Capítulo dezenove - Perfeitos um para o outro

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Lillian Baxter

Demorou três dias para alguém ligar para mim, avisando que tinha encontrado Cupido, um garotinho de 8 anos o viu perambulando pelo bairro, e assim que seus pais perceberam a coleira, nos ligaram imediatamente.

Meu coração sentiu um imenso alívio ao pegar Cupido no colo, e vê-lo bem e saudável. Graças a Willian e seu gesto cuidadoso ao gravar meu número em sua plaquinha de identificação.

Uma semana depois, voltei para casa de Willian, a maioria das minhas coisas ainda estavam no seu apartamento, e minhas opções começaram a se esgotar. Não tínhamos acertado as coisas, mas uma hora ou outra teria que enfrentar o caos que habitava meu coração.

Eu queria ficar com ele, não havia dúvidas. O problema era saber se seu coração queria a mesma coisa. Ele parecia confuso, lutando uma batalha interna, entre me amar ou talvez me deixar ir. E a falta de resposta da minha parte o deixava ainda mais confuso e perturbado.

Ele ficou comigo durante os três dias em que Cupido desapareceu, nós não conversávamos, ele só ficava lá, segurando minha mão e repetindo: "Nós vamos achá-lo". E de alguma forma, eu acreditava em suas palavras.

Foi a primeira vez que me senti realmente amada por um homem. Willian poderia ter me deixado sozinha, ter virado as costas e ido embora, e o fato de ter ficado, limpando minhas lágrimas, significava muito mais do que gostaria de admitir para ele.

Emma também apareceu para dar apoio assim que soube sobre o sumiço de Cupido. Obviamente ficou intrigada com a presença de seu pai no apartamento de Logan, mas não questionou, apenas me deu apoio incondicional, como sempre fazia.

No domingo de manhã, assim que o sol fez presença pelas brechas da cortina, Emma abriu a porta do meu quarto pulando por cima de mim. Ela sorria. Cupido dormia nos pés da cama, nem o pulo de Emma o acordou.

Olhei para o relógio na mesinha de cabeceira, marcando em seus ponteiros oito e meia da manhã. O que minha amiga fazia acordada tão cedo?

— Senti sua falta, Lily — declarou deitando-se direito ao meu lado. Nunca pensei que um dia recuperaria a confiança que Alisson arruinou, nunca imaginei confiar tanto em alguém como confiava em Emma. Não aguentava mais guardar o segredo sobre Willian. Emma Clarke era minha melhor amiga, e você não deveria mentir para sua melhor amiga. As palavras estavam quase saindo, mas o segredo não era apenas meu.

— Ele contou — começou Emma. Meu coração acelerou. Quem contou o quê? — Meu pai contou sobre vocês dois.

Acho que por alguns instantes o ar não passou por meus pulmões. Tranquei a respiração, tentando assimilar o que acabava de ouvir. Ele realmente tinha contado?

Inclinei o corpo sentando na cama, olhei para Emma, sua expressão não mudou, continuava sorrindo.

— Como assim, Emma?

— Bom, ele não disse o seu nome, mas eu não sou burra. E...— ela fez uma pausa brusca, sentando na cama. — E eu meio que desconfiava. Tipo, eu vi vocês dois na cozinha, você fez uma piada e ele riu, meu pai nunca ri, Lily, pelo menos não antes de você chegar.

Meus olhos transbordavam pelas lágrimas. Eu criei várias versões dessa conversa na minha mente, e nenhuma delas a Emma estava sorrindo como fazia nesse exato momento. Não era um sorriso fingido, e sim o sorriso mais real e alegre que já vi na vida.

— Ele disse que tinha sido um babaca com uma garota, e então liguei os pontos. Vocês são bem óbvios. E tudo ficou mais nítido quando o encontrei com você no apartamento do Logan, ele estava tão preocupado, porque ama você.

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