Pavor

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A primeira cintada pegou com força na lateral da coxa esquerda da menina, Elizabeth se encolheu e tentou recuar assustada com o movimento bruto do pai. Hannibal segurou bem firme o braço da menina a puxando novamente para perto dele, não a deixando se afastar dele, eram as consequências por ter mexido onde não deveria...

A primeira cintada também serviu de aviso para Elizabeth, ela sabia que deveria obedecer e ficar quietinha durante o castigo, nunca era uma boa ideia fugir do pai, ainda mais em uma situação como essa.

Hannibal soltou o braço da filha e colocou a mão livre em seu ombro, a guiando firmemente até sua escrivaninha, fazendo a ficar de frente para o móvel enquanto dobrava o cinto na mão.

Elizabeth sabia o que deveria fazer, deveria deitar de bruços e rezar para que o pai não decidisse ser tão severo assim com ela, uma coisa que pelo visto estava fora de cogitação. Isso assustou a menina, pensar em quão bravo o pai poderia estar em conta dessa desobediência, desse afrontamento...

  Pra piorar ela estava com o uniforme de escola, uma saia e uma camiseta branca, mostrando outro ponto importante que acrescentaria mais em sua punição, ela havia matado aula para tentar encontrar alguma coisa sobre a mãe, ela havia tentado enganar o pai vestindo o uniforme como se fosse um dia comum.

  O único problema foi que ela pediu para ele a deixar ir sozinha para a escola, Elizabeth vivia enchendo o saco do pai querendo que ele a levasse para a escola, a menina detestava pegar ônibus ou ir andando, nem mesmo de bicicleta ela gostava de ir, naquela manhã ela não havia dito nada ao pai.

Isso tudo só serviu para irritar ainda mais Hannibal, afinal a menina só poderia achar que ele era um tolo de cair em um truque tão antigo quanto aquele, era basicamente como se ela tentasse esfregar na cara dele que ele não a conhecia bem o suficiente, que ela iria conseguir fazer tudo aquilo e depois arrumar como se nunca tivesse mexido em suas coisas.

Foi a vez de Hannibal rir, agora era sua filha quem parecia não o conhecer bem o suficiente, ele era bem chato em relação as suas coisas, gostava delas em seu respectivo lugar, presava por uma casa impecável, roupas bem arrumadas e passadas, detestava sujeira, até mesmo seus crimes eram limpos, ele sempre teve muito cuidado.

Mesmo que ela colocasse tudo no lugar, ele iria saber que ela estivera mexendo, procurando por alguma coisa, ele sempre sabia quando algo era retirado e posto novamente no lugar, era difícil fazer Hannibal de bobo, ainda mais uma pessoa do qual ele conhecia tão bem.

Elizabeth se curvou na mesa, agora com os olhos marejados querendo que aquele pequeno filme de terror que ela tinha se metido acabasse de uma vez, era assustador estar nessa posição e ver seu pai com raiva pela primeira vez...

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As cintadas eram fortes, fazendo a meninas segurar com toda a força contra a mesa, ela podia sentir toda a irritação de seu pai, ele não estava para brincadeiras agora, ele estava muito irritado por terem mexido em seu segredo.

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Elizabeth queria gritar para que o pai parasse com aquele castigo, mas ela sabia bem que ficar gritando e esperneando só serviria para irritar ainda mais Hannibal, ele detestava pirraças e esperneios desnecessários, ainda mais quando a pessoa buscava por aquilo.

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A menina estava sentindo suas forças acabarem, tudo que ela poderia fazer era chorar e se render ao castigo do pai, não tinha mais o que fazer, resistir só traria mais dor desnecessária a ela, ela se culpava por ter sido tão tola achando que conseguiria fazer tudo aquilo sem o pai notar, ela deveria saber melhor do que aquilo, mas agiu feito uma criança birrenta.

Elizbeth começou a soluçar alto quando sentiu o pai levantando sua saia e abaixando suas roupas intimas, ela ficou com vergonha e ainda mais nervosa do que já estava, queria fugir daquilo tudo, queria se esconder do pai, mas ela também sabia que ele a acharia como um ratinho fugindo de um gato.

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Finalmente o castigo tinha cessado, Elizabeth estava mole em cima da escrivaninha do pai, não queria se mexer, parecia que seu traseiro pegava fogo, estava doendo muito até mesmo para levantar...

Ter ficado apoiada ali era a pior decisão de sua vida, a madeira machucava seu estomago, a cada cintada que ela recebia ela dava um impulso com o corpo para frente se chocando ainda mais contra a madeira.

Hannibal ajeitou as roupas da filha com cuidado, vendo que a pele da menina estava bem vermelha e sabia bem que ela não se sentaria confortavelmente durante um bom tempo, ele colocou o cinto de volta nas calças e deixou a filha chorar e colocar tudo para fora, ela precisava desse momento.

  Depois de alguns minutos chorando Hannibal levantou a filha a puxando pelo ombro com suavidade, ele iria a abraçar, ele não era exatamente uma pessoa carinhosa, mas sabia que humanos precisavam de contato físico, de calor humano para se sentirem melhores, ainda mais crianças depois de um castigo tão duro quanto aquele.

--Não! Eu não quero que você me toque...Você nunca tinha batido assim antes, você me machucou! Fica longe!

A menina gritou se afastando dele quando sentiu que ele iria a abraçar, ela se sentia traída, dolorida e estava com medo do pai, nunca tinha visto ele com raiva antes, a menina correu em direção ao quarto sem esperar para ouvir o pai, apenas queria chorar ate cansar.

A filha de Hannibal LecterOnde histórias criam vida. Descubra agora