Almoço em Família

111 10 0
                                    

Me levantei em um sobressalto, me sentei na cama e meus olhos foram direto para a onde aquele homem estava, mas ele não estava mais lá.

Graças a Deus!

Toquei em todo o meu corpo em busca de saber se estava viva, ou se ele havia encostado em mim. Nunca se sabe, aliás, como eu já falei, não o conheço.

Ele talvez já deva ter ido embora.

Me levantei ligeiro e fui direto para a porta, eu vou embora agora nem que seja na marra. Não vou dar ousadia a eles e os deixar me matar igual fizeram com meus pais.

Porém, havia algo diferente. A porta está trancada? Forcei a fechadura novamente tentando abrir, mas não conseguia, e só aí percebi que a minha chave não estava na porta.

Não pode ser...- Falei pra mim mesma, colocando pressão na porta, queria abrir nem que tivesse de usar os restos das minhas forças- Merda, merda, abri!- Falei alto puxando a porta com força, a fazendo ranger- Me tirem daqui, abram essa porta agora!

Srta. Rebecca, o que houve?- Uma empregada fala do lado de fora.

O que houve?- Pergunto com ironia- Você ainda tem a capacidade de me perguntar isso?- Soltei a fechadura- Abra essa porta agora!

Você já tomou banho?- Fico em silêncio negando com a cabeça sem entender a pergunta- Se vestiu, se arrumou?

Pra que eu vou me arrumar?- Puxo a fechadura novamente- Vamos, abra essa porta agora, isso é uma ordem, me deixe sair!

Infelizmente, não posso atender suas ordens senhorita, só sei o que eu devo mandar a senhorita fazer- A sua voz fica mais próxima, queria que eu presta-se mais atenção- Pesso, que a Srta. Rebecca se vista, para almoçar com o Sr. Baumann- Me afasto da porta assustada- Ele retorna daqui a alguns momentos, com sua licença.

Era pra ei ter ido embora mesmo que fosse na base da chuva ontem. Me sentei no chão com as mãos na cabeça, tentando segurar o choro. Ele simplesmente voltaria para me atormentar, como se o episódio de ontem não já tivesse sido o suficiente.

Você ainda esta aí?- Não obtive respostas. Bato com força na porta com as duas mãos abertas, se eu pudesse me jogava por essa janela, mas era tão alta, me aproximo da mesma e analiso.

O que adianta morrer por uma liberdade, não vale a pena me jogar daqui, eu não podia acreditar ainda no que estava acontecendo, até parece que ele sabe que eu quero ir embora.

Ando impaciente pelo quarto atrás se uma solução para o meu problema, mas depois de muito tempo, a única coisa que obtive foi a fome.

Acredito que já passou da hora de almoçar, não comi ontem, não tomei café da manhã hoje. Eu precisava comer, chorei tanto que precisava recuperar as minhas energias.

Estava um pouco cansada ainda, e me recusava a descer para comer. Me deitei na cama e abracei um travesseiro com força. Talvez dormir faça a minha fome passar.

(...)

Vamos, levanta- Alguém puxa o cobertor de cima de mim- Eu mandei a empregada te falar que você iria almoçar comigo, e você vai.

Sai do meu pé!- Me aconchego ainda mais, apertando o travesseiro, mas quando abro meus olhos, percebo quem está no meu quarto- Eu já falei pra você não entrar no meu quarto!

E eu já a avisei, sobre esse seu tom de voz!- Falou grosso e rígido, me fazendo engolir seco. O quarto se mantém em silêncio por alguns segundos enquanto nos encaramos olho no olho- Se arrume, e desça... pelo seu próprio bem, não me faça esperar mais tempo.

Saiu do meu quarto e bateu a porta com força. Respiro fundo assim que ele sai, mas quando eu achava que estava sozinha, uma empregada entra para me provar o contrário.

Com licença, Srta. Rebecca...- A olho entrar um pouco desconfiada- Sei que não tenho esse direito, mas posso te dar um conselho?- Franzi o cenho enquanto ela se aproxima mais.

Você sabe que vai morrer, não é?- Olhei torto para ela que pareceu não estar com medo.

Eu sei o que está acontecendo, e quero te dizer, quanto mais agradá-lo, melhor será. Não tô falando pelo seu mal, acredite em mim- Dá alguns passos para trás, pronta para sair- Não queira conhecer a verdadeira natureza de um Baumann.

Ela saiu com aquela cara de medrosa deixando o quarto com um clima esquisito. Qual poderia ser a verdadeira natureza de um Baumann? Descartando as evidências dele ser um assassino e manipulador? Eu não sei, mas com certeza não quero descobrir.

Mesmo com nenhum pingo de vontade. E com uma pontada de curiosidade e medo. Me levantei para poder tomar um banho e tentar sobreviver nesse resto de dia.

Termino de me arrumar e colocar alguns grampos em meu cabelo, eu não gosto muito dele solto. Com ele preso eu me sinto mais a vontade, e talvez evitaria qualquer tipo de agressão envolvendo o mesmo. Sei lá! Depois que ele quase furou meu rosto com os seus dedos, não duvido de mais nada!

CONCUBINAOnde histórias criam vida. Descubra agora