A filha de Hannibal Lecter

O seu perdão

Quando Elizabeth finalmente acordou, ela tentou se mover, mas sentiu uma dor forte no traseiro que a fez voltar a ficar parada na cama, ela ainda estava grogue e com sono.

  A garota mal abriu os olhos, estava tudo escuro, então ela deduziu que deveria ser de madrugada aquele momento, estava sentindo uma dor latejante e não conseguia se mexer direito, aquilo a fez sentir vontade de chorar ainda mais.

  Ela pensou em tudo que tinha feito, na maneira como tinha feito, talvez fazer aquela cena na frente de todos não tinha sido uma boa ideia no final de contas, eram muitas pessoas vendo e terem do que comentar depois.

  O baile não foi de tudo ruim, Elizabeth não conseguia parar de pensar em Amber, em quanto as duas tinham coisas em comum, seguiam as mesmas regras idiotas, pais particularmente antiquados e severos em sua educação...

  Mas o que mais tinha lhe surpreendido naquela noite, havia sido o beijo que a garota de cabelos loiros havia lhe dado, havia sido um golpe surpresa, nem mesmo ela esperava por aquilo no meio da dança...

  Elizabeth se mexeu mais uma vez, em uma tentativa de pelo menos tentar se ajeitar no colchão, conseguindo com muita dificuldade se virar para o lado ela se deparou com o pai sentado em sua poltrona dormindo.

  Hannibal estava perto da cama, sentado na poltrona, com a mão apoiando sua cabeça escorada no braço da poltrona, as pernas cruzadas e os cabelos um pouquinho bagunçados, mostrando que ele tinha saído do banho.

  Elizabeth entendeu rápido que ele estava a vigiando, não como castigo, mas sim como uma forma de preocupação é proteção, ele estava ali com ela, mesmo que ela mesma não notasse a presença dele antes.

Isso a fez sorrir um pouquinho, ver o pai ali, ao seu lado, parecia que ele tinha ficado sentado ali na poltrona durante horas sem nem ao menos se mexer para ir ao banheiro ou se alimentar...

Seu coração se aqueceu, a menina sentiu uma paz enorme ao saber que o pai já tinha a perdoado, o sinal estava bem claro, ele estava li por ela e não pretendia sair tão cedo de perto dela, ela queria um abraço, mas não conseguia se mover ainda.

  —Papai? —Ela chamou baixinho, não queria acordar o pai caso ele estivesse dormindo profundamente, mas precisava tanto do seu carinho, do seu amor, de um abraço...

  Isso era algo engraçado, Hannibal presava muito o sono, gostava de dormir bastante quando tinha momentos livres, mas estava quase sempre alerta a tudo ao seu redor, ele ouvia o menor dos barulhos.

Por isso pra ela, quase sempre era impossível sair de casa escondida, seu pai poderia até estar dormindo, mas não significava que ele não estivesse ouvindo tudo que acontecia na casa.

—Papai? —Ela chamou novamente agora com a voz quase tremendo, ela precisava urgentemente que seu pai respondesse para ela ou desse qualquer sinal de que estava acordado.

E para o bem do coraçãozinho de Elizabeth que já estava saindo pela sua garganta, Hannibal mexeu um pouquinho a cabeça mostrando que estava a ouvindo, mesmo estando na mesma posição e de olhos fechados para a menina.

  Elizabeth não se conteve, mesmo estando com muita dor, ela se levantou o mais rápido que conseguia e correu para perto do pai sentando em seu colo de lado e o abraçando com firmeza enquanto chorava alto.

  Geralmente Elizabeth respeitava o espaço do pai, tanto quanto ele respeitava o dela, ela esperava ele dar um sinal de que um abraço era bem vindo, Hannibal não era exatamente a pessoa mais carinhosa do mundo.

  —Desculpa, papai me desculpa por favor, eu sinto muito mesmo, eu não vou fazer isso novamente. —Ela falou o apertando com força, não sabia se ele iria a abraçar de volta.

  Lentamente, Hannibal passou as mãos pelas costas e cintura da filha, a embalando em seu peito com cuidado e colocando o queixo apoiado no ombro da filha que soluçava alto, ele não se importou com a falta de sinais naquele momento.

  —Shh, acredito que minha mensagem tenha sido bem dada e creio que não irá cometer o mesmo erro duas vezes..—Ele falou acariciando as costas e cabelos da filha enquanto tentava a acalmar um pouquinho.

  Elizabeth relaxou o corpo dela, deixando seu peso ordinária o corpo do pai, vendo que ele não estava com raiva ou qualquer sentimento negativo naquele momento.

   Não precisavam conversar muito para saber o que estava sendo necessário ali, Hannibal continuou com a filha em seu colo durante um bom tempo e depois se levantou com a menina em seus braços.

  —Descanse mais um pouquinho, amanhã terá um longo dia pela frente, tem que estar bem e com energia. —Falou o homem colocando a criança delicadamente na cama.
Elizabeth se sentiu bem melhor ao ser colocada na cama, ela estava sentindo o cansaço vir novamente, estava quase fechando os olhos novamente, mas não queria que o pai fosse embora de seu quarto... ela queria que ele ficasse mais tempo com ele.

  —Durma, eu estarei bem aqui, vou ficar com você até que durma completamente Elizabeth, não se preocupe com nada disso. —Falou ele como se lesse os pensamentos da pequena.

Hannibal se sentou novamente na poltrona depois de cobrir a filha e ajeitar do melhor jeito possível, deixando ela mais confortável, ele iria a observar até que ela pegar no sono.