Capítulo 17

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À noite, depois de jantar, dirigiu-se ao seu quarto. Ao entrar, encontrou no centro uma banheira cheia de água quente. Sabia perfeitamente quem o tinha preparado.

Despiu as roupas, que Isabel lhe fizera, e colocou-as em cima da cama. Depois, entrou dentro de água e relaxou.

Não falaria ainda com ela. Queria retê-la pelo menos mais uma semana consigo. Não estava pronto para perdê-la já. Não sabia porquê, mas não queria que ela se fosse embora. Queria que ela ficasse ao seu lado. Porém, ambos sabiam que não era possível.

Mais uma semana.

Só mais uma semana.

Depois, teria de ser forte e... e afastar-se dela. Claro que odiava os ingleses... e ela era inglesa..., mas ele gostava dela e não queria que ela sofresse mais.

Saiu da banheira, secou-se e voltou a vestir as roupas que ela tinha feito para ele. Agora quase nunca tirava aquelas roupas, só quando tinha de as por para lavar. Isabel fizera-as para ele... com muito amor.

Saiu do seu quarto e dirigiu-se ao quarto de Isabel. Antes de entrar, bateu à porta.

- Sim? - Perguntou ela, lá de dentro.

- Sou eu, o Ian. - Respondeu ele.

Ela abriu-lhe a porta e afastou-se rapidamente, sentando-se na borda da sua cama. Ele entrou e viu que ela tinha uma expressão distante e fria. Sentou-se ao seu lado, na cama e acariciou-lhe a face com um dedo. Ela desviou a cara e Ian baixou a mão, envolvendo a sua cintura com um braço para que ela não se afastasse dele. Uma lágrima deslizou pela face dela. Ian inclinou-se sobre Isabel e olhou-a com uma mistura de desespero e preocupação, com o sobrolho franzido.

- Eu queria pedir-te desculpa. - Disse, apertando-a mais contra ele. - A minha atitude foi incorreta.

Ela olhou para ele e franziu os lábios.

- Tudo bem, Ian. - Disse ela, com muita calma, porém com um tom de voz magoado. - Eu perdoo o que fizeste.

Ian sorriu, aliviado.

- Obrigado! - Gritou, e afundou a sua cabeça entre o pescoço e o ombro dela. Cheirava a aveia... e o seu cheiro era tão bom...

Isabel apoiou a cabeça na sua e inspirou fundo, depois, soltou um longo suspiro.

- O que achas de Saleman? - Indagou ela, com a voz ligeiramente rouca.

A alegria de Ian desvaneceu-se. Saleman! Esquecera-se dela. O momento que estava a ter com Isabel era tão bom e não queria que o assunto sobre Saleman entrasse na conversa.

- Estou a gostar dela. - Disse, engolindo em seco. Endireitou-se, sem deixar de envolver a cintura dela, e olhou-a nos olhos seriamente. - A companhia dela é agradável e sinto-me... bem ao seu lado.

Isabel forçou um sorriso amável, mas os seus olhos não o acompanhavam. Estavam tristes e obscurecidos. E Ian sentiu um aperto estranho no coração.

- Então, ... isso promete casamento? - Perguntou Isabel, num tom de voz triste.

Ian esboçou um meio sorriso.

- Ainda não. - Replicou, acariciando-lhe a face. - Preciso de conhecê-la melhor.

Isabel sorriu. Os dois ficaram a olhar-se em silêncio.

- Ian, eu queria dizer-te que...

- Continua. - Incentivou.

- Eu queria pedir-te.... Poderias procurar um convento onde eu pudesse ficar, um convento seguro aqui perto?

Casados temporariamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora