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    Vou atrás daqueles dois tentando os achar até ver a porta do escritório de Castiel encostada. Se eles estiverem se escondendo dentro de casa, aqui seria o melhor lugar. Adentro o local pé por pé, observando bem os lados para não perder nada. A mesa enorme no centro da sala impedia minha visão de alcançar o que continha através dela, mas especificamente em baixo dela. Me permito analisar com mais clareza o ambiente ao acionar o interruptor. Tento o mais silenciosamente chegar até o outro lado, me debruço sobre a mesa vendo Agatha tentando ver de que lado eu viria para tentar uma fuga, tendo no processo de observa-la uma ideia um tanto cômica até. Ando pelo o local como se não soubesse onde eles estão fazendo barulho com as cortinas ao lado da mesa, finjo ir até a porta e a fecho.
    - Acha que ela já foi? - Agatha sussurra ansiosa. - Retiro os meus saltos e volto para a mesa.
    - Não sei, não escuto mais os saltos. - Cas devolve o sussurro. Me debruço sobre ela os vendo terminando de devorar a prova criminal deles.
    - Boo! - Digo fazendo os dois pularem de seus lugares.
    - Ai, caramba Skay! - Ele me encara ainda debaixo da mesa com uma mão na cabeça, faço questão de levantar uma das sobrancelhas para ele. Vejo os olhos de Tatá saírem de órbita, quase pulando pra fora enquanto ela levanta as mãos em rendimento.
    - O que tem a dizer em suas defesas? - Espero a provável desculpa esfarrapada que surgirá a seguir. - Eu vou dar a vocês um minuto para se ajeitarem, limparem o rosto, lavarem as mão e desamassarem as roupas. Quero que lavem os copos e colheres e coloquem no lugar. Começando... agora. - Digo aparentando calma ao desistir de ouvir qualquer que seja suas palavras mentirosas e sapecas.
    - Te disse que ela ia ficar brava...
    - Mas foi você que me deu a colher papai! - Eles saem rápido discutindo.
Respiro fundo e calço os meu saltos, me ajeito e saio do escritório apagando as luzes. Já do lado de fora, vou para perto do carro esperar eles dois.

    "Sejam bem vindos!" Estava escrito no tapete exposto do lado de fora da enorme casa. Já havíamos chegado na casa dos pais de Castiel, o caminho poderia ter sido tranquilo. Poderia. Mas os dois cismaram em continuar a discussão anterior, agora com um novo tópico ou tema. 'Como não dedurar o papai pra mamãe.' Sendo esse o principal motivo de toda a discussão.
    - Mas você não me disse que era pra eu ficar calada...
    - Mas não era pra você ter falado que foi eu, comigo pedindo ou não.
    - Ma-ma-mas aí a culpa ia cair todinha em cima de mim!
    - Ossos do ofício meu bem...
    - Quero que os dois encerrem isso, agora. Já estamos aqui mas eu não ligaria de voltar pra casa nesse exato momento.
    - Sim mamãe/Skay... - Eles finalmente param. Aperto a companhia já que Castiel segura a travessa e a mão de Tatá. Não demorou muito e um senhor de cabelos acinzentados aparece para abrir a porta.
    - Bom dia pai. - Castiel fala do meu lado.
    - A que devo a graça da sua presença filho ingrato? - Ele nos olha minuciosamente divertido com um sorriso no rosto, enquanto se apoia no batente da porta.
    - Vim em paz papai! - Ele levanta uma mão com a palma a mostra. O senhor nos dá passagem, vou logo atrás de Castiel como uma medida protetiva para o meu nervosismo. Tatá vai toda saltitante ao seu lado.
    - Querem alguma coisa? Vou chamar minha esposa. - Ele some em algum cômodo da casa.
    - Não pensei que você realmente iria vir. - Diogo aparece descendo as escadas com Dany.
    - Ainda morando com os pais Didi? - Eles se abraçam em comprimento. Dany desce do colo do pai e vem até onde estamos.
    - A gente podia ir brincar no jardim da vovó né! - Fala todo animado já perto de Tatá. - Os adultos vão ficar conversando conversa chalta. - A língua dele embola um pouquinho na última palavra.
    - Nada disso, vocês vão almoçar antes de se sujarem, não tô a fim da mamãe reclamando, ou nos mandando lavar as mãos de novo Dandan. - Diogo diz.
    - Então quer dizer que eu finalmente vou ter meu filho mais velho comigo para o almoço. - Uma mulher vem até a sala, ela tem cabelos pretos como breu com algumas mechas claras.
    - Mamãe. - Eles se abraçam e dessa vez eu estou segurando a travessa. Ela vê Tatá e a pega nos braços.
    - Você deve ser minha primeira neta. - Ela a beija nas bochechas fazendo a menina rir.
    - Oi mamãe do papai! - Tatá fala um pouco vermelhinha.
    - Prazer florzinha. - Ela a coloca no chão e Tatá se aproxima da outra criança presente.
    - Olá muito prazer! - Me cumprimenta abraçando meus ombros. - Me dê isso aqui, esses homens nem pra ajudar a menina. - Ela espalma um tapa no braço do marido.
    - Querida! - Ele a olha falso sentido com sua ação. Ela o dá um olhar de canto de olho pronta para responder o que quer que seja que ele iria dizer.
    - Vem meu bem vamos pra cozinha. - Ela me pega pela mão. Olho para Castiel e ele parece um pouco nervoso o que não ajuda os meus nervos.
    - Esses meninos... Você quer beber alguma coisa? - Ela coloca atravessa na geladeira, pega uma jarra de suco e um copo.
    - Sim eu... Aceito claro. - Me sento na banqueta que tem no balcão. Ela me dá o copo de suco e vai para as panelas.
    - Quero deixar claro que, independente do que você disser, eu vou continuar com um pé atrás com você. - Ela diz enquanto mexe as panelas. - Quero dizer... Meu filho já teve que lidar com uma mulher sem escrúpulos antes. Não quero saber se você veio de um orfanato, ou se já passou por muita coisa e blá, blá-blá, blá-blá... - Continua com um ar entediado. - A única coisa que importa aqui é... - Ela se vira com uma faca. - Qualquer coisa, qualquer palavra ou insinuação da parte do meu filho ou qualquer outra pessoa que tenha um convívio contigo... Eu juro que acabo com você. - Ela termina depois respira fundo e sorri abaixando a faca. - Seja bem vinda a família meu bem.




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Juiz: Obsessão Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora