Geralmente quando um dia começa ruim, dizem que se deve ser otimista para o dia não ficar pior, sendo filha de quem era, começando um dia ruim, significava provavelmente uma semana inteira ruim.
Elizabeth sentia o coração disparar enquanto andava lentamente para casa, sentindo suas pernas amolecerem a cada passo que dava pela rua longa. Não somente pela brincadeira no consultório de seu pai, mas porque seu dia na escola não havia sido tão simples, ela havia discutido com uma professora e isso não terminou bem.
Sabendo que uma das regras de seu pai era ser educado, ela já estava vendo seu caixão, já que não poderia entrar amanhã sem a presença do mesmo. Tinha sido somente ladeira a baixo para ela nesse dia terrível.
Hannibal não gostava de atrair atenção para si, não gostava que ninguém soubesse ou ficasse muito perto de sua filha, não apenas para proteger seu segredo, mas também porque ela era sua melhor parte. Elizabeth era sua parte que lembrava a sua humanidade, ela era o que despertava sentimentos nele, que o fazia amar e lutar, ela era sua maior fraqueza.
Ele não havia a criado na base do medo ou botado o peso de seu segredo nas costas da criança, pelo contrário, se ela quisesse o denúnciar ou não quisesse mais estar com ele, Hannibal iria deixar a mesma ser livre. A garota havia sido criada como uma adolescente normal, apesar de ter a melhor educação o possível, mas ela sempre teve de fazer escolhas...
Tais escolhas variavam desde o que ela iria fazer no dia seguinte, a escolher se iria esconder o segredo de seu pai do mundo, Elizabeth gostava de psicologia e sempre aprendeu desde muito pequena a pensar por si, ter suas prioridades, sua liberdade. Era estranho o fato dela escolher esconder o segredo de seu pai, mas ela não queria ele longe, não queria que a única família que lhe sobrara sumisse.
Era incrível como mesmo ele sendo perigoso, um monstro em diversos sentidos, Hannibal fazia com que as pessoas necessitassem dele, o quisessem loucamente perto de si. Com sua filha não era diferente, ela o amava e o odiava na mesma intensidade, ela necessitava muito dele e ao mesmo tempo se enojava.
Não o que ele era, mas o que fazia, detesta a personalidade canibal dele, mas amava o "seu pai" eram como se fossem duas pessoas completamente diferentes, como se precisasse de um gatilho para ativar a outra personalidade. Apesar dela saber que nenhuma delas iria a machucar, ainda sim era difícil conviver com aquilo...
O lado canibal dele era sutil, as pessoas não conseguiam diferenciar ele, a não ser que estivesse extremamente agitado, mas ela sempre sabia quando era seu pai falando ou o canibal. Frases sutis como "você é uma pessoa extremamente rude" ou então "o que vamos fazer com você" indicavam que era o canibal falando ali, ele estava preparado para dar um fim a seu problema.
Seu rosto mudava sutilmente, seus olhos pareciam até mais escuros, ele nem ao menos piscava, mantinha os olhos presos a sua "presa" e o tom de sua voz parecia mais grave, as linhas de seu rosto pareciam mais fortes e seu corpo se contraia levemente. Ninguém nunca notava já que ele era um homem sério, uma pessoa que quase nunca sorria ou saia de sua maneira polida e educada.
Enquanto com ela, Hannibal a ensinou a ler movimentos, entender mudanças comportamentais, ler linguagem corporal de todos a sua volta, realmente todos deveriam aprender isso em algum momento da vida. Quer dizer, as pessoas eram tão negligentes com sigo mesmas, que deixava tudo mais fácil para uma caçada de Hannibal.
A rua era silenciosa, mas isso nunca foi um problema para Elizabeth, ela não tinha medo do silêncio ou do escuro, conseguia escutar tudo a sua volta, não gostava de muito barulho. Quando chegou em sua casa, ela sabia que o pai estava a essa hora na cozinha, ela não tirou os sapatos, Hannibal era extremamente silencioso, tinha ouvidos muito bons, ele não gostava de ser surpreendido.
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A filha de Hannibal Lecter
FanfictionHannibal é famoso por ser um incrível psiquiatra. O que ninguém sabe é que ele é responsável por uma série de crimes sendo o mais famoso assassino canibal, que consegue conquistando a confiança de seus pacientes. Mas por trás dessa frieza, crueldade...