Acordei aos poucos com um pequeno barulho, me levantei com um pouco de dor nas costas, dormir sentada e no chão acabou comigo, olhei em volta e vi que Amy havia sumido do sofá, as meninas ainda estavam dormindo, eu dei a volta no sofá para ir até a cozinha da onde tinha vindo o barulho. Tive uma pequena surpresa ao ver Amy ali em pé dando continuidade ao seu trabalho de ontem enquanto bebia um café.
- Bom dia! - Falo ao adentrar na cozinha.
Amy deu um leve pulo, isso quase fez ela deixar cair pequenas xícaras no chão.
- Ashley! - Ela coloca as coisas na bancada e respira fundo. - Você me assustou, por favor não faça mais isso!
- Desculpa, prometo que não faço mais isso. - Falo enquanto me aproximo dela até ficar ao seu lado. - Você não para né?
- Eu ainda não terminei, tem muita coisa que preciso fazer, estou quase lá, falta pouco. - Ela solta um leve suspiro.
- Afinal de contas, o que você está fazendo? - Pergunto meio curiosa.
- Não sei se devo falar, você não vai gostar da resposta. - Ela responde.
- Amy, se for uma coisa que está te incomodando, você tem que me dizer, aliás, por isso estou aqui, por isso as meninas estão aqui, todas nós nos preocupamos com você e muito! - Explico.
Ela dá um breve sorriso e logo fica séria novamente.
- Estou entregando a casa... - Ela solta de uma vez.
- Como é? - Aquilo me deixou meio confusa.
Saí de seu lado e fiquei de frente para ela.
- Eu disse que você não ia gostar da resposta... - Ela abaixou a cabeça.
- Amy, olha para mim e me explica isso! - Insisto ainda mais.
- Eu não tenho condições... A casa era da minha tia, o comércio do outro lado da rua era da minha tia, eu não vi outra opção a não ser entregar a casa e as coisas que estão dentro para o banco, a loja eu tive que vender, a casa eu estou entregando e ao fazer isso, o banco vai me dar uma certa quantia em dinheiro! - Ela explica. - Eles vão me dar o bastante para eu conseguir me manter em outro lugar...
- Em outro lugar? Você pretende ir embora? Sozinha? - Aquilo me deixou bem confusa e ao mesmo tempo triste. - Você vai dar as costas e vai embora? É isso?
- Você não vê? Quando realizarem o assalto, sei que terão que ir embora depois disso por causa da polícia, enquanto a mim eu preciso decidir o que fazer... - Ela dizia.
- Você achou mesmo que a gente iria deixar você sozinha aqui? Sabe o por quê a gente veio aqui ontem? A gente veio aqui só para te perguntar se queria ir com a gente depois do assalto, a gente queria que você vivesse com a gente... - Explico a ela.
Amy ficou muda, ficou sem expressão alguma, parecia que havia se arrependido do que havia falado, ela estava tão diferente de quando a conhecemos, ela não era assim e todas nós sabíamos que havia algo errado com ela. Quando a conhecemos ela era bem cabeça dura, batia o pé pra tudo, nos enfrentava às vezes e parecia não ter medo de nada, agora ela ficou bem frágil, estava com medo de algo, está se levando ao extremo de seu cansaço e parece que chegou ao seu limite.
- O que aconteceu com você? Você não é assim... - Sussurro para ela.
Amy continuou quieta, aquele silêncio estava me matando e então a puxo para um abraço, acabei sentindo que ela tremeu um pouco e parecia meio retraída, estava tentando entender o que estava acontecendo de errado com ela, queria muito entender para não deixar que acontecesse outra vez. Começo a passar a mão em seus cabelos um pouco, nos afastamos do abraço e continuei a mexer em seus cabelos e então seguro seu rosto e lhe dou um beijo calmo, ela me retribuiu na mesma calmaria, não durou muito, mas foi bem relaxante. Eu continuei a passar a mão em seu e cabelo ao mesmo tempo, eu passei a olhar para ela inteira até que parei em seu pescoço ao notar algo e então decidi afastar seu cabelo e vejo que havia uma marca roxa ali.
- O que é isso Amy? - Pergunto.
Amy parecia ter se espantado, se afastou um pouco de mim e jogou seu cabelo por cima dos ombros.
- Não é nada. - Diz ela.
Ela tenta passar por mim, mas eu agarro seu braço.
- Me mostra isso Amy! - Insisto.
Ela hesitou de primeira, mas logo se rendeu, aos poucos ela foi tirando seu cabelo da frente e logo pude ver, havia um hematoma roxo em seu pescoço.
- Quem fez isso? - A voz de Kendra se faz na cozinha.
Logo atrás dela surgem Sharon e Vicki, nenhuma delas estava nem um pouco contente.
- Isso não foi nada de mais, eu apenas me machuquei ontem. - Ela explica.
- Tá bom, e você se machucou com o que? - Kendra pergunta.
Amy olhou um pouco para nós com um certo receio.
- Ah, eu só fui pegar algumas coisas de cima da prateleira e acabaram meio que caindo em cima de mim só isso. - Ela se explica.
- Sabia que você mente muito mal? - Sharon devolve com uma pergunta.
- Mas é sério gente, não foi nada de mais! - Ela insistia.
- Quem fez isso? - Kendra pergunta novamente.
- Ninguém...
- Quem fez isso Amy? - Insisto.
Insistimos com as perguntas e ela repetia que estava tudo bem, que não havia sido ninguém e que não era nada demais, até que...
- FOI O MILES! - Ela finalmente soltou em um grito. - Foi ele... Ele veio aqui quando vocês não estavam, ele invadiu minha casa e me fez ameaças enquanto... Enquanto me enforcava...
Juro que senti meu sangue ferver em raiva após ela dizer isso e aposto que não fui a única a pirar de raiva.
- Eu vou acabar com a raça daquele desgraçado! - Falo para mim mesma.
- Hoje vai ter funeral e vai ser o dele! - Diz Vicki.
- O que vocês vão fazer? - Amy pergunta meio assustada.
- Não se preocupe querida Amy, vamos apenas dar um pequeno susto nele.
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Roubo ao Dólar
AçãoAmy, uma jovem moça de vinte anos que vivia com sua tia, e mesmo sem sua tia saber, Amy tirava seus lucros roubando carteiras de pessoas nas ruas de Los Angeles Um dia a sorte ficou contra ela quando acabou roubando a carteira de um grupo de mulhere...