Epílogo

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"Porque são todas as pequenas coisas que você faz 

Que me lembram porque me apaixonei por você."

- Those Eyes (New West)


Sete anos depois

Willian Clarke

Era difícil acreditar na minha sorte.

Não havia outra explicação para todos os acontecimentos dos últimos sete anos. Eu passei metade da minha vida acreditando que o amor era um investimento fracassado, que nada de bom surgia de um sentimento capaz de causar tanta dor.

Todos os sentimentos tinham uma consequência, e o amor carregava a pior delas, você passava a pensar que privar-se de tal emoção faria um favor ao seu frágil coração. Mas qual a graça de uma vida sem o amor? Quando seu coração bate tão acelerado como se fosse saltar do peito apenas porque a pessoa que você ama olhou para você.

Mesmo depois de dois anos de namoro e cinco anos de casados, Lily Baxter causava esse efeito em mim, se isso não era sorte, eu não sei o que era.

Ela me encarava do outro lado da passarela por cima do ombro de Duke, esperando a entrada da noiva. Lily expressou um pequeno sorriso ao mirar meus olhos. Ela apontou para minha gravata. Olhei para baixo para ver o que tinha de errado, estava torta, ajeitei antes de dirigir um olhar provocativo a ela. Nós tínhamos dados uns amassos no carro antes de entrarmos na igreja, estávamos com falta de tempo, já que nosso filho de quatro anos roubava toda nossa atenção durante o dia. Então aproveitamos o pouco do nosso tempo livre.

Nathaniel era a coisa mais linda do mundo, demos esse nome em homenagem ao meu pai. Ele era uma mistura perfeita de mim e de Lily, na verdade ele só herdou o meu cabelo castanho-escuro e o mau humor matinal, pois os olhos eram tão azuis quanto os da mãe e o sorriso era idêntico ao dela com as covinhas.

A Lily ficou linda grávida, eu lembrava exatamente do dia que ela me contou, era como se eu fosse ter um treco de tamanha felicidade.

Eu passava horas e horas conversando com a barriga de Lily enquanto Nathaniel tomava forma dentro dela, contava sobre como tínhamos nos conhecido, como eu tinha me apaixonado por ela, de como tudo aquilo transformou minha vida para sempre. E de como eu tinha sorte.

Não importava quantas vezes eu contasse a nossa história, no final a melhor parte era que em todas as versões eu sempre acabava apaixonado por ela.

A marcha nupcial começou a tocar, cortando meus pensamentos.

Mary apareceu na entrada da passarela revestida por pétalas de flores. Ela estava linda, o vestido com um caimento leve no estilo sereia, liso em cetim e com um véu tão fino quanto uma nuvem, carregando um buquê de peônias rosas.

Ela não quis que eu a acompanhasse até ao altar, preferiu que eu ficasse com Duke para garantir que ele não desmaiasse no meio da igreja. Ele realmente parecia nervoso com as mãos suadas esfregando a todo momento na calça cinza grafite que combinava com paletó, e quando viu Mary obviamente começou a chorar, eles demoraram anos para se casar, Mary havia passado os dois últimos anos na França, em uma especialização, enquanto Lily tomava conta de tudo na confeitaria, as duas viraram sócias e abriram mais duas filiais, uma em Boston e outra em Chicago, o que as deixava muitas das vezes sobrecarregadas para tentar manter tudo em ordem, mas elas davam conta de tudo. Eu estava orgulhoso do quanto Mary e Lily cresceram.

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