Willian Clarke
Não a via fazia quatro dias. Desde a nossa briga, Lily decidiu se afastar. E não saber onde ela estava causava uma inquietude no meu coração. A culpa era minha, totalmente minha. Eu fui um cretino covarde, e merecia toda a culpa por partir seu coração, e de alguma forma eu era bom nisso, em destruir as pessoas. Minha esposa foi embora por um motivo, eu não deveria ser bom o suficiente. E temia nunca ser bom o suficiente para Lily, ela merecia mais.
Ela merecia um coração por inteiro, alguém que a lembrasse todos os dias o quanto sua existência era um presente, o quanto seu sorriso iluminava tudo ao redor e que seus olhos eram a perfeita descrição do paraíso.
Queria saber onde ela estava, se estava bem. Fiquei encarando o celular toda a manhã, digitava o número dela e apagava, fiz isso todos os dias desde que ela saiu do apartamento. Ensaiando as palavras que diria a ela caso atendesse minha ligação ou caso eu fosse corajoso o suficiente para deixar o celular chamar.
— Encarar o celular não vai fazer ela ligar para você! — Duke entrou no meu escritório, cortando minha linha de pensamento. Havia contado a ele o quanto fui um idiota. No dia da briga com Lily, descobri sobre o namoro de Emma por acaso, peguei por engano o celular da minha filha, e sem querer — ou melhor por curiosidade — acabei lendo suas mensagens com Ryan, sei que era falta de ética da minha parte, mas sou pai dela, invasão de privacidade faz parte do meu trabalho. Não toquei no assunto com ela, não queria que ela me odiasse, mais do que já estou me odiando.
— Não estou esperando uma ligação dela. Ela provavelmente me odeia. — respondi, jogando meu corpo para trás, fechei os olhos. O rosto dela sempre surgia em minha mente toda vez que fechava os olhos, como um sonho bom demais para desaparecer. Caramba, como eu a amava.
Senti uma lágrima escorrendo pelo canto dos meus olhos.
Esperava que o coração dela estivesse doendo menos que o meu. Porque saber que ela poderia estar sentindo uma dor tão grande quanto a minha, destroçou ainda mais meu coração.
— Ela não te odeia, por mais babaca que você seja, ela continua te amando.
— Como pode saber disso? — questionei abrindo os olhos, arrumando minha postura, limpando o rosto. Duke expressou um sorriso de canto.
— Porque ela não é muito inteligente em relação a você — zombou debochado. Fiz uma careta, bravo com sua piada sem graça. Duke adorava rir da desgraça alheia. Mas logo seu sorriso desapareceu, ficando sério.
— Eu não acreditava no amor até ver vocês dois, Willian. — começou ele, em um tom melancólico e sincero. — Perder ela destruiu você, e mesmo assim você abriu mão dela por medo de fazê-la infeliz. Um amor assim meu amigo, é para sempre.
Nunca acreditei no "para sempre", sempre acreditei no "enquanto durar", uma noite, um dia, uma semana, eu não me importava, mas com a Lily eu queria viver o nosso para sempre, queria os incontáveis dias de risadas, doces e filmes com pipoca, queria os feriados em família, as manhãs nubladas para dormir até mais tarde, os domingos no parque. Queria cada segundo com ela, cada clichê.
— Ela merece mais, Duke! — murmurei levando minha mão ao rosto, tentando espantar a tristeza, mas ela já havia feito morada em meu peito. A tristeza era um sentimento capaz de encontrar uma brecha para destruir sua alma, e de certa forma, a tristeza nunca havia me deixado de verdade, depois que meus pais morreram, uma parte de mim também. Minha parte mais iluminada se foi naquele acidente de carro que levou a vida deles. Depois daquele dia, nunca mais voltei a ser o mesmo. Minha família se tornou minha prioridade. Minha filha era minha vida, e magoá-la seria a última coisa que faria.
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Razão e desejo
Storie d'amore▪︎NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES ▪︎ Você não escolhe por quem vai se apaixonar, e sim seu coração. Lillian Baxter gostaria que seu coração tivesse escolhido outra pessoa. Ela levava uma vida normal de uma estudante quase falida, quando acaba perdendo seu emp...