No dia seguinte, Elizabeth esperou o pai ir trabalhar para poder ter a casa para ela, tinha que procurar mais sobre sua mãe, ela tinha dúvidas e queria respostas...
Assim que ela ouviu o motor do carro do pai e a garagem ser fechada, ela correu para o escritório do pai que ficava no segundo andar da casa, tinha que estar ali...
Ela procurava por algum registr, certidão de nascimento, identidade, registro de óbito ou qualquer coisa do gênero, ela precisava de alguma coisa, senão não teria paz... mas onde seu pai iria guardar uma coisa dessas?
Talvez ele estivesse escondendo bem à vista, em um lugar perto dela do qual ela passasse todos os dias, ou então talvez estivesse no fundo do mar, no deserto ou então queimando em um vulcão...
Isso a deixava louca, porque ela não sabia se o pai tinha feito isso apenas para a provocar, ou se tinha algo muito maior por trás de quem era sua mãe.
O pior é que ela não sabia se o pai realmente tinha amado a mulher do qual ela queria saber se era sua mãe, ela não sabia o que ele tinha feito com ela, se ela ainda estava viva ou se ele a tinha devorado.
Elizabeth sentiu um arrepio percorrer sua espinha, sabendo que para o pai comer um corpo e aproveitar cada parte dele era uma forma de honrar, era uma coisa positiva ao seu ver, mas assustador ainda sim.
Ela não sabia onde procurar, não sabia quem achar, ela não tinha a menor pista da mãe, ela não sabia como ela era, o nome, altura, cor, nada, era como procurar um fantasma...
Elizabeth sentiu raiva, sentiu como se o pai estivesse a privando de alguma a coisa muito importante, ela não sabia o que era ter uma mãe ou presença feminina em sua vida.
Sempre fez falta uma mulher em sua vida, alguém para conversar sobre moda, sobre meninos e meninas, sobre qualquer coisa básica, fazer as unhas, vestidos que fosse sobre a porcaria do cabelo...
Hannibal não gostava daquelas coisas, ele havia a criado como uma dama do século dezessete, uma perfeita princesinha com muito bons modos.
Ela estava desarrumando tudo que encontrava naquele bendito escritório, estava querendo encontrar uma mínima coisa sobre a mãe.
Quando depois de uma hora procurando, ela finalmente achou uma foto, uma foto antiga e amassada, guardada dentro de um livro de medicina.Nela tinha uma mulher linda e Hannibal conversando, ela tinha cabelos longos e olhos escuros, pele clara e era corpulenta, só poderia ser ela...
Elizabeth se sentou no chão com a foto, passando o dedo de forma de vagar pelo rosto da mulher na foto, ela era tão linda, e parecia feliz na foto.
Aquilo a fez parar por alguns segundos, ela estava extremamente apavorada e ao mesmo tempo feliz, tinha a prova de que era sua mãe era linda e parecida com ela.
A menina tenta tirar o máximo de detalhes da foto, não apenas do físico de sua mãe, mas se reconhecia o lugar onde os pais estavam. Parecia uma casa antiga, mas não sabia dizer se era na cidade ou em outro lugar que o pai tivesse passado.
- o que você pensa que está fazendo?
A voz de Hannibal ecoa com força, frieza e severidade. Ela se distraiu, parou de olhar se o pai já estava em casa ou não. Elisabeth engole em seco, mas não consegue nem se mexer. O pai estava zangado.
- Quem te autorizou a entrar aqui e mexer nas minhas...
Ele vai se aproximando e quando a vê segurando aquela foto, para e por breves segundos fica sem fala. Isso nunca tinha acontecido e a filha percebe, aproveitando esse momento para ter coragem e se levantar.
- É ela não é? Essa é minha mãe!
Não era uma pergunta, e sim uma afirmação. Ela sabia que tinha descoberto quem era. Um sorriso surge nos lábios de Elisabeth, diante tanta falta de ação do pai.
- Qual o nome dela? Como se conheceram? Como...
Ela não termina a última pergunta, pois o pai sai do estupor e caminha ferozmente até sua frágil presença e arranca a foto das mãos com brutalidade.
- Te mandei esquecer essa história. Não pensar nesse assunto. Parece que não fui claro o bastante.
Ele não responde a nenhuma pergunta e seu tom ríspido a faz tremer um pouco. Isso e o fato do pai guardar a foto no bolso de sua calça com certa ferocidade e começar a desafivelar o cinto.
- Papai, eu só queria saber mais.
Elisabeth começa a miar baixinho e tenta se afastar, apenas para ter seu braço puxado pelo pai.
- Pois eu dei uma ordem que foi desobedecida. Sua curiosidade te colocou nessa situação. Agora aguente.
Ele soa frio demais. Ela estava com medo sim, mas precisava tentar tirar algumas informações dele.
- É meu direito. Ela é minha mãe. Quero ao menos um nome, só isso. Um nome!
A voz acaba subindo um pouco e ele da um aperto em seu braço,em sinal de aviso.
- Chega desse assunto! Não quero falar sobre isso, nem agora e nem nunca.
Elisabeth percebe uma vacilação leve no olhar do pai ao dizer essas palavras. Isso mexia com ele de certa forma. Ela só não sabia o motivo ainda, mas iria descobrir. Mesmo que precisasse encarar um castigo, iria questionar o pai mais ainda.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A filha de Hannibal Lecter
FanfictionHannibal é famoso por ser um incrível psiquiatra. O que ninguém sabe é que ele é responsável por uma série de crimes sendo o mais famoso assassino canibal, que consegue conquistando a confiança de seus pacientes. Mas por trás dessa frieza, crueldade...