A menina nunca entendeu como um hospital poderia ser um local calmo e que pedia silencio para as pessoas de fora e visitantes, quando dentro dele era um verdadeiro caos, com pessoas machucadas, médicos correndo, crianças, choro e um verdadeiro caos dentro dele. Elizabeth sentia uma dor de cabeça bem forte, com toda aquela gritaria e pessoas correndo de um lado para o outro.
Quando finalmente ela viu o pai chegando, Elizabeth sentiu calafrios na alma, ele vinha lentamente andando pela larga ala de pacientes até onde ela estava, os médicos o guiavam conversando com ele. Era nítido como as pessoas ficavam maravilhadas com a presença dele, sorriam e queriam sua atenção.
Assim que chegaram bem perto dela, Hannibal deu um abraço na filha, parecendo realmente preocupado com a filha, ele passou a mão pelos cabelos longos da filha e a envolvia fortemente com os dois braços. Elizabeth se odiou por ter adorado aquele contato físico do qual precisava desesperadamente.
--Doutor Sherman, se me permite eu gostaria de ter uma conversa a sós com minha filha, tem algumas coisas que gostaríamos de discutir se nos permite, antes de irmos.
Hannibal pediu com educação se virando para olhar para o doutor que o acompanhava, o médico sorriu e falou que poderiam ficar o tempo que fosse necessário e saiu se retirando lentamente do recinto para atender outros pacientes. Quando o médico finalmente saiu, Hannibal soltou a filha com delicadeza e se sentou em uma cadeira perto da maca que ela estava, a olhando de forma séria.
O silencio reinou, aquilo estava enlouquecendo a menina, ele não dizia nada, apenas estava sentado lá a olhando como se pudesse devora-la a qualquer segundo, estava parecendo tão calmo que isso quase a fazia vontade de sair correndo daquele local. Ela preferia que ele gritasse, ficasse furioso, o silencio apenas mostrava o quanto ele era perigoso, mostrava o quanto ele observava tudo e todos.
--Papai...Olha eu posso explicar, eu posso te contar o que aconteceu, eu não estava tentando... quer dizer eu sei que me cortei, eu sei que pareceu...
A menina começou tentando explicar o que tinha acontecido, mas o homem levantou a mão para a silenciar, ela logo se calou e obedeceu ao pai, Hannibal deu um pequeno sorriso vendo que ela obedecia a suas ordens mais rapidamente agora, cruzando as pernas lentamente e se ajeitando na cadeira ele começou a falar
--É bom saber que você consegue ouvir ainda, mesmo depois de ter me desobedecido prontamente quando eu mandei você parar de procurar, você tem que aprender a ouvir quando uma ordem é lhe dada.Hannibal falou de forma calma, não parecia zangado, parecia que estava falando com um de seus pacientes, mas ela sabia bem que ele não estava nem um pouquinho feliz com o que ela tinha feito, tanto a si mesma quanto para sobre a procura da mãe.
--Eu me preocupo com você e você esta doente...Com toda aquela obsessão por sua mãe, você tem ficado agressiva, sem limites, até mesmo se cortou em conta disso, olha só como você esta sei que seria uma decisão difícil, mas talvez a melhor opção seria internar você...
Aí estava, ela sabia que ele estava com raiva, mas não sabia que era tanta, ele estava demonstrando suas garras agora, isso a fez chorar, ela estava assustada com essa ameaça, que ela sabia que era muito bem capaz de acontecer. A menina começou a chorar de forma copiosa, ela se levantou e se agarrou ao pai desesperada se ajoelhando no chão e chorando em suas pernas.
--Perdão papai, perdão, eu não deveria ter desobedecido, isso nunca mais vai acontecer, eu sinto muito mesmo, por favor me perdoe, eu não quis te preocupar.
Hannibal não se mexeu, apenas ficou olhando para a filha que estava agarrada em sua cintura, ele estava vendo a filha dessa forma, parecendo uma criança que tinha comido um biscoito antes da hora e agora estava implorando para não ficar de castigo. Elizabeth tinha medo de ser internada, ela sabia bem que o pai poderia fazer isso acontecer.
O psiquiatra passou a mão na cabeça da filha, vendo ela tremendo de pavor e chorando com apenas uma ameaça, ele levantou o rosto da filha e passou a mão pelo rosto da menina chorosa com delicadeza.
--Acredito em você, se arrume vamos para casa.
Foi tudo que ele disse antes de se levantar e deixar a filha tentando se acalmar no chão, a menina estava assustada, vendo pela primeira vez uma pontada da verdadeira face e raiva do pai, ela nunca tinha o provocado a ponto dele a ameaçar. Ela sentia o coração acelerado, sentia como se pudesse morrer, sentia como se fosse um pequeno coelho fugindo de um lobo, ele era um predador e que não precisava da violência para apavorar.
Ele era uma criatura estranha, que se movia por motivos estranhos, não parecia ter algo que o parasse, nem mesmo o fato de ela ser sua filha, na verdade aquilo parecia fazer ele querer ainda mais a atormentar, pelo menos era isso que parecia para Elizabeth. Aquilo era frustrante, era estranho, ela se remoía por não ter um pai como as outras garotas tinham, enquanto as meninas da sua idade sonhavam com garotos e com moda, ela sonhava com uma família normal.
Elizabeth agora estava presa com as ameaças que não ela não queria acreditar que eram reais, mas ela sabia bem que se pagasse pra ver, poderia acabar em um manicômio e ainda ter o pai como médico, Hannibal não gostava de ser desafiado, quanto mais por sua filha que ainda era uma pirralha aos seus olhos. Hannibal não iria deixar uma criança desafiar ele ou fazer o que bem entendia, ela era filha dele, ela era dele é somente ele iria coordenar aquele circo.
Elizabeth sentiu o coração apertado, aquela ameaça realmente tinha assustado a menina, mas ela não estava disposta a desistir, não ainda, ela não poderia desistir, ela tinha que continuar firme.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A filha de Hannibal Lecter
FanfictionHannibal é famoso por ser um incrível psiquiatra. O que ninguém sabe é que ele é responsável por uma série de crimes sendo o mais famoso assassino canibal, que consegue conquistando a confiança de seus pacientes. Mas por trás dessa frieza, crueldade...