O presente.

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Depois de algumas horas, Elizabeth já estava cansada de ficar em seu quarto, ela não conseguia ficar parada e com aquele silêncio todo. Ela queria conversar com o pai, ou qualquer outra pessoa que ela conhecesse...

  Quando a porta do seu quarto foi aberta com uma delicadeza extrema, se ela não fosse filha de quem era, teria sido pega de surpresa. Era Hannibal, que colocou primeiramente apenas o rosto olhando a filha com um sorrisinho manso para não a assustar.

  Isso foi um alívio para ela, queria dizer que ele não estava mais zangado, mas parecia estar escondendo alguma coisa, ele parecia estar relaxado. Bom não era natural ele esconder alguma coisa dela, ele geralmente era direto com qualquer coisa.

  —Teremos um compromisso importante hoje, trouxe algo que pensei que você talvez gostaria de usar para nossa ocasião de hoje a noite. —Falou ele entrando no quarto e em suas mãos entregou um vestido a filha.

  Elizabeth tentou ficar zangada com o pai, apenas tentou, estava motivada a ficar louca da vida e insultar o pai, gritar e espernear, para ver se arrancava alguma reação dele, ela pensava isso somente até ver o vestido que o pai trouxe.

  Era um vestido longo, vermelho que diminuía na parte da frente e tinha uma enorme calda, com detalhes dourados e prateados por sua cauda. Que vinha com uma manta vermelha para colocar nos braços...

A menina pegou o vestido encantada, não conseguia parar de olhar para aquilo, era perfeito, parecia extremamente caro, parecia um vestido antigo das épocas de reis e rainhas, era absolutamente perfeito. Ela perdeu toda a vontade de lutar contra o pai depois daquele presente.

  —Meu Deus... papai...Isso aqui é simplesmente lindo! Onde arranjou esse vestido? Ele deve ter custado uma fortuna! —Elizabeth falou apertando o vestido contra o peito.

  Hannibal sorriu de forma amigável para a filha, vendo que pelo menos ela não iria brigar para irem no seu compromisso, ela geralmente reclamava para sair com o pai nesses encontros chiques que ele tinha. Dinheiro nunca havia sido um grande problema para ele, e se ela gostava...

  Ele era um homem preparado, para acalmar qualquer resquício de que sua filha resolvesse surtar, ele pegou um último presente para a menina. Uma tiara que pareciam flores, porém feitas de prata, delicadas e finas.

  Elizabeth era um pouquinho gananciosa e cobiçava muitas coisas, então não era difícil para ele saber como agradar a filha e a manipular para que ela colaborasse com seus planos, ela adorava coisas brilhantes e bonitas.

  Apesar de não gostar de ver a filha usando decotes ele permitiu que o vestido tivesse as costas aberta, nada muito exagerado, mas ainda sim da maneira que a filha gostava...

—Onde vamos parar ganhar esses presentes tão lindos? Posso usar a tiara agora ela é tão linda! —A menina falou quase pulando no lugar, ela estava tão encantada com tudo.

  —Iremos a um jantar, será um baile para ser mais exato, tenho amigos que me convidaram para fazer o banquete, então... que melhor maneira de mostrar nossa gratidão do que realmente nos mostrando interessados? —Ele falou com um semblante mais sério agora.

Geralmente as reuniões do pai eram extremamente chatas, mas ainda sim isso poderia ser interessante para ela, já que ela poderia chamar a atenção de todos. Ela já tinha ido antes a um baile de gala, ela iria se misturar facilmente.

  Ainda sim, quando ela finalmente sentiu o coração esfriar por alguns segundos, seu pai iria fazer o jantar para todos, ela sabia muito bem o que isso significava, provavelmente um porco amenos no mundo.

  Um cordeiro nunca deveria aceitar um jantar com lobos, muito menos acharem que podem comer o mesmo que lobos comem. Pobres cordeirinhos, que acreditam na palavra de um lobo, todos inocentes, todos presas fáceis.

  Ela sabia bem que o pai não serviria nada de ruim para ela, agora as outras pessoas... bom, coitadas delas, Elizabeth dava graças adeus de seu pai a liberar muitas vezes dos jantares.

  Aquilo era uma coisa de criança, pedir permissão para sair do jantar, ou ter que sentar de castigo até todos acabarem, ter que comer as vezes coisas que não gostava e com uma cara feliz na frente de todos.

  Ela iria deixar tudo aquilo de lado, ela teria que pensar em como faria para deixar a noite do pai e a dela muito mais interessantes, ou seja, iria aprontar um pouquinho durante o baile.
  Apesar de ser um tanto quanto arriscado, ela sabia que se seu pai se irritasse de mais, poderia ser uma vergonha épica na frente de muitas pessoas importantes e ricos, aquilo seria a última coisa que ela gostaria que acontecesse na frente de muita gente.

  Elizabeth estava dividida, tirando seu vestido lindo, ela gostaria muito de que tivesse alguém conhecido para ela conversar e não adultos chatos que só sabiam ser educados por obrigação e nada mais...

  Por outro lado, ela tinha medo de encontrar alguém conhecido lá e pagar um mico enorme na frente dessas pessoas, ainda sim, era algo que ela gostaria e odiaria ao mesmo tempo, ela não sabia o que queria.

Hannibal deixou o quarto vendo que a filha estava em seu próprio mundinho, dançando comigo vestido na frente do corpo se olhando no espelho e a tiara na cabeça.

Hannibal deixou o quarto vendo que a filha estava em seu próprio mundinho, dançando comigo vestido na frente do corpo se olhando no espelho e a tiara na cabeça.

  Ele a deixou ali, não adiantaria de nada conversar com ela agora, pelo menos ela estava feliz com os presentes que havia ganhando, isso a deixaria mais calma durante algum tempinho.

Elizabeth estava pensando em quem seriam os convidados, com quem ela poderia apontar, com quem ela poderia tirar vantagem, ou até mesmo fazer o coitado passar por uma cena vergonhosa que nunca esqueceria, ela era terrível, ela adorava um pouquinho de caos.

Fazer o que, ela era filha de Hannibal Lecter, não seria fácil para ninguém aquela noite, se ela não se divertisse, ninguém mais iria se divertir.

A filha de Hannibal LecterOnde histórias criam vida. Descubra agora