Novamente Eles

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Me alonguei assim que levantei da cama, fui tomar um banho e do nada comecei a escutar o bebê chorar, porém, era coisa da minha cabeça. Sonhei com Riley e me perguntava onde eles poderiam estar, e agora simplesmente já estava ficando louca de preocupação.

Tomei meu café, e quando terminei sai um pouco para o lado de fora, talvez um ar fresco me fizesse bem. Fiquei o dia inteiro pensando sobre tudo que aconteceu nesses nove mese, ou então, um ano.

Eu sai de um orfanato, chorei horrores apos conhecer o Baumann, presenciei um assassinato logo ali naquelas pedras, me decepcionei, fui traída e do nada Riley estava grávida.

Que nome será que ela colocou nele?

Ouvi a campainha tocar e já me subiu uma certa fúria, eu não estava acreditando nesse entra e sai desta casa mesmo após as minhas ordens, mas eu acabava me esquecendo que os Baumanns tinham autorização para entrar e sair na hora que quisessem.

Fui para sala tendo um pouco de esperança que fosse ela mesmo não querendo que fosse, me ajudaria muito aqui, por mais que já houvessem outros quadrilhões de empregados para isso, abri a porta.

O homem que estava ali parecia distraído com as árvores distantes, mas logo após, se deu conta que já havia aberto a porta, e me comprimentou.

Mas mesmo após ter visto a porta aberta, ele prosseguiu sem dizer nada, me olhava de uma maneira diferente, mas sem malícia, me analisava atentamente distraído, até que apareceu uma mulher com o Allan nos braços.

Allanzinho, que saudade- Me aproximei dela e peguei ele no colo.

Ele só veio aqui só pra te ver- Ele me deu um beijo na bochecha- O Sr. Edwin Baumann disse que a senhorita possivelmente gostaria de ver.

Pois está certíssimo?- Respondi sorridente, e o coloquei no chão- Menino, parece que você esticou muito, como cresceu tanto assim?

Eu sou Welma, é um prazer conhecê-la- Ela me cumprimentou com um beijo na bochecha.

Igualmente- Sorri para ela que pareceu simpática de início.

Prazer em conhecer a tão famosa Rebecca- Ele ergueu sua mão, e eu a entreguei sentindo logo depois seu beijo como comprimento.

Igualmente...- O respondi.

Eu sou Charlton- Assentiu com a cabeça enquanto me olhava.

Eu não lembrava de Charlton, seu rosto é sempre borrado em minhas lembranças.

Ele parecia um pouco com Edwin, talvez uma versão mais madura dele, que continuava me olhando nos olhos, de uma forma que parecia conseguir enxergar minha alma.

Ele pode ficar um pouco aqui com você?- A Welma perguntou.

Claro que pode, você é bem vindo na minha casa- Confirmei com a cabeça sorrindo para ele, e o chamando com a mão.

Eu passo pra buscar ele mais tarde, ok?- Se afastou um pouco da porta.

Claro, pode vir a hora que quiser- Falei em sentindo de Allan, segurei a maçaneta da porta enquanto ele se afastava de costas- Com licença.

[...]

Me diverti muito com o Allan, ele era um garoto brilhante, tão fofinho, nem parecia que era daquela família fria. Fez tudo que tinha que fazer, até seu tio chegar para buscá-lo.

Alla...- Falei mas fui interrompida pelo mesmo.

Allan!- Disse animado, alhum outro garoto que o fez correr pela casa e ele foi atrás.

Espera, a gente já vai...- Charlton, falou tarde demais para eles que já estavam longe.

Não tem mais jeito, o Allan tá muito animado para conseguir obedecer alguma coisa- Voltei a olhá-lo, e abri alas- Entre, por favor, eles daqui a pouco a de se cansar, principalmente o Allan que já correu um monte.

Tô percebendo- Ele sorriu e entrou na casa, fechei a porta.

Bom, o senhor aceita um...- Fui até ele, mas o mesmo me interrompeu erguendo a mão.

Por favor, senhor não- Ele se virou para mim.

Ok, Charlton, aceita alguma coisa, enquanto esperamos os meninos cansarem?- Sorri para disfarçar.

Aceito...- Assentiu olhando a direção que os meninos foram.

Se depender de Allan, ele dormiria aqui.

[...]

Servi um pouco de café para Charlton, e para eu também, já que faria sala, não ficaria só olhando, entediada, o tempo passar como se fosse problema meu estar ali.

A senhorita estava com o meu irmão, não estava?- Perguntou ele.

Não estou mais- Fui fria na maneira de falar sem querer, já tinha me esquecido dos problemas com Edwin- Perdão, não queria ser grossa, o que eu quis dizer, é que não estou mais com ele, aliás, ele está noivo, e quem tem que sair, é quem tá sobrando.

Falo isso, mesmo achando que ainda poderia ter uma reconciliação.

Ele tirou um cigarro do bolso, e o acendeu, disfarcei olhando para outro lugar, mesmo sentindo seus olhos em mim, mas não queria deixar transparecer a vergonha que estava sentindo, como se eu estivesse exposta ao mundo.

Você me parece muito inteligente, não fique achando que agiu errado em terminar esse relacionamento a três- O olhei receiosa, ele realmente está me dando conselho?- Se ele te quer perto dele, então que use sua influência para anular esse casamento de farça que ele leva.

Acenti com a cabeça, com um sorriso e olhar pensativo, não fazia ideia de como, ele transparecia algo diferente, mas não irei me deixar enganar, igual fiz com Mozart.

Não querendo me intrometer, mas... a mãe do Elyon não vai ficar brava quando perceber essa demora?- Franzi a testa- Bom, essa casa não tem lá uma boa fama...

Eu sei- Apagou seu cigarro no cinzeiro e limpou a garganta- Mas ela sempre soube, que enquanto ele estivesse perto de mim, estaria seguro.

Está me dizendo...- Fui interrompida em meio a minha análise.

Que a mãe do Elyon morreu- Assentiu de olhos fechados- Ele não chegou a conhecer ela, morreu no parto, onze anos atrás...

Nem imaginava, sinto muito por ter tocado no assunto- Suspirei fundo me sentindo culpada de algo agora.

Não precisa ficar chateada- Abriu um sorriso- Deus sempre sabe o que faz.

Não, com certeza, eu não estou falando com um Baumann. Quem realmente não é filho dele, é o Charlton, impossível uma coisa dessas.

Eu não acredito muito em deuses, minha vida só anda de ladeira abaixo, acredito que nunca sorri de alívio e despreocupação por mais de dois dias- Me levantei colocando a xícara na bandeja- Aceita mais?

Não, não- Negou com o dedo também- Mas, me responda, não acredita em nenhum deus por que nada sai do jeito que você quer, ou você que não quer aceitar a história que ele tem pra te dar?

Pai, tinha um bebê aqui!- O filho dele entrou abrindo a porta com força.

Um bebê?- Perguntou o olhando duvidoso.

Sim, e com certeza era filho da Rebecca- Respondeu ainda mais animado, e se virou para mim.

Na verdade fiquei um tanto pasma e desconcertada no meio daquela situação, eu não precisava explicar nada para Charlton, mas a maneira de incrédulo que ele me olhava, me exigia explicar.

Rebecca, não tem nada haver.

CONCUBINAOnde histórias criam vida. Descubra agora