Sua Natureza 2/2

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Voltei para o lado de Charlton, que me olhou confuso, e depois nós dois olhamos para Edwin do outro lado, que encarava tanto nós dois, quanto o governador.

O que houve dentro daquele banheiro?- Perguntou ainda olhando Edwin, que bebia, ainda encarando o governador.

Eu não queria que você soubesse, mas creio que irá descobrir- Abaixei um pouco o meu semblante, queria ir embora.

Eu estava com medo do que Edwin iria fazer na frente de todos, ele não estava bebendo para ganhar coragem, mas sim para tentar aliviar a raiva que estava sentindo.

Eu conheço o homem frio que estava do meu lado, por isso acredito que eu tenha algum problema.

Vi algumas pessoas começarem a se afastar para irem embora e as batidas do meu coração só aumentou, o salão ainda continuava cheio de gente, e acreditava que isso não iria acabar bem.

Ainda haviam fotógrafos lá, acreditava que Edwin estava pelo menos esperando que todos eles fossem embora, mas também sabia que ele não iria se segurar por muito tempo.

O seu olhar era frio e penetrante naquele maldito que havia me batido, Edwin analisava todos os seus movimentos distantes da gente. Estava calculando tudo com uma perfeição incrível de análise.

Quanto mais ele bebia, mais medo eu sentia. Queria ir embora dali, mas não podia deixar transparecer que algo ruim iria acontecer, mas sentia que Charlton já desconfiava de mim.

O então governador veio falando com outras pessoas, e na medida que ele andava, Edwin seguia sua direção pelo outro lado do salão, quando o vi chegar perto de nós, percebi o quanto perigoso ficaria aquele local.

E então, estão gostando da...- Sua fala foi interrompida.

O som do tiro silênciou tudo em questão de segundos, vi e senti aquele impacto forte na cabeça daquele homem a minha frente.

Seus olhos quase saíram para fora por causa da força da bala em sua cabeça, senti algo molhar meu rosto, como se fossem respingos, e aquele homem cair literalmente em meus braços.

O soltei ligeiramente e me afastei de seu corpo analisando-me, quando me dei conta, que um tiro foi eu quem vi, mas na verdade, as costas dele caído no chão haviam cinco balas enterradas em seu corpo.

Estremeci quando me olhei suja de sangue, passei a mão por meu rosto vendo que os respingos eram do sangue imprestável daquele verme. Minha respiração ficou ofegante e audível naquele salão completamente em silêncio.

Porquê fez isso Edwin!?- Amélia perguntou surpresa pelo ato inesperado, olhando o corpo dele caído no chão.

Por que ninguém encosta na minha mulher!- Gritou alto para todos escutarem, e então, eu virei o centro das atenções, por mais que Amélia fosse sua noiva, deixando bem clero de quem ele estava falando.

Colocou seu cigarro na boca, e soltou uma grande quantidade de fumaça, enquanto me olhava. Todos desviaram o olhar, como se nada tivesse acabado de acontecer ali, a música não voltou, mas todos voltaram ao normal. Olhei para o chão e ainda pude ver aquele homem agonizar.

Vamos Rebecca, já deu dessa palhaçada- Charlton falou bravo graças aquele show de horrores que seu irmão deu.

[...]

Entrei no meu quarto eufórica, tomei um banho no chuveiro tentando me limpar daquele sangue. Sentia a minha pressão caindo, eu não estava preparada para ver alguém morrer de novo.

A lembrança de ver América e aquele governador morrerem na minha frente, foram o suficiente para pesar a minha cabeça e ter certas alucinações.

Me sentei debaixo do chuveiro e abracei meus joelhos tentando esquecer de tudo aquilo por pelo menos um segundo, mas era quase impossível, toda vez que eu fechava os olhos, podia ver aquela cena.

CONCUBINAOnde histórias criam vida. Descubra agora