Cap 17 - Velhos amores

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Morana

É bom voltar a rotina normal, se é que algum dia ela foi normal. Gosto de comandar o instituto, me distrai. Meu pai pediu que todos ficam em nova Orleans por enquanto, só para ter certeza que tudo ficará bem. Elijah e eu estamos afastados, deixando as águas do tempo correr para ver o que acontece, combinamos assim, eu ficaria na minha casa com meus filhos enquanto ele ia passar uns tempos no complexo junto do meu pai. Sebastian e Ruby tem se visto bastante, ficaria feliz caso eles viessem a ter algo. Atravesso os corredores do instituto junto com meus pensamentos, passo em frente a sala de Elijah e o vejo através do vidro, está com uma das pernas sobreposta na sua mesa, enquanto a outra está apoiada no chão, suas mãos uma sobre a outra, seu paletó aberto, azul escuro quase preto, com alguns finas linhas quase imperceptível brancas, gravata vermelha e sapatos com brilho excepcional. Está concentrado na explicação que faz a turma, fico ali parada admirando a bela visão, ele olha para a porta e me ver pelo vidro, saio depressa assim que coloca os olhos em mim. - Morana! - sua voz me faz parar e me virar. - Vai fazer alguma coisa hoje a noite? - ele parece nervoso, coloca uma mão no bolso, mania que sempre achei adorável. - Hoje? - demoro um pouco para responder, como se estivesse pensando, cada segundo que demoro parece uma tortura para ele. - Não, não tenho planos para hoje! - curva os lábios em um sorriso. - Quer jantar comigo? - sua voz é confiante, como se ele já espessa uma resposta positiva. - Jantar com você? Ta! Claro! - sorrir orgulhoso com a vitória. - Te busco as oito! - concordo e faço meu caminho até minha sala. Fazem uns três dias que sinto está sendo observada, tenho uma suspeita de quem possa ser, mas, estou esperando para ver se mostra. Entro na sala e checo alguns emails, em meu escritório tem uma janela piso ao teto que da vista para o jardim do instituto, como estou sentada em minha mesa a janela fica nas minhas costas e sei que tem alguém do lado de fora me vigiando, olho para trás e vejo a sombra de alguém entrando por entre as árvores que dão na floresta. Uso meus poderes e atravesso a janela, vou em direção as árvores, entro na floresta e sinto um cheiro familiar, dou um leve sorriso. - Não vai se mostrar? Hélio! - viro e ele está para do com seu sorriso simples decorando seu rosto. - Então não é verdade? - fala dando a volta em mim. - Não sei do que está falando! - encontro seu rosto, ele olha para o chão, como se pedisse para que eu não brinque com ele. - Sabe sim! Boatos estão dizendo que Zeus havia tirado seus poderes e lembranças e te banido para viver com os mundanos. - e olhe que não faz mais de um mês que isso aconteceu, já estão especulando. - Hélio, sabe que eu e Zeus compartilhamos de uma amizade, ele jamais me baniria, acho que não importa o quão grave seja minha transgressão. - seu rosto demonstra que eu não disse nada que ele já não soubesse. - Por isso estou aqui, tinha que ver por mim mesmo. - dá um passo em minha direção. - Soube que se apaixonou por um mundano. - fica melancólico agora. - É verdade? - embora não diga nada meu rosto responde por mim, vejo seus olhos diminuírem. - Sei que é apaixonante e desperta sentimentos intensos em quem coloca os olhos em você, mas, daí, você corresponder a esse sentimento é totalmente diferente, até onde eu sabia só tinha correspondido a um. - conforme vai falando, vai chegando mais perto de mim. - E Circe é a prova desse sentimento. - desliza as costas dos dedos pela minha bochecha. - Hélio, temos uma filha juntos, você sempre terá um lugar em meu coração. - ele é tão bom, tem sentimentos puros e sinceros, não merece sofrer, nunca quis magoa-lo. - Sabe que nossos caminhos se tornaram divergentes. - seus dedos continuam em minha bochecha. - Eu