Nervosismo a Flor da Pele

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Boa tarde- Falei ofegante, parecendo que havia corrido umas maratona, e esperei o senhor responder, porém, não obtive respostas- Como posso ajudar?

Primeiramente me tirando dessa chuva, que tal?- Prosseguiu com a cabeça baixa e seu chapéu cobrindo ainda mais seu rosto.

...

...poucos tem acesso a campainha...

...

..ajudar com bagagens ou tirar seu casaco...

...

Claro...- Me corrije limpando a garganta- Mil perdões senhor, queira entrar, por gentileza- Revirei os olhos aproveitando que ele não podia ver.

Ele não pareceu êxitar em entrar, mas sua paralisia por alguns segundos na porta transpareceu o "parar para pensar". Eu não fazia ideia de quem era ele, mas tudo que eu queria é que ele fosse embora antes de América chegar, para eu conseguir escapar das garras do leão. Ele entrou e eu fechei a porta atrás de si, ele parou de costas para mim, como se estivesse esperando algo, daí me lembrei novamente do que América disse, e me aproximei das suas costas com educação, retirando seu paletó, não tão molhado para quem estava na chuva.

O senhor deseja tomar um banho, trocar de roupa ou...- Ele me interrompe quando parei a alguns metros a sua frente, pronta para subir as escadas correndo se fosse preciso, eu nem conhecia ele.

Eu não preciso, não cheguei a me molhar tanto assim- Respondeu frio, enquanto analisava com a cabeça algumas partes da casa, mas ainda não tive acesso a seu rosto.

Sério? Jurava que você tinha entrado até em um rio.

A sua educação imensa me fez querer sair daquela casa mesmo que ele estivesse ali, mas manteria a postura e o trataria bem até sua ida.

Então... vamos pra sala de estar, lá o senhor poderá ficar mais confortável- Eu nem fazia ideia da onde a sala de estar ficava, mas tinha certeza que não era na mesma direção que a cozinha.

Mesmo em dúvida e sem o homem negar a minha proposta, andei sem pressa pensando em qual porta abrir, e encontrei uma salinha com sofá, chaminé acessa, poltronas de couro, cortinas fechadas, e velas, nenhuma novidade. Entrei a abri caminho para o mesmo entrar.

O senhor deseja algo?- Pergunto enquanto ele passa ao meu lado e para, me fazendo sentir o perfume excepcional dele, com certeza valia uma fortuna, por isso que poucos tem acesso a campainha.

Charuto- Pós as mãos no bolso da calça- Isqueiro, e um pouco de uísque, sem gelo.

Sim senhor, vou mandar uma empregada vir servir- Dei as costas caindo fora daquela sala, porém, os planos dele era outro.

Se você já está aqui, então me sirva garota- Pegou em meu pulso com uma certa força.

Uma pena eu não fazer ideia onde nada fica nessa casa- Responde trêmula, e engoli as minhas palavras com som de deboche logo após que falei. Puxei meu braço com força, e o fiz soltar- Eu vou chamar uma serviçal para lhe servir.

Fui obrigada a agir com tamanha ignorância, sem nenhum pouco de medo de morrer, mas ele estava testando a minha capacidade de ser insuportável. Dei alguns passos para trás, fugindo dele e de sua arrogância. Em poucos segundos, consegui ver seu rosto e notar que tamanha falta de educação não vinha de um velho, e sim de uma rapaz jovem.

Sai massageando meu pulso, indo até a cozinha chamar alguém que o pudesse ajudar, e dei de cara com uma empregada me olhando assustada.

O que você pensa que está fazendo?- Me perguntou incrédula- Eu vou te levar comigo, te mostrar onde estão as coisas, e você vai poupar meu tempo em te procurar. Pois tenha certeza, é você quem tem que servi-lo e estar perto dele. Não eu.

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