o AMOR de um CEO

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•Miguel•

Miguel, como você está? Pergunta que recebo constantemente e eu me seguro para não desmoronar sempre que a ouço.

“Estou bem!” É a resposta que sai no automático. Mas você quer a verdade? A verdade é que eu estou destruído, eu não estou vivendo, estou apenas existindo, não tenho mais prazeres da vida, tudo está sem graça, nada me anima, tudo está escuro e sem cor.

Meu trabalho eu uso para me distrair, as vezes eu passo mais de vinte e quatro horas trabalhando para ocupar a cabeça, não sei mais o que é dormir e comer bem há cinco anos. 

Cinco anos desde que eu me tornei um ferrado, um merda, um nada.

Sou 8 ou 80. Ou eu trabalho em excesso ou eu não trabalho nada. Fico vegetando esperando algo acontecer, algo me impulsionar, algo que me dê forças novamente.

Na realidade, o fato é que eu não tenho culpa, eu não fiz “nada de errado”... Mas na minha cabeça e na cabeça dela, eu fiz tudo errado, a culpa é toda minha...

Sabe quando tudo está prestes a desmoronar e você sente isso, mas não move um dedo pra mudar a situação? Sou eu!

A cada dia que passa sinto que estou virando pó, mas não faço nada pra mudar. As únicas coisas nessa vida que estão ajudando a distrair minha mente é a academia e o trabalho, só.

Antes do meu término com a Vic, aconteceram coisas... Coisas que eu não cheguei a contar para ninguém, eu tive que esconder... Mas eu fui pego de surpresa, armaram pra mim e eu usei ao meu “favor”...

Eu a deixei acreditar...

O que aconteceu comigo ao longo desses cinco anos? Nada de bom isso eu lhes garanto e eu mereço isso!

O que eu estou fazendo agora? Estou sentado em um bar, aquele mesmo bar em que há anos atrás estavam o Matheus, a Bruna, a Vic e eu... Naquele mesmo dia em que eu lembrei dela, que eu lembrei que nós havíamos dormido juntos após ela descobrir a traição do Paulo.

Estou sentado numa mesa com três cadeiras vazias, um copo de cerveja em minha frente e uma garrafa de vidro quase acabando o conteúdo.

Por coincidência, está tocando uma música... O nome dela é “Traição não tem perdão” não tem mesmo Marília...

“♪♪A luz amarela do quarto em que a gente dormiu (por mais de um ano) me fez relembrar que eu sabia de fato o que era ser feliz...♪♪”

Por mais de um ano nós vivemos intensamente cada dia, perdidamente me apaixonei por aquela mulher que um dia eu juguei como “nova demais” pra mim, aquela mulher que tem mais maturidade que muito velho que eu conheço.

“♪♪...Pulei pra bem longe da felicidade e aí que eu caí...♪♪”

Eu caí, caí direto no fundo do poço, mesmo eu não tendo feito o que acham que eu fiz.

“♪♪...As coisas não iam tão bem entre nós...♪♪”

As coisas IAM muito bem entre nós.

“♪♪...Nada justifica uma traição...♪♪”

Nada.

“♪♪...Errei, admito que foi minha culpa...♪♪”

Eu errei
Eu admito
Foi minha culpa

“♪♪...Hoje eu sou alguém que desconheço...♪♪”

Realmente eu não me reconheço mais.

“♪♪...Eu aceito seu não, traição não tem perdão...♪♪”