costumava possuir seu coração por completo e não somente preencher parte dele. - passa o polegar pelos meus lábios. - Foi você quem escolheu vivier aqui? - coloco minha mão sobre a dele. - Foi minha escolha! - a tiro do meu rosto, seus olhos estão fixos em mim. - É ele o pai dos seus filhos? - não respondo. - Você decide viver aqui com eles, enquanto nem sequer visita nossa filha. - vira de costas para mim, olha para o lado por cima do ombro. - Sebe que Circe quem escolheu isso quando decidiu se isolar naquela ilha para fazer suas atrocidades. Dou a volta nele e ficamos de frente novamente. - Hélio! - seguro seu rosto com minhas mãos. - Tudo que vivemos sempre fará parte de quem eu sou, de quel nós somos, mas não podemos nos apegar ao que aconteceu a milhares de anos atrás. - o faço olhar para mim. - Nem o tempo me fez de olhar diferente. Ainda é aquela mesma Hécate, que andava descalça pela campina, se banhava as margem do lago despida e comia uvas direto dos vinhedos. - em meus lábios se formam um sorriso, ele também sorrir. - Morana? - Elijah se aproxima, ele olha para Hélio com uma cara não muito boa. - Está tudo bem, ele sabe! - acalmo Hélio. - Sabe? Você contou a ele? - diz indo para longe de mim, seus olhos estão de desaponto. Seu corpo começa a brilhar assim também como seus olhos. Quando ele perde a calma costuma liberar seu brilho, fazendo jus a sua fama da personificação do sol. Ao liberar seu brilho tudo a?sua volta que não for de origem divina literalmente é absorvido pela sua luz. - Hélio. - vou para a frente de Elijah na intenção de protegê-lo. - EU O ADVIRTO! - falo áspera, ele sabe o quão protetora eu posso ser e com isso baixa a guarda e se calma. - Que fique aqui com ele! - some sem qualquer aviso. - Você está bem? - me viro para Elijah. - Sim, estou! - Elijah fala tentando entender o que aconteceu. - Hélio? O deus do sol? - faço que sim com a cabeça. - O que ele queria? - suspiro antes de responder. - Só ver se eu tinha realmente perdido as lembranças. - passo dele e paro um pouco mais adiante. - Pelo desenrolar da conversa acho que Zeus também ficará sabendo. - para ao meu lado. - Sim, mas, não se preocupe! - voltamos para o instituto. A noite cai e eu começo a me arrumar para meu encontro com Elijah. Eu quero o por louco essa noite. Entro no meu closet e olho meus vestidos um a um, faço minha escolha, um vestido vermelho sangue, cravejado de pedras, com alça fina e decote profundo, as laterais transparentes dando para perceber que estou sem calcinha, uma fenda intensa na perna esquerda, saltos prateados e brincos de diamantes que ele me deu. Prendo meus cabelos loiros junto a cabeça, uma maquiagem leve e estou pronta. Fecho meus olhos e faço um cheiro especial acariciar minha pele, é uma fragrância única, podendo apenas ser usada conforme eu permita, pois eu a criei, certa tarde eu estava na campina e deslizava minha mão pelas rosas, no qual sua única tonalidade eram brancas, então me feri com espinho e meu sangue ao tocas pétalas imediatamente transformou ela na cor do meu sangue, vermelhas, Eros, o cupido, deus do amor beijou as pétalas e de a elas o aroma do amor, é essa essência se erradia do meu corpo. Ouço a campainha, desço as escadas, Ruby tem atendido a porta. - Nossa mãe, ta bonita! - Alec levanta do sofá ao me ver. - Vai sair? - ele pergunta. - Sim! - sorriu. - Posso saber com quem? - me questiona, Elijah entra na sala. - Comigo! - Alec parece ficar mais calmo. Elijah coloca os olhos em mim, os deslizam por todo meu corpo. Me aproximo dele, parece hipnotizado. - Podemos ir? - pergunto e ele consente, me dá passagem e saímos da casa. - Tudo isso é para mim? - diz num suspiro. - É tudo para você! - digo ao seu ouvido, ele sorrir e abre a porta do carro para mim.

Chamas do Destino - Sangue Mikaelson (Liv 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora