Capítulo 04

1.4K 158 25
                                    

Eu andava em direção ao centro da cidade rezando para não encontrar aquele grupo da outra vez, Miles não estaria lá pra me socorrer como ele sempre fazia, não depois do nosso desentendimento. Eu teria que apertar o passo para ir e voltar rápido. Por que a única farmácia que entrega os remédios dela, fica logo no centro da cidade?

Por sorte eu conseguia me camuflar bem no meio da multidão, então as chances de eu trombar com eles seria menor.

Mesmo estando ali, eu estava me segurando muito para não roubar uma carteira, eu tinha coisas mais importantes para me preocupar, mas eu queria só que havia muita gente e isso significa que poderia ter mais gente de olho em mim e então tento controlar minhas vontades.

Estava uma verdadeira tortura, mas finalmente acaba quando chego na farmácia, vou direto ao balcão entregar a receita para me atregarem os remédios.

— Boa tarde, eu vim estes remédios. — Coloco o papel em cima do balcão.

— Está bem, só um minuto.

O rapaz pega o papel e vai para outras prateleiras e pega duas caixas e logo retorna com elas. Ele me entrega o papel de volta.

— Deu cem dólares.

— Ok...

Começo a puxar minha carteira do bolso para pagar os remédios até que escuto...

— Você tem condições?

— O que? — Olho confusa para o rapaz.

— Estou perguntando se você tem condições de pagar por estes remédio!

— Tenho, por que? — Aquilo me irritou muito.

— É que não parece... Pelo jeito que procura a carteira.

— Se eu tenho ou não condições de pagar não é da sua conta! Estou aqui apenas para comprar e você para me atender e não me julgar se eu tenho ou não dinheiro!

Ele ficou quieto, mas era possível ver que estava com raiva. Ninguém mandou dar opinião onde não devia, pego uma nota de cem e entrego a ele e ele me entrega os remédios em uma sacola, vou em direção a porta para sair e consigo sentir seus olhos em cima de mim. Saio da farmácia e outra vez no meio da multidão, mas dessa vez o número de pessoas diminuíram, isso foi bom pois eu já estava me sentindo sufocada, o caminho estava sendo tranquilo até eu virar a esquina e encontrar o que eu não queria. O grupo de ontem a noite.

— Olha só quem tá aqui.

— Opa, eu não quero confusão, eu só vim comprar remédios, não roubei nada!

Mostro a sacola para provar minhas palavras.

— Mesmo que não tenha vindo para roubar na nossa área hoje, você nos deve o de ontem, queremos tudo e agora, seus amigos não estão aqui para te salvar.

— Então... — Paro um tempo e olho um pouco para o lado. — Polícia, por favor me ajuda aqui!

O grupo olha para trás, todos pareciam assustados e então aproveito a oportunidade e saio correndo. Não havia polícia alguma ali, só usei isso para sair daquela situação.

Quando eles se dão conta que eu havia enganado eles, eu já estava bem longe dali, toda hora que eu olhava para trás eu não via eles em lugar algum, mas minha distração de ficar olhando toda hora para trás acabou me levando direto ao chão com uma pancada forte. Eu havia tombado com alguém, vou me levantando aos poucos ficando de joelhos e percebo que havia esbarrado em uma mulher e levado ela ao chão junto comigo.

— Caramba garota, não sabe olhar para onde anda não?

Olho para o lado e vejo mais três mulheres, provavelmente estavam acompanhando a que eu acidentalmente derrubei.

— Me desculpa, sinto muito, não era minha intenção...

Me levanto de vez e estendo a mão para ajudá-la a se levantar, assim que ela estende a mão para mim, mas a outra agarra sua mão e ajuda a se levantar.

— Tem que prestar bem atenção por onde anda! — Ela caminha em minha direção ficando bem perto.

— Eu já pedi desculpas, realmente não foi minha intenção!

Ela maior que eu e ainda me encarava para tentar me intimidar, mas eu conhecia bem aquele jogo e então eu estava devolvendo as encaradas e parecia muito bem que ela não estava gostando nem um pouco.

— Ashley, já chega, ela já pediu desculpas! — A morena a puxa para se afastar de mim.

Havia entendido que a confusão havia acabado e então dou alguns passos para trás e assim dou as costas e volto a fazer meu caminho e aperto o passo outra vez. Só queria chegar em casa e esfriar a cabeça.

Eu havia dado a volta no quarteirão inteiro para me livrar daqueles caras e finalmente chegar em casa inteira.

— Tia, eu voltei e trouxe seus remédios! — Vou em direção a mesa da cozinha e coloco eles em cima da mesma.

— Você demorou, aconteceu algo?

— Nada de mais, tudo normal.

— Meu Deus, o que é isso na sua testa?

Ela ergue a mão e toca minha testa, eu só sentir o que era quando ela tocou, havia um pequeno roxo ali e me lembrei que eu bati a cabeça no chão depois de cair.

— Ah, isso foi de um maluco, ele estava correndo e esbarrou em mim e me levou pro chão, bati a cabeça com força.

— Tome mais cuidado na próxima vez.

— Sim senhora, irei tomar... — Dou um leve beijo em sua mão. — Agora tome seus remédios enquanto vou no quarto.

Ela se vira para a mesa onde eu havia colocado eles, enquanto ia pro quarto eu conseguia escutar seus resmungos por conta do gosto do xarope e isso me arrancou um sorriso.

Entro no quarto e logo tranco a porta para minha tia não ver, então tiro um envelope que estava na minha cintura. Ele não era meu, eu peguei daquela mulher que estava tentando me intimidar, eu não queria roubar dela, mas parecia que ela havia pedido por isso. Quando abro o envelope, me assusto com a quantidade de dinheiro que tinha ali, era uma fortuna! Percebo que ao lado das notas havia um pequeno aparelho, não sabia o que era e então resolvi não dar importância para ele.

Roubo ao DólarOnde histórias criam vida. Descubra agora