Capítulo dezoito - Um simples gesto

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Lillian Baxter

Quando voltei para Nova York, depois de passar uma semana em Sea Bright com a minha mãe, notei que a viagem fez bem para mim, foi bom conversar com ela, sobre meus sonhos e os problemas em minha vida amorosa. Foi revigorante ficar um pouco longe de toda a bagunça que Willian causou na minha vida e em meu coração. Nos dias que passei distante, tentei focar em outras coisas, como andar pela praia, comer comida boa e assistir filmes antigos com minha mãe, — uma coisa que há muito tempo não fazíamos.

Logan voltou para Nova York alguns dias antes, tinha assuntos para resolver.

Nada embaraçoso aconteceu depois de nosso breve beijo, por sorte nossa amizade não mudou. Logan era um garoto especial, meu melhor amigo desde os cinco anos, e perder sua amizade destruiria meu coração. Ele insistiu que ficasse em seu apartamento enquanto juntava forças para encarar Willian outra vez, não sabia se estava disposta a olhar para ele tão cedo.

Mary me recebeu de braços abertos quando voltei para o trabalho na segunda-feira. Ser sua ajudante nos afazeres da confeitaria traziam grandes aprendizados. Ela era o tipo de pessoa que transbordava positividade, sempre sorrindo, seus olhos castanhos com um brilho intenso enquanto trabalhava em uma cobertura para o bolo de baunilha. Mary Clarke era apaixonada pelo trabalho, e era exatamente isso que eu queria, um trabalho que me fizesse sorrir.

E graças a ela, finalmente estava no caminho certo. A confeitaria me escolheu, e eu a recebi com gratidão.

Ao meio dia, na nossa pausa para o almoço encontrei Duke em frente a confeitaria. Ele caminhava de um lado para outro enquanto murmurava alguma coisa para si mesmo, parecia nervoso.

— Duke! — murmurei. Ele soltou um pequeno gemido ao perceber que era eu, colocando a mão no peito.

— Ah, graças a Deus que é você! Pensei que fosse a Mary. — respondeu relaxando os ombros. Duke carregava um buquê de peônias, lindas flores embrulhadas em um papel acetinado.

— Ela vai gostar! — disse, indicando as flores em sua mão. Ele sorriu envergonhado. Fiquei preocupada com a falta de piadas vinda dele. Duke realmente estava se esforçando para não demonstrar o quanto estava prestes a entrar em colapso.

— Você acha? — perguntou com o olhar trêmulo e preocupado. Acenei com a cabeça.

— E se ela odiar e jogar as flores em mim? Eu já convidei muitas garotas para sair. Mas ela é a Mary, e estou com tanto medo de ser rejeitado, porque eu gosto dela. — Duke realmente nutria sentimentos fortes por Mary, era nítido em seus olhos, as pupilas dilataram apenas em pronunciar seu nome. Presenciar esse tipo de coisa fazia meu coração acreditar fielmente que o amor era o sentimento mais puro de todos.

— Duke — murmurei segurando seu ombro. — Se você realmente gosta dela, vá lá e convide. Não deixe que o medo controle você, não espere ser tarde demais. — ele balançou a cabeça, respirando fundo.

Antes de entrar no local, Duke chamou meu nome.

— Você é incrível, Lily. Agora entendo o porquê dele amar tanto você.

Duke respirou fundo tomando coragem entrando na confeitaria. Deixando suas palavras no ar, causando um nó em meus pensamentos.

Mais tarde peguei o metrô, voltando para o Brooklyn. Ainda continuava tentando desemaranhar meus pensamentos confusos.

Coloquei fones de ouvido escolhendo, "This Love" da Taylor Swift, as músicas dela possuíam alguma magia capaz de afastar minha tristeza, por mais cortantes as suas palavras nas letras de suas composições, de algum jeito eu era transportada para casa, talvez seja porque passei parte da minha adolescência escutando todos os seus lançamentos. Muitas de suas músicas foram trilha sonora da minha vida.

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