CONCUBINA

Não à Como Disfarçar

O tempo parecia demorar uma eternidade para passar, apertava aquele travesseiro com uma angústia enorme, senti alguém pegando em meu ombro, e me assustei.

Os médicos, enfermeiros estão aí Rebecca, vai dormir, fica tranquila- Mozart me disse.

É verdade, eu não preciso me preocupar- Coloquei a mão na cabeça.

Me levantei da cama, mesmo não querendo, fui pro meu quarto tomar um banho e tentar ir dormir, mas eu queria muito saber o que estava acontecendo dentro daquele cômodo.

[...]

Rebecca, a gente já tá indo- Mozart falou do lado de fora do quarto- Não podemos ficar todos no mesmo lugar, o Edwin vai ficar aqui- Ele conversava com outra pessoa do lado se fora- Amanhã, se você não puder, manda a Riley, ir passar o antisséptico na cicatriz. Mas ele tá bem, acredito que depois de amanhã, ele já vá embora.

Que bom!

Senti um alívio tocar no meu coração, eu não queria carregar o fardo de ter demorado a prestar socorro a ele, ou talvez, não conseguiria aguentar a dor de sua morte.

Ouvi passos do lado de fora e deduzi que ele estava indo embora, ele mesmo havia dito que não poderiam ficar no mesmo lugar, eu esperava o que?

Me lembrei de algo, catei meu hobbie, e sai do quarto amarrando os laços, eu precisava falar com ele.

Mozart, espere, por favor- Desci alguns degraus segurando o corrimão das escadas- Preciso ter uma conversa séria com você.

Desculpe, não tenho tempo, mas fala aqui, rapidinho- Insistiu, olhou para o homem atrás dele- Charlton, me espere lá fora, por favor.

Então esse é o Charlton.

_ele se retirou, e saiu da casa.

Sim, fale- Cruzou os braços.

É sobre a Riley- Ele suspirou fundo revirando os olhos- É sério Mozart, desde que você deu um pé na bunda dela, ela não sai mais desse quarto, o dia inteiro, a mais de meses eu não a vejo.

Vocês moram na mesma casa, é só entrar no quarto dela, e pronto, vocês se veem- Balançou a cabeça, e pretendia ir embora já.

Eu tô falando sério, ela não está bem, precisa de você Mozart, ela te ama- Segui ele- Por que você se aproximou tanto dela, pra depois a abandonar?- Ele se virou para trás.

Por que ela não marece passar o resto da vida com um homem igual a mim- Ele me olhou dentro dos olhos- Ela te traiu, se lembra?- Perguntou e voltou a descer- Ela é falsa, dissimulada, uma aproveitadora. Na primeira oportunidade que ela teve de te trair, ela o fez, e vai ser do mesmo jeito comigo. Eu já falei para ela o que eu quero, e vai ser sua última chance de conseguir ficar comigo.

Você não presta...- Neguei com a cabeça, o olhando com nojo.

Ela e você, também não- Piscou para mim, e foi embora.

O ódio que eu sentia pela cara de Mozart, só fez aumentar, era inacreditável sua mudança, nem parecia a mesma pessoa, de primeira um rapaz educado, em segundo, um idiota sem escrúpulos.

Impaciente, desci as escadas para ir beber um pouco de chá, ou de água, ou algum remédio, minha cabeça estava começando a doer, e isso, com certeza não é um bom sinal.

Assim que estava voltando da cozinha, pude ver as luzes do quarto embaixo da escada acessas, com certeza ele estava se recuperando ali, será que ele não está com fome?

Pensei em mandar uma empregada ir levar algo para ele, mas já estava tarde e era óbvio que ela estava dormindo, e eu, obviamente, não conseguiria me conter por muito tempo, eu tinha que ir vê-lo.