Capítulo sete - Jogo de basquete

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Lillian Baxter

"Nem todos são cretinos", foi o que minha mãe disse quando meu pai foi embora. Achei que Willian fosse a exceção, que finalmente tinha entendido as palavras da minha mãe, mas ele só foi mais uma decepção, como meu pai e Peter. E também teve o Alex, que terminou comigo pelo mesmo motivo do Peter, depois que comecei a trabalhar na livraria ele disse que não daria certo, porque eu não parava em casa, que não tinha tempo para ele. Mas por um momento pensei que Willian fosse melhor que isso.

Meu coração pesou quando pensei em suas palavras duras, não entendia o que teria acontecido para ele agir daquela forma, e no final não tinha certeza se queria entender. Era melhor assim, nos mantermos afastados como deveria ter sido desde o começo. Eu ignoraria sua existência, enquanto torcia para ele fazer o mesmo.

— Amiga? Você está bem? — perguntou Emma, enquanto dava uma garfada em seu frango grelhado. Estávamos em um restaurante perto do campus almoçando antes da próxima aula.

— Estou, não se preocupe! — menti tentando não transparecer meu desânimo. Além da briga com Willian, descobri que o bar onde tinha uma entrevista de emprego já havia completado seu quadro de funcionários, então eu ainda continuava desempregada.

— Ei, você vai encontrar um emprego, enquanto isso vamos aproveitar! — disse animada, sabia o que ela estava tentando fazer, me convencer a ir no jogo de basquete da empresa Clarke. Emma contou que uma vez no mês Willian e seus funcionários fazem uma confraternização com um jogo de basquete entre os departamentos da agência. Emma estava disposta a me convencer a ir ao jogo. Deveria confessar que parecia divertido, levar comidas, ver um jogo, rir um pouco, mas só de pensar que teria que encarar o Willian, meu estômago dava um nó. Faz uma semana que mal olhamos um para o outro direito.

No domingo de manhã Emma entrou no meu quarto gritando eufórica.

— Levanta, Lily! Não vou deixar você passar o domingo inteiro sentindo pena de si mesma. — ignorei sua fala, puxando as cobertas tapando a cabeça, sabia que ela não iria desistir. — Vamos, Lillian! Por favor! — implorou pulando em cima de mim, descobrindo meu rosto, fazendo a encará-la.

Emma ficou mais alguns minutos falando o quanto seria divertido, e que eu precisava de diversão, até eu me dar por vencida e levantar da cama.

— Que horas é o jogo? — perguntei vasculhando o guarda roupa, o sol batia contra o vidro da janela, iluminando o quarto, um clima perfeito para sair ao ar livre, então vestiria um dos meus macacões jeans com um rasgo na perna, e uma blusa branca. Sempre adorei macacões desde de criança, tinha 6 anos quando ganhei o primeiro da minha avó, depois disso era difícil me ver usando outra coisa, exceto na faculdade, que usava roupas mais sociais.

— Vai ser às duas da tarde! — informou saindo do quarto. Tomei um banho e desci para dar comida para Cupido que miava desesperadamente entre minhas pernas. Não encontrei ninguém no andar de baixo, torci para não esbarrar com Willian, mesmo detestando olhar para sua cara, meu coração sempre traia minha razão, acelerando como em uma corrida de carros.

Tomava distraidamente uma xícara de café quando escutei a campainha. Cruzei a sala e abri a porta, encontrando uma moça de cabelos castanhos, e com um olhar doce.

— Você deve ser a Lily! — falou passando por mim, entrando na casa. Já a tinha visto por fotos, se tratava da tia de Emma, Mary Clarke. Ela tinha uma confeitaria muito renomada no centro da cidade, conceituada no ramo dos doces.

A encarei um pouco sem jeito, ela direcionou um sorriso meigo.

— Eu sou a Mary, tia da Emma. — apresentou-se estendendo a mão.

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