Razão e desejo

Capítulo onze - Emoções expressadas em ações

Lillian Baxter

Willian Clarke havia se tornado o primeiro homem a tocar meu coração verdadeiramente. Pensei que Peter e Alex tivessem partido meu coração, mas não era verdade, meu coração nunca esteve tão estilhaçado quanto agora, não poder ficar com o homem por quem estava apaixonada era a forma mais cruel de torturar um coração.

Quando eu o queria apenas fisicamente, era mais simples, fácil de ignorar, mas agora, que sei que estou apaixonada, ignorar não vai me salvar dos meus desejos sombrios em relação a amar o pai da única pessoa que nunca gostaria de magoar. Não estava disposta a perder minha melhor amiga, eu amava Emma como se fosse minha irmã, ela confiava em mim, e de certa forma eu estava traindo sua confiança.

Meu Deus, Willian era pai dela! Onde eu estou com a cabeça?

As palavras dele na noite passada cortaram meu peito.

"E isso é a coisa mais cruel que já fizeram comigo."

Ah, Willian! Você não faz ideia de que você tem sido tão cruel quanto eu.

Ele havia roubado meu coração, e simplesmente eu havia roubado o dele, e agora estamos vivendo a mesma tortura.

Ontem à noite ficamos por um bom tempo abraçados, ainda retumbava em meu ouvido as batidas de seu coração contra seu peito, o calor da sua pele contra meu rosto.

Senti meu coração fraquejar.

Afastei meus pensamentos com Willian, quando Logan apareceu com dois cafés em copos descartáveis, acompanhados de uma caixa de rosquinhas.

— Um mocaccino para você e um expresso para mim! — gesticulou entregando um dos copos para mim. Ele ainda lembrava que meu café preferido era um mocaccino quentinho, nada no mundo me fazia mais feliz que um café e uma dúzia de rosquinhas.

Estávamos passeando pelo Central Park, Mary me deu a segunda de manhã livre, alegando que ainda estava se curando da ressaca da noite passada. Minha aula era só à tarde, então podia passar a manhã livre com Logan, e pela primeira vez em muitos dias, parecia que eu conseguia respirar de novo. Por mais que ele me lembrasse de um passado que não fazia questão de lembrar, era bom revê-lo, era bom estar com um amigo que não fosse Emma, eu amava ela, mas as teias de mentiras começavam a sufocar nossa amizade. E esse era o momento certo para esquecer o meu sentimento por Willian. Nós nunca mentimos uma para a outra, e o fato de estar fazendo isso, só reforçava o quanto era errado.

— Você saiu apressada ontem! — Logan comentou quando encontramos um banco vazio de frente para as árvores, as folhas rodopiavam com o vento até aterrissarem no chão. A brisa fria de outono nos obrigava a vestir casacos mais pesados para essa época, uma indicação do inverno que estava por vir. O céu carregava nuvens pesadas, indicando que a qualquer momento haveria chuva molhando as calçadas. Nem o alarme do céu me fez ficar em casa, precisa de ar fresco, de um rosto amigo.

— É, tive que levar o Sr. Clarke para casa. — respondi tentando não transparecer meu nervosismo. Então dei uma mordida considerável na rosquinha coberta de chocolate. Logan sorriu e seus olhos formaram uma linha única, na escola ele era conhecido como o "garoto que sorria com os olhos", todas as meninas do fundamental eram apaixonadas por ele.

Logan tinha um charme único, com seu sorriso encantador, uma simpatia contagiante e uma alma iluminada. Logan King iluminou minha solidão, esteve presente quando mais precisei, e mais uma vez a vida nos fez cruzar nossos caminhos.

— Estranho! — murmurou bebericando o café. Ele riu sarcástico. — Nunca vi uma garota se preocupar tanto com o pai da melhor amiga. — alfinetou ele. Será que estava estampado na minha cara que eu estava apaixonada pelo Willian?