Curioso

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O Sr. Baumann me fez companhia quase a noite toda, até eu dormir praticamente, eu estava com medo de ficar naquele quarto sozinha, como se alguém conseguisse escalar aquelas enormes janelas do meu quarto.

Mas se conseguiram passar por aqueles guardas, eu não duvido mais de nada.

Acordei com uns barulhos estranhos na casa, me levantei, lavei meu rosto e escovei meus dentes. Sai do quarto da maneira que estava em busca de saber o que estava acontecendo.

Não precisei andar muito para ver, alguns empregados trazendo móveis do lado de fora da casa, subindo as escadas com eles, e indo em direção contrária das escadas.

Voltei pro meu quarto ao ver que não era algo importante, tomei banho, me vesti e penteie meus cabelos. Decidi deixá-lo soltos, talvez eu estivesse com preguiça de amarrá-lo.

Desci as escadas e fui tomar café, mas quando cheguei na sala, percebi que o que tinha na mesa eram os jogos de almoço, e não de café da manhã.

Olhei para o relógio e finalmente descobri que horas eram. Exatas onze e cinquenta em cinco. Sério mesmo? Mas eu queria tanto um cafezinho. Fui até a mesa, o lado mais fraco sempre cede, e mesmo que eu quisesse café, eu também estava com fome, e aceitaria o que viesse.

(...)

_Mas por quê?- Perguntou, Daphine incrédula- Eu estava pronta para te seguir, a onde você fosse. Por quê fez isso comigo?!

Srta. Rebecca, a biblioteca já está arrumada- Disse uma empregada ao terminar de descer as escadas.

Como é?- Perguntei franzindo o cenho.

A biblioteca, que o Sr. Baumann mandou limpar para você, já está sem resquícios de sujeira- Se aproximou mais um pouco- Eu sei que não demorou muito para limpar, mas pode confiar, foram vários empregados, por isso foi rápido.

Sério?- Sorri ao perceber que ele cumpriu o que disse que iria fazer, ela assentiu com a cabeça.

Larguei aquele livro chato que estava lendo na mesinha de centro e subi as escadas correndo para ver a biblioteca, como eles a deixaram só pra mim.

A porta já estava aberta, então pude ver aquelas longas prateleiras limpas e a sala bem clara. Lembro-me bem que eles estavam subindo com móveis, andei entre as prateleiras indo em direção a luz.

As grandes janelas estavam abertas, tinha sofá, cômoda, mesinha, poltrona, aquilo tudo tinha deixado aquela biblioteca um luxo, dei alguns saltinhos e engoli alguns gritos.

Eu gostava tanto de ler, no orfanato não tinha muitos livros fictícios, mas tudo que aparecia e eu podia ler, eu lia. Lembro-me que Riley sempre dizia que eu era uma idiota em perder tanto tempo lendo.

Meu Deus, a Riley!

Em meio a tudo que eu estava vivendo, esqueci completamente da Riley, a essa altura do campeonato, ela com certeza já foi encaminhada para um centro de freiras.

Tadinha dela. Todos tinham medo de sermos adotadas depois da idade pelo simples fato de que poderíamos ser entregues a comandantes da guerra como prostitutas, por isso, mandavam quem já tinha passado da idade para o convento.

Será que se eu pedir com jeitinho para o Baumann, ele trás ela para cá?

Eu não sei, acho que não chegaria a isso. Talvez ele tenha medo que alguém me influencie a fugir, ou que talvez eu conte o que sei para alguém e o deixe em perigo.

A campainha toca, talvez seja ele. Pensei, sai do quarto um pouco apressada e fui tentar abrir a porta antes da empregada, mas assim que estava a ponto de terminar de descer, a empregada já tinha atendido.

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