Capítulo 4

114 9 0
                                    


Ian estava muito cansado e tinha algumas feridas nos braços por causa dos chifres daquele javali demoníaco, mas, felizmente, tinha conseguido matá-lo com a ajuda dos seus companheiros de caça.

Quando entrou no castelo, ouviu as criadas a mexericarem qualquer coisa sobre Isabel ter ajudado no tingimento de lã, a lavar a roupa e a preparar o jantar. Pareciam muito contentes com isso. Aquilo devia ser mau sinal. Não podia permitir que Isabel ganhasse laços de amizade com o seu clã. Isso prejudicaria ainda mais o divórcio. Depois de se lavar e de tratar as suas feridas, falaria com ela.

Quando entrou no quarto, deparou-se com uma banheira cheia de água quente. Mas quem teria pedido aquela banheira? Talvez... Cait?! Meu Deus! Só de pensar nisso ficava com o estômago revolto. Mas por que razão Cait mandaria preparar-lhe um banho? Ela sabia bem que ele agora era... casado. Mas, mesmo antes de o ser, também não o fazia. Era demasiado egocêntrica para isso. Mas afinal quem lhe mandara preparar um banho?

Bem, não interessava! Iria aproveitar bem o momento para relaxar e não pensar muito no que diria a Isabel.

Despiu as suas roupas e meteu-se dentro de água, soltando um gemido ao sentir como a água quente envolvia o seu corpo frio e ferido. Fechou os olhos e recostou-se à borda da banheira.

Naquele dia, o seu pai partira então para Portugal. Ia negociar o tecido e as especiarias que eles traziam da Índia. Lembrou-se como o seu pai ficara estupefacto ao saber que se ia casar com uma inglesa, mas nem por isso proibira-o de casar com ela. O seu pai só o queria ver casado. No entanto, também lhe parecera que ele gostara dela, apesar de parecer ao início um pouco reticente por ela ter vindo das ruas. Ela fora bastante educada e muito simpática. Mas, mesmo gostando dela, dera-lhe um conselho: se ela se comportasse de maneira imprópria ou ajudasse ou falasse com outros ingleses, deveria ser punida. Mas ele não batia em mulheres e não bateria em Isabel, que não era propriamente casada com ele. Mas o pai não sabia disso. E não precisava de saber... por enquanto.

Começou a pensar na noite anterior. Isabel tinha um temperamento difícil. A maneira como o insultara e como estivera furiosa assustara-o, mas também o excitara. Era uma mulher interessante, mas também uma mulher muito temperamental e detestável. De repente, uma imagem de Isabel nua deitada na sua cama apareceu na sua mente e ele despachou-se a afastar essa imagem da cabeça.

Ao olhar para baixo, notou que estava excitado e esfregou as mãos no seu membro para aliviar a tensão. Como é que era possível aquela mulher inglesa pô-lo daquele estado? Por amor de Deus, ela era inglesa!

Saiu da banheira e vestiu-se rapidamente. Estava na altura de ir falar com aquela mulher endiabrada. Abriu a porta do quarto e, mesmo a tempo, viu Isabel entrar no seu, ao fundo.

Aproximou-se do quarto dela e abriu a porta devagarinho. Ela estava só de combinação! Meu Deus! Não devia ter entrado daquela forma nos seus aposentos. As suas curvas notavam-se perfeitamente por debaixo daquela fina combinação. Quando ela começou a despir a peça delicada de linho, Ian ficou tenso e nervoso. Era uma falta de decoro observá-la daquela forma sem que ela soubesse. Saiu do quarto, fechou a porta sem fazer barulho e esperou um pouco para bater à porta.

Passaram cinco, dez, quinze minutos e ele decidiu bater.

- Já vai! - Respondeu ela, de dentro do quarto. - Estou só a acabar de me vestir!

Esperou mais cinco minutos e ela abriu a porta, com um sorriso no rosto e as faces ruborizadas.

- Oh, olá! - Disse. - Desculpa a demora. Sem ajuda é mais difícil vestir a roupa!

Casados temporariamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora