreou para anunciar a sua presença. Ela parou de cantar, deteve-se e virou-se, sobressaltada.

- Ah, és tu! - Suspirou, sorrindo-lhe. - Estava a adormecer Ariella.

Ian assentiu.

- Eu percebi. - Disse, engolindo em seco. - Queria falar contigo.

Isabel deixou de sorrir e uma sombra pareceu obscurecer o seu olhar. Sentou-se na beira da sua cama e ajeitou a criança no seu colo.

- O que se passa? - Perguntou, com frieza, olhando em frente, como se recusasse a olhar para ele. Estaria ainda aborrecida com ele pela noite anterior?

- Acho que também não gostei de Saleman. - Disse e, finalmente, ela olhou para ele.

- O que aconteceu, desta vez?! - Indagou ela, surpreendida, franzindo os lábios com irritação. Tinha achado que ele já encontrara a mulher perfeita e que a ia expulsar.

- Acho que a assustei. - Respondeu Ian, sentindo-se subitamente divertido com a situação, mas não mostrou nenhum sinal disso.

Isabel franziu o cenho.

- O que é que fizeste? - Inquiriu, levantando-se e aproximando-se dele, preocupada.

- Beijei-a. - Disse, despreocupado, encolhendo os ombros.

Casados temporariamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora