Capítulo doze - O fim para nós

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Willian Clarke

"Eu também, Willian"

Entender o que aquelas palavras significavam era uma constante tortura ao meu coração. Nas entrelinhas daquela frase estavam as temidas três palavras: eu amo você.

Lillian não precisava dizê-las letra por letra para entender o que tudo significava. Ela me impediu de pronunciá-las em voz alta, porque sabíamos que uma vez ditas, nunca mais poderíamos voltar no tempo e resgatá-las do vento. Talvez fingirmos que não nos amávamos fosse uma solução mais fácil do que confessar nosso amor proibido e insano.

Na quarta à noite marquei de encontrar Duke em um bar mais no centro de Manhattan. Precisava respirar, beber e esquecer todos os meus problemas. Não costumava sair para bares no meio da semana, mas Duke convenceu nossos amigos da época da faculdade a nos encontrarmos para jogar conversa fora.

Mesmo com todo o barulho de conversas, risadas e copos batendo um contra o outro, minha mente continua traindo minha razão, Lily não saía do meu pensamento. O rosto dela invadia minha mente sem permissão, o seu sorriso encantador, os olhos azuis da cor do mar revolto e o jeito que ela pronunciava meu nome.

— Willian — Duke chamou minha atenção pela terceira vez nos últimos trinta minutos. Jurava que tentava prestar atenção na conversa dos meus três amigos. Duke contava as novidades sobre nossa empresa. Carl comentava sobre seu novo projeto, ele projetava ambientes sustentáveis para empresas. Paul, o único de nós que era casado, tinha anunciado que a esposa estava grávida do segundo filho. Todos estavam empolgados com suas conquistas e realizações, e com certeza estava feliz por eles. Nos conhecemos em uma festa quando entrei na faculdade, éramos de cursos diferentes, mas nossa ligação acabou nos trazendo até aqui.

Quatro amigos, bebendo em um bar, três deles solteiros, e um apaixonada pela esposa desde a escola.

Paul sempre dizia que se casaria com Lea, eles namoravam desde o último ano do ensino médio, quando terminou a faculdade pediu ela em casamento. Eles eram o tipo de casal que víamos em filmes, acho que eram ainda melhores, porque eram reais. Sempre quis saber o que acontecia depois que os casais ficavam juntos nos filmes, agora sabia, eles realmente vivem felizes para sempre, e a prova era Paul e Lea. E por mais diferenças e brigas, eles sempre encontravam um caminho de volta para o outro.

Nunca fui do tipo que acreditava em finais felizes, mas desejava com toda minha alma que eles fossem reais, e que, minha história com Lily tivesse um final feliz.

— Willian? Você está nesse mundo? — foi a vez de Carl chamar minha atenção.

Arrumei minha postura na cadeira, voltando para a realidade. Agarrei a taça de vinho entre os dedos dando um gole generoso com a finalidade de me manter focado na conversa com meus amigos.

— Aposto que está pensando em uma garota loira de olhos azuis — provocou Duke com um ar debochado balançando seu copo de whisky. Ele merecia um soco, mas o desgraçado tinha acertado seu palpite.

— Conta melhor essa história! — Paul entrou na conversa com muita curiosidade na voz. A última vez que nos encontramos para beber foi a seis meses atrás, e eu sempre era o único a não ter novidades em minha vida amorosa.

Carl não tinha tempo para um relacionamento, queria continuar focado na carreira, mas estava sempre disposto a falar sobre garotas. Duke era um safado que fingia não ter um coração, quando nós dois sabíamos que ele era apaixonado pela minha irmã. Paul contava sobre sua família. E eu era o único que falava sobre trabalho o tempo todo, com exceção de quando falava sobre a Emma.

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