Capítulo 29

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Bárbara

Meus pais me acompanharam quando eu voltei a entrar em casa, mas eu pedi um banho, antes de qualquer conversa que a gente pudesse ter, e o meu pai recusou, disse que a gente precisava conversar e que tinha que ser agora.

Na moral, eu só queria fugir.

Ret: Vai começar a falar? - eu concordei com um aceno, antes de respirar fundo - Fala do Padilha.

Bárbara: Eu sempre evitei ficar com pessoas daqui porque eu sabia que eles iriam acabar mortos por causa do teu ciúme - funguei o ar, limpando o rosto, meu pai não esboçou nenhuma reação e ficou de cara fechada - Eu quis ficar com o Padilha, a uns dias atrás. Ele é bem bonito, e me tratava bem...

Ret: Porra, eu não tô preparado pra ouvir esse caralho - ele bufou, e se jogou na poltrona que tinha ao lado do sofá, ficando próximo de mim - Tenta cortar as partes que possam me fazer infartar.

Bárbara: Então eu não conto nada.

Alana: Eu quero ouvir sobre o Renan - ela pediu, sentando no colo do meu pai. Acho que na verdade foi uma tática que a gênia arrumou pra ele não sair matando todo mundo por aí - Fala pra gente.

Choraminguei, batendo as costas no sofá e abraçando o meu próprio corpo, com as pernas pra cima.

Bárbara: Eu não tô preparada pra falar dele.

Alana: Babi, a gente precisa saber o que houve pra te ajudar, cara. Conta como você achar melhor, mas não esconde nada.

Concordei, e puxei todo o ar para os meus pulmões, antes de pensar como ia contar tudo a eles. Resolvi começar pelo começo.

Bárbara: O Renan era apaixonado por mim. Vocês sabem que nem tudo o que ele fala é brincadeira, não sabem?

Ret: Pro bem dele, eu gosto de acreditar que é só pra me irritar.

Dei um sorrisinho fraco, negando.

Bárbara: Não é, pai. Bom... talvez agora seja, porque eu fiz questão de estragar tudo. Como eu sempre faço. Mas dessa vez eu não podia estragar tudo.

Alana: Vocês estavam juntos?

Bárbara: Não - meu pai suspirou, parecendo aliviado - Mas a gente ficou.

Ret: É um arrombado né, eu vou matar esse moleque - ele tentou tirar a minha mãe do colo dele, mas ela arrancou a pistola da cintura e colocou contra a barriga do meu pai - Para com isso.

Alana: Para de ser surtado, escuta o que ela tá falando.

Ele demorou uns cinco minutos até se acalmar, porque ficou se mexendo pra caralho, e resmungando vários palavrões.

Bárbara: A gente ficou, eu fui me deixando levar, mas falei que não queria compromisso, porque sabia que eu ia vacilar - olhei pro meu pai, e ele me encarava com toda atenção do mundo - Eu tinha toda noção do mundo que ia fazer merda, e não queria fazer merda com ele, se ligou?

Alana: Continua, Babi.

Bárbara: Eu não queria ficar com ele, a gente nem podia se assumir, ou meu pai ia matar...

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