Capítulo 54

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A situação estava ficando cada vez mais desesperadora, ver aquela arma apontada para a cabeça dela só aumentava nosso medo, mas a ameaça que ele havia feito nos fez se render de vez.

— TÁ LEGAL, A GENTE VAI TE ENTREGAR O DINHEIRO. — Grito sem pensar duas vezes.

Sua expressão acabou alternando de raiva para um sorriso psicopata, nesse meio tempo eu pego as outras três bolsas das meninas e caminho até ele em passos lentos.

— Aí já está bom, pode largar as bolsas no chão. — Diz ele.

Sem hesitar eu largo elas no chão e volto para perto das meninas, então ele faz um sinal de mão e um de seus capangas vai até as bolsas, ele se abaixa e as verifica, ele olha para trás e dá um sinal de verificação e as pega voltando para perto dos outros.

— Ok agora solta ela, já conseguiu o que você queria. — Ashley fala em tom de raiva.

— Soltar ela? Acho que houve um engano aqui. — Ele me olha com um sorriso cínico no rosto.

— NÓS TÍNHAMOS UM ACORDO! — Grito.

— Tínhamos, agora não temos mais. — Ele zomba.

Acabamos ficando cada vez com mais raiva e estávamos prontas pra atirar contra ele, mas não queríamos correr o risco de Amy ser atingida no meio do fogo cruzado.

— O que foi? Acharam mesmo que eu iria entrega-lá assim tão fácil? Eu estou apenas reivindicando o que é meu por direito, vocês a roubaram de mim no início, agora estão pagando por isso. — Ele aumenta o tom de voz. — Agora olhem para mim, eu tenho muito dinheiro e tenho a garota que sempre desejei só para mim.

— VOCÊ É DOENTE! — Kendra grita.

— Doente não, sou apenas uma pessoa que sofreu um pouco de injustiça assim como várias outras nesse mundo, só que eu faço parte de poucas que está conseguindo fazer justiça com as próprias mãos. — Ele explica.

— Chama isso de justiça? Apontar uma arma pra cabeça de uma pessoa que não fez nada de errado. — Falo.

— ELA ME REJEITOU! — Ele grita.

— E ELA TEVE MOTIVOS PARA ISSO NÉ! — Grito de volta. — VOCÊ SÓ DEMONSTROU O QUÃO ABUSIVO FOI NO INÍCIO.

— CALA A SUA BOCA, ELA ERA PRA SER MINHA E VAI SER MINHA! — Ele para por um instante. — Ela não pertence mais a vocês, nunca mais a verão outra vez.

Sinto meu corpo inteiro ferver em raiva e o desejo de matar esse desgraçado só aumentava, mas acho que eu não era a única a sentir esse sentimento.

— Agora se vocês me dão licença, eu tenho uma vida inteira para curtir. — Ele diz dando alguns passos para trás.

Acabo bolando um pequeno plano em fração de segundos, fico aguardando apenas pelo momento certo de agir. Ele joga Amy para trás e a faz sair primeiro do cômodo junto com seu capanga enquanto o outro recolhia as bolsas novamente para o acompanhar, foi nesse momento, nesse exato momento que tomei a decisão de puxar a arma e apertar o gatilho que toda nossa vida iria passar diante de nossos olhos e pôr em risco todas as nossas vidas em risco, o futuro já estava decidido e eu não tinha direito de mudá-lo, mas eu sabia que qualquer ação ali poderia ocasionar um resultado diferente para cada um. Por um momento eu senti que o tempo havia parado, é como se ele estivesse tentando me alertar de não fazer aquilo, alguém poderia acabar sendo ferido ou pior, mas eu não estava disposta a hesitar, quando saí de casa hoje e vi Amy sorrindo eu tomei a decisão que queria voltar e vê-lá novamente, não só isso, mas eu queria poder abraça-lá, beija-lá e dizer o quanto eu a amava, quase a perdi uma vez pelos erros que cometi e não vai ser agora que irei perdê-la! Dane-se o futuro decidido, dane-se se eu morrer, eu só queria a oportunidade de poder vê-la bem e segura longe desse doente, vim até aqui pra fazer isso valer a pena então EU irei fazer a valer a pena.
O cômodo acaba sendo preenchido por um barulho alto, eu acabei acertando o capanga que carregava as bolsas, a única reação dele foi se abaixar e se jogar para fora do cômodo.

— VAI FUGIR SEU DESGRAÇADO? — Grito.

Minha reação foi ir até a porta para terminar o serviço, mas ele já havia sumido, a porta ficava de cara um corredor, eu acabei o avistando no final escondido e apontando a arma para mim, quando eu percebi isso eu acabei voltando rapidamente e a lateral da parede acabou sendo alvejada por vários tiros.

— Qual o plano? — Pergunta Ashley engatilhado sua arma e as meninas fazendo o mesmo.

— Matar esse verme e salvar a Amy. — Falo.

— Não tem algo mais detalhado não? — Vicki pergunta.

— Você reparou na nossa situação nesse momento? — Pergunto. — Desculpa, mas eu não trouxe papel e caneta pra arquitetar um plano nesse momento.

— Tá bom eu me viro com o que dá! — Vicki me responde.

Ele acaba cessando os tiros por um momento.

— SINTO MUITO, MAS VOCÊS NÃO TEM MUITO O QUE FAZER AGORA, ESTÃO ENCURRALADAS. — Ele grita.

— VOCÊ QUE PENSA. — Respondo.

— ADMITA LOGO, VOCÊ NÃO SABE O QUE FAZER, ESTÁ SEM IDEIAS PARA SALVAR SUA PRECIOSA AMY! — Ele provoca.

Acabo caindo em sua provocação e respondo com alguns tiros e ele faz o mesmo, porém Ashley acaba me puxando para que ele não me acertasse.

— Você tá maluca? — Ela pergunta em um tom bravo.

— Ele estava na minha mira, não o acertei porque você me puxou. — Retruco.

— Igualmente como você estava na dele, se está afim de morrer, está no caminho certo. — Ela devolve.

— Eu tô tentando pensar na melhor maneira de sairmos dessa situação. — Explico.

— Morrendo? — Ela pergunta em provocação.

— Vamos parar de brigar? Vocês duas, brigando dessa forma nunca vamos sair daqui e isso só está fazendo a gente perder tempo. — Kendra fica no meio de nós duas.

Eu fechei os olhos e respirei fundo, assim que volto mais calma eu começo arquitetar algo.

— É o seguinte... — Digo sussurrando para elas.

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