Chegou o Lughnasad.
Ian e Isabel estavam sentados a uma mesa. Ian bebia a sua cerveja e observava Isabel que estava de costas para ele, enquanto ela brincava com a caneca, inconscientemente, e observava Callum a cantar, mas parecia distante, parecia que estava num outro mundo.
Entretanto, as gaitas de foles começaram a tocar e as pessoas começaram a aproximar-se do centro do salão para dançarem. Isabel virou-se para ele, sorridente.
- Podíamos ir dançar. - Disse, entusiasmada, com um brilho alegre no olhar.
Ian engoliu em seco e virou-lhe a cara para não ter de olhar para ela quando respondeu:
- Não.
Isabel franziu o sobrolho e deixou de sorrir.
- Porquê?
- Porque não! - Respondeu, virando-se para ela e olhando-a de sobrolho franzido, impacientemente, enquanto batia com o pé no chão, ritmadamente.
Ela baixou a cabeça, ficando a olhar para o tampo da mesa. Sorriu com amargura e assentiu com veemência.
- Tudo bem! - Foi a única coisa que disse e voltou a virar-se, distante...
Momentos mais tarde, um homem aproximou-se da mesa onde eles estavam. Ele tinha olhos cor de âmbar, um nariz torto, uns lábios cheios, uma barba roliça frisada, e um corpo musculado e usava o cabelo comprido entrançado. Ajoelhou-se à frente de Isabel e pegou-lhe na mão. Ian sabia quem era e que era boa pessoa, mas não conseguiu evitar endireitar-se na cadeira e levar a mão ao punho da espada para o caso de acontecer alguma coisa. Franziu o sobrolho e olhou para as mãos deles, juntas. Não gostava nada do que estava a acontecer. Sentia uma sensação estranha no peito e na barriga. Uma sensação de dominação e ciúme. Como se ele fosse o único que podia tocar em Isabel. Só lhe apetecia empurrar Roy e dizer-lhe para a deixar em paz e que nunca mais ousasse aproximar-se dela, mas conteve-se e nada fez.
Roy beijou-lhe a mão e olhou para ela com sedução, o que o irritou mais ainda. Ele tinha noção que eram casados?! Isabel sorria com amabilidade, todavia tinha o cenho franzido, como quem estava confuso e surpreendido.
- Por favor, dá-me a honra de dançar contigo. - Pediu Roy, com gentileza.
Ian sabia que Isabel queria dançar, por isso enfureceu-se ainda mais, quando ela deixou de franzir o cenho, sorriu ainda mais e aceitou o convite.
- Muito obrigada! - Agradeceu ela, sorridente e radiante pelo convite.
Roy endireitou-se, sem largar a mão de Isabel, e puxou-a para cima fazendo-a levantar-se. Depois, Roy olhou para ele e perguntou:
- Não te importas, Ian?
Ian obrigou-se a forçar um sorriso e respondeu que não se importava, o que era totalmente mentira. Tinha o monstro verde pelos cabelos. Viu Roy afastar-se com Isabel e começarem a dançar cheios de genica. Encheu o peito de ar e soprou lentamente, tentando acalmar-se.
Estava tão concentrado em ver Isabel a divertir-se com... Roy, que nem notou que Blair se sentara ao seu lado.
- Vê-se perfeitamente que vocês os dois não se amam. - Disse Blair, bebendo um gole da sua cerveja.
Ian olhou para ele e franziu o sobrolho.
- A minha mulher contou-me como vocês se conheceram. Continuou ele, esfregando a barba. - E vocês não se amam.
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Casados temporariamente
RomanceIan MacDouglas era o filho do chefe de clã dos MacDouglas e, estando descomprometido, sempre gozara de liberdade para namoriscar com quem lhe apetecesse. Mas, agora, o seu pai exigia-lhe que se casasse. Ian teria apenas três meses para escolher a mu...