Capítulo 33

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Meu sangue ainda continuava a ferver, minha cabeça não parava de doer, tudo que eu mais queria era meter uma bala bem no meio da cabeça daquele desgraçado. Fui obrigada a me manter sentada no sofá até eu conseguir me acalmar, depois daquela revelação que Amy nos fez, Sharon a obrigou fazer as malas, pegar suas coisas mais importantes e que a partir dali ela moraria conosco, naquela altura já estávamos em casa, as meninas a estavam acomodando em um de nossos quartos e Sharon estava sentada no sofá da frente, ela parecia meio calma, eu a fico encarando por um tempo.

- Não adianta me olhar assim, você não vai sair desse sofá até você esfriar a cabeça. - Ela dizia.

- Mas eu nem falei nada. - Solto um suspiro.

- E nem preciso dizer, sua cara já diz e também... Eu te conheço Ashley, você não vai atrás daquele cara, não agora. - Ela se levanta e vem até mim. - Me dá.

- Dar o que? - Fico confusa.

- Não se faça de cínica, todas nós sabemos que você sempre anda armada por aí! - Ela mantém a mão estendida para mim.

Eu suspiro um pouco e me sinto derrotada por ela, coloco a mão por baixo de minha camisa e pego a arma que ficava escondida em minha cintura, assim que a pego eu entrego na mão de Sharon.

- Boa garota, vai ficar sem seu brinquedo até se acalmar. - Ela se afasta um pouco e trava minha arma.

Sharon se retira da sala levando minha arma junto com ela. Não havia mais nada para ser feito no momento, até havia pensando em fazer com as minhas próprias mãos, mas não podia deixar a raiva tomar conta de mim, para não surtar de uma vez, eu decido ir até o quarto onde Amy estava. Ver ela me acalmou de vez, ela estava tranquila enquanto arrumava algumas peças de roupas em cima da cama, fiquei parada na porta apenas a observando, seu cabelo estava preso e isso deixava seu hematoma bem a vista, Vicki havia passado uma pomada para ela. Amy acabou me percebendo na porta e deu um sorriso fraco e logo voltou a arrumar suas roupas novamente, saio dali e me sento ao seu lado.

- Você está bem? - Pergunto.

- Eu tô tentando entender ainda... - Diz.

- Bom, a gente se preocupa com você e estamos fazendo isso pro seu bem. - Explico a ela.

- Me prendendo aqui? - Ela pergunta.

- Não estamos te prendendo aqui... A gente só não quer aquele desgraçado colocando aquelas mãos sujas em você de novo, e eu havia jurado que se ele ousasse em te tocar outra vez eu o faria dormir pra sempre só que a sete palmos abaixo da terra. - Falo mais do que devia.

Amy ficou em silêncio por um tempo, levou sua mão até seu pescoço e ficou passando a mão levemente por cima de seu hematoma, talvez estivesse se lembrando de algumas coisas.

- Vem aqui. - Puxo ela para um abraço. - Eu só quero que entenda uma coisa, você não está sozinha, você nunca mais vai ficar sozinha.

Amy me abraça de volta, dessa vez seu abraço ficou um pouco mais forte que os outros, ela escondeu seu rosto em meu peito e parecia que queria chorar.

- Está tudo bem agora, você está segura, não vamos deixar ninguém te machucar, isso eu prometo! - Falo beijando sua cabeça.

O restante do dia segue tranquilamente, ajudamos Amy com o que ela precisava, estávamos tentando fazer de tudo para deixá-la o mais confortável possível conosco. A noite chegou tão rápido que nem percebemos, fizemos questão de levar comida na cama para Amy, depois disso ela colocou uma roupa mais leve para dormir, já estava bem tarde e de pouco em pouco tempo passávamos em seu quarto para conferir se estava tudo bem enquanto ela dormia, sei que isso parece um pouco doentio da nossa parte ficar vigiando ela toda hora, mas estávamos preocupadas com ela até que uma hora nosso ciclo de visitas acabou sendo interrompido por Sharon que pediu que a gente a acompanhasse em um passeio noturno. Ela apenas disse que devíamos deixar Amy descansar em paz e a gente esfriar a cabeça, durante todo o passeio não falamos nada, andamos por ruas que já conhecíamos de pouco em pouco, até que em um momento nos demos conta que estávamos andando pelo bairro onde Amy morava e Sharon parou o carro exatamente em frente a casa dela.

- O que estamos fazendo aqui? - Kendra perguntou confusa.

- É só olharem para frente... - Ela respondeu.

Todas nós olhamos para a rua escura e em um beco dali havia um grupo de pessoas conversando e acabei reconhecendo um deles, era o desgraçado que ameaçou a Amy, ficamos nos remoendo em raiva, meu momento acabou sendo interrompido por Sharon me entregando minha arma.

- Façam o que quiser com ele... Apenas garantam que ele saia respirando no final, não quero parar nos jornais antes da hora. - Ela explica.

Eu olho uma última vez para Sharon e pego minha arma de sua mão, eu me senti ansiosa pelo momento que eu esperava tem bastante tempo, as meninas também pareciam bem ansiosas para isso.

- Podem pegá-lo! - Sharon dá sua permissão.

Não precisa nem dizer duas vezes, nós três saímos do carro e andamos lentamente até o pequeno grupo, eu estava muito feliz, eu segurava minha arma engatilhada, Kendra lavava seu taco de basebol de ferro que sempre carrega no carro e Vicki tinha nas mãos seu soco inglês.

- Será que podemos participar da sua pequena reunião? - Vicki pergunta.

- O q-

VIcki nem o deixou terminar de falar quando ela socou seu rosto na primeira oportunidade, seus companheiros tentaram reagir contra, mas foram surpreendidos por Kendra surgindo e os acertando com seu taco enquanto sorria feliz, Miles estava caído no chão com o nariz e boca sangrando sem parar quando nos encarou.

- O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO SUAS VADIAS? - Ele gritava.

- A mesma coisa que você fez com a Amy só que dez vezes pior! - Respondo. - Eu só vou falar uma vez, todos vocês caiam fora daqui antes que eu encha vocês de furos, nossa conversa é com ele e não com vocês!

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