Roubo ao Dólar

Capítulo 30

O restante do dia foi um furacão, acabamos descobrindo que os agentes do banco irão começar a mover o dinheiro mais cedo que imaginávamos, esperávamos pelo menos uma semana para isso. Estávamos tentando adiantar tudo para quando a noite do assalto chegasse, teríamos apenas dois dias para deixar tudo pronto.

Mas tinha mais outra coisa que estava rondando meus pensamentos, a gente só pensava em fazer o assalto e sumir do mapa, mas como a Amy iria ficar? Ela foi uma pessoa que nos ajudou bastante nesse plano, mas também foi uma pessoa que fisgou nossos corações e eu pensava muito se ela aceitaria fugir com a gente, conhecer o mundo a fora, mas também teria que conversar com as outras três para ver se aceitariam ter ela do nosso lado e ver se ela gostaria de estar ao nosso lado.

Andei meio pensativa até o escritório de Sharon onde todas estavam, parei um assim que cheguei na porta, elas discutiam sobre o plano e como iriam executá-lo na noite do roubo, fiquei apenas às observando ali e comecei a me perder em pensamentos outra vez.

- Ashley?

Despertei rapidamente assim que escutei alguém me chamando.

- Sim? - Respondi.

- Tá tudo bem? Te chamamos mais de uma vez e você não respondeu. - Explica Vicki.

- Sim, está tudo bem... - Respondo a elas.

- A gente te conhece sabia? Não adianta fingir que está bem, sabemos que tem algo escondido aí, pode nos dizer. - Diz Kendra se sentando em cima da mesa.

- Então... Eu estava pensando aqui comigo mesma sobre uma coisa, mas essa coisa nem é tão importante assim, é algo bem simples até, mas aí vai depender um pouco de vocês e é só dizerem sim ou não como resposta, mas vocês tem que ser bem sinceras...

- Fala logo de uma vez mulher! - Diz Sharon em um tom autoritário.

- Desculpa, eu só estava pensando se... Poderíamos chamar a Amy?

- Pra que? - Sharon devolve com outra pergunta.

- É que ela nos ajudou um pouco nesse plano e também, nós levamos essa relação com ela a um outro nível, ela poderia fugir com a gente?

A sala ficou em um mar de silêncio, Vicki e Kendra ficaram meio pensativas e olharam para Sharon que me olhava com uma certa dúvida em seu rosto.

- Eu ainda não tinha pensado nisso... Desde o início o plano foi apenas um roubo, apenas nós quatro fazendo isso e dividindo o prêmio entre nós, só a gente... Mas aí a Amy entra em nossas vidas e bagunça tudo e agora estamos aqui no perguntando se ela vem ou não com a gente, bom... É claro que eu quero que ela venha conosco, mas não podemos obrigá-la a vir, então a decisão disso cabe apenas a ela! - Sharon solta o que parecia estar entalado em sua garganta a um tempo. - Agora vamos voltar aos nossos afazeres, não é hora para pensar nisso...

Sharon sai do escritório me deixando sozinha com a duas, as vezes eu não a entendo, parece que uma parte dela está nem aí para a Amy e a outra parte quer muito que ela venha conosco, durante esses dias Sharon anda bem mais estranha que o normal, depois que voltou do sumiço naquele dia ela passou a ficar estranha.

- Tive uma pequena ideia, que tal irmos ver a Amy? Só para descontrair um pouco. - Faço a sugestão.

As duas deixaram a expressão séria para uma expressão mais alegre rapidamente, assim como as crianças quando ganham uma surpresa. Foi meio difícil conseguir convencer a Sharon a ir para lá, ela só queria saber de arquitetar o plano, não queria sair por nada, mas depois de muita insistência ela finalmente aceitou, acho que uma saída rápida para tomar um ar ia fazer bem para ela. Pegamos o carro e partimos em direção a cidade, um caminho que levava apenas dez minutos de carro, um silêncio reinou dentro do carro, então para distrair um pouco decido ligar o rádio e pôr uma música.

- Seu gosto musical é muito ultrapassado Ashley, você parece uma velha assim. - Kendra brinca.

- Que foi? Minhas músicas são ótimas ok? - Respondo a ela.

- Disse a velhinha. - Vicki entra no meio.

- Fica quieta, as músicas de vocês só possui batidas sem sentido e ninguém canta. - Retruco.

- Nossas músicas são eletrônicas, são modernas e dá pra escutar sem morrer de tédio igual as suas músicas de discoteca. - Kendra explica.

E durante aquele assunto, me lembrei de algo para deixar as coisas melhores.

- Só tem uma velha de verdade nesse carro e essa pessoa é a Sharon. - Provoco.

- Por que eu? - Ela pergunta.

- Sério? Quem gosta de ópera? - Vicki devolve com outra pergunta.

- Vocês não sabem apreciar uma boa sintonia, elas ajudam a relaxar e a pensar bem durante o dia! - Ela explica.

- Muito tedioso passar o dia escutando apenas violinos e pianos. - Diz Kendra.

- Vocês sabem que não é bem assim, ópera é para os verdadeiros amantes de sintonias que te fazem se acalmar. - Ela continua explicando.

- Se a gente fingir que entendeu tudo, você vai ficar feliz? - Pergunto.

A conversa continuou por mais alguns minutos até que finalmente chegamos ao bairro de Amy, o trajeto continuou mais um pouco até o carro parar totalmente na frente da casa dela. Saímos do carro e damos de cara com uma casa meio bagunçado, estava cheia de caixas espalhadas pelo jardim até a varanda, olhamos tudo em até chegar na porta, a porta da casa estava meia aberta, já estava ficando meia preocupada, mas mesmo assim decidi bater e não demora muito para escutar passos vindos em nossa direção. A porta se abre e acabamos de ver uma Amy bem mais cansada que o normal, estava com cara de que não parou para descansar um só segundo.

- Ah são vocês... - Sua voz saiu um pouco baixa. - Podem entrar, só não olhem para a zona que está minha casa.

Ela nos dá passagem e entramos, ela fecha a porta e passa por nós e começa a arrumar mais caixas.

- Será que você sabe tomar cuidado? - Pergunto.

Ela me olha sem entender nada.

- A porta estava aberta, e se alguém entra aqui? Tem que trancar ela ouviu? - Meu tom foi meio que um sermão.

- Tá bom... Desculpa, mas estou tão ocupada que não prestei atenção nisso... - Ela olha para mim com olhos de cachorrinho abandonado.

- Está bem... Agora pode nos contar o que você está fazendo com tudo isso? - Pergunto.