Cap 14 - Apenas um sonho estranho

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Elijah

Conforme Morana, ou Hécate, explica mais confuso eu fico. - O nome Hécate significa ‘a distante’, ‘aquela que age como lhe agrada’ ou ‘aquela que fere à vontade’. Também sou conhecida como Perseia, conhecida como grande deusa, deusa das escruzilhadas, da magia, feitiçaria, das estradas, dos caminhos, da luz, do fogo, da lua, das almas, do mundo. Salvadora e Alma do mundo cósmico, sou uma divindade das divindades, respeitada e admirada até mesmo pelos deuses. - ela me olha com ternura. - Nunca nos disse nada, porque? - Niklaus pergunta. - Eu enquanto Morana não sabia que era uma deusa. - então realmente não é ela. - Vocês costumam dizer que a natureza sempre acha uma brecha, isso me diverte, não é a natureza, somos nós, nós sempre garantimos que nada seja realmente imortal. - Zeus diz. - Quando a tríbida nasceu nós nos reunimos e decidimos que precisávamos fazer algo, decidimos pela criação de uma nova espécie de sobrenatural, especie essa que deveria ter o mesmo sangue que a tríbida, então Hécate foi enviada a terra, para nascer em um receptáculo mortal e dá origem a nova espécie. - Hades fala politicamente, estreito os olhos. - O mesmo sangue? - Niklaus repete. - Isso, por isso ela nasceu de você, seus netos são a brecha de Hope! - Poseidon fala como se conhecesse todos nós, a muito tempo. - Então enquanto Morana você não sabia que era uma deusa? - pergunto a ela.- Não, eu só lembrei quando cheguei aqui a pouco. - explica. Sinto como meu casamento tivesse sido uma mentira, encontro seus olhos, não sei como mas ela parece me entender. - Não foi uma mentira Elijah! - diz para a minha surpresa. - Você? Você consegue... - ela sorrir com minha reação. - Sim, eu consigo ler mentes. - coloco meus olhos no chão, vejo a linda grama que preenche todo o jardim. - Mas tento não o faze-lo de modo frequente, acredite em mim, as vezes é melhor ficarmos fora dos pensamentos das pessoas. - volto a olhar para ela. - Porque nos trouxe? - digo baixo. - Como eu já disse, eu queria me despedir de vocês. - olha para mim e depois para Niklaus, essa é uma das poucas vezes que vi meu irmão sem palavras. - Como assim despedir? Você não vem com a gente? - ele a questiona. - Não, meu lugar é no Olimpo. - ela não pode está falando sério. - Precisa voltar, sua mãe está arrasada, seus filhos precisam de você. - meu irmão choraminga, eu no entanto fico somente olhando para ela, os três estão mais afastados de onde estamos, a cerca de uns dois metros, mas estão com os olhos fixos em nós. - E você Elijah? não vai me pedir para voltar? - sorrir levemente. - Acho que não adiantaria. - tento me convencer disso mais do que a ela. - O que eu não consigo entender é porque você se parece comigo! - Niklaus questiona a Zeus. - Para falar a verdade é você quem se parece comigo, levando em conta que eu existo a bem mais tempo que você. - Zeus se gaba. - Não respondeu! - meu irmão o corta. - Se faz tanta questão em saber eu conto, A muito tempo atrás eu conheci uma jovem bruxa, na época, nem ela mesma sabia o quanto era poderosa, eu lhe apresentei uma nova forma de fazer magia, a magia negra, em troca dessa magia eu lhe pedi um favor, um de seus filhos seria agraciado com o dom de dá origem ao receptáculo de uma deusa, como forma de agradecimento ele ou ela teria meu rosto ou o rosto de uma deusa, o nome dessa bruxa era Esther, ela estava grávida de você e o escolheu, disse que o bebê que carregava era a única coisa que não era mentira em sua vida. Você foi escolhido pelos deuses, foi agraciado com o dom de gerar o receptáculo que abrigaria a essência da deusa Hécate. - durante todo o discurso do senhor do Olimpo Morana e eu trocamos alguns olhares. - Você se ilude ao dizer que isso é um dom, entregar minha filha a você, a vocês, não passa de um mero ato tolo e sem sentido. - meu irmão se demonstra já sem paciência.  - Você fala de liberdade, liberdade? Quando   na realidade é obrigada a ficar longe de nós, sua família, pessoas que te amam e que vão sofrer com sua ausência. - diz olhando para a filha. - Não ouse falar como se não nos importássemos com ela, Hécate faz parte de nossas vidas, de nossas histórias, não cometa o erro de pensar que é o único que se importa com ela. - Zeus o adverte. - Acho que cabe a ela decidir. - meu irmão olha para a filha. - Mas não há o que decidir, esse é uma assunto encerrado. - Poseidon diz calmo, cada vez mais acho que seu jeito parece com o meu, mas fico com receio ao tentar me comparar a ele, Morana acho que está ouvindo meus pensamentos, pois me olha e logo depois para o deus dos mares e abre um sorriso. - Eu também acho. - diz baixo. - Queria falar com você, mas, sem público. - digo olhando os demais a nossa volta, ela consente, pega em minha mão e nos transporta para outro lugar, uma campina, de grama verde e fresca, logo a nossa frente um enorme penhasco, onde logo abaixo dele o azul do mar corta o horizonte e ao longe dá a impressão de se unir ao céu. - Temos pouco tempo! - ela diz se aproximando. - Realmente não irá voltar? - seguro suas mãos nas minhas. - Elijah, eu não sou ela, eu não... - a beijo, mesmo com um pouco de medo de ser castigado, preciso saber, saber se minha esposa ainda está ai em algum lugar, assim que toco seus lábios sinto uma sensação única, um misto de doçura com ardência, como se provasse ao mesmo tempo mel e pimenta, de seus lábios saem o mais puro nécta em forma de beijo, é intenso e suave, puro e cheio de luxúria, é como atravessar as chamas com o corpo coberto de água, queima mas é uma sensação prazerosa, não dolorosa. Ela separa nossos lábios e coloca as pontas de seus dedos em minha boca, fico aliviado pois ela está sorrindo. - Não deveria me beijar, lembro de minha vida como Morana e nós estávamos brigados, por conta da Hayley, agora eu sei o que sente por ela. - tira os dedos de meus lábios e vira de costas para mim. - Morana, eu amei a Hayley sim. - fico de frente para ela. - Eu conheci a sensação de amar e perder vocês duas, quando eu perdi a Hayley foi como se me jogasse de um precipício e eu caísse no chão sem ter forças para levantar, eu estava sozinho no escuro e você foi minha luz, que me fez ver o caminho que se formava em minha frente, você me deu forças para seguir e poder continuar sem ela, mas. Morana, quando eu vi você morta, eu cai, cai do mais alto dos penhascos e não conseguia encontrar o chão, só tinha escuridão e o vazio que você deixou, tudo que eu queria era que abrisse os olhos e voltasse para mim, porque eu não conseguiria seguir sem você, eu não consigo seguir sem você, você é a minha vida! - uma lágrima escorre pelo meu rosto, ela me observa em silêncio. - Eu fiquei confuso, quando a Hayley voltou, fiquei preso ao que poderia ter acontecido se caso ela não tivesse morrido, mas, a verdade é que nós estavamos separados mesmo antes dela morrer, eu fiquei tão preso a ilusão de uma vida com ela que não consegui enxergar a vida incrível que construímos juntos. Nós temos dois filhos maravilhosos, que estão sofrendo pela perda da mãe. - coloca uma mão em meu rosto. - Meu nobre Elijah, eu tenho obrigações como deusa. - acaricia minha bochecha com o polegar. - Diga, diga que não me ama, que não consegue imaginar mais nossas vidas juntos e eu não insistirei. - ela fica em silêncio. - Certamente o que precise fazer poderá fazer mesmo voltando para mim. - sorrir delicadamente. - Vejo como os deuses te olham, sei que é muita presunção achar que poderia competir com isso, mas... - ela me beija, passando as mãos pelo meus pescoço, ela exala desejo, luxúria, geme em minha boca, deixa nosso beijo molhado, coloco minhas mãos em sua cintura e puxo para mim, levo uma mão para sua nuca e aperto nossos lábios. - Morana! - junto meu auto controle. - Volte! - imploro. - Vou falar com Zeus. Segura em minha mão e voltamos para o jardim, Niklaus parece aliviado com nossa volta. - Onde estavam? - pergunta assim que nos vê. - Estávamos conversando. - Morana responde. - Acho que já é o bastante. - Hades parece já impaciente. - Lembrem-se, não podem contar sobre mim para ninguém! - ela fala séria. - Se o fizerem, pode ter graves consequência. - completa, fecha os olhos e eu levanto do chão atordoado, olho para o lado e Niklaus também abre os olhos, estamos no chão do ateliê no complexo. - Niklaus, o que houve? - vou me levantando do chão. - Eu não sei, eu tive um sonho estranho, que encontrava minha filha mas... - olho para ele sério. -... mas ela era uma deusa e Hades, Zeus e Poseidon também estavam lá. - completo e ele parece apavorado. - Então não foi um sonho? - pergunta. - Certamente não. - viro para a rua, já é dia, o sol ilumina toda a cidade. Apoio minhas mãos no parapeito da varanda e lembro dos acontecimentos recentes. Ela disse que ira falar com Zeus, será que vai voltar, ou só disse isso para me ludibriar. Ficamos eu e meu irmão olhando para a rua, ambos imóveis e em silêncio, não dá para saber qual de nós está mais espantado com o que acabou de acontecer.

Chamas do Destino - Sangue Mikaelson (Liv 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora