Capítulo 12

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POV NATASHA ROMANOV GRIMES

Sinto minha cabeça pesada e quando tento abrir os olhos,eles ardem por causa da claridade.Olho ao redor e  estranho o quarto que eu estava,tento me sentar mas acabo gemendo de dor.
-Amor, não faz força-escuto a voz chorosa da minha mãe,olho para o lado e vejo ela se levantando de uma poltrona,reparo nos seus olhos e vejo eles inchados e vermelhos,ela tava chorando pelo visto.
Então eu lembro do desaparecimento da Sofia,da igreja, depois do veado e então um barulho e uma dor.
Eu tinha levado um tiro,e não foi legal como na Netflix.
-Mãe,ele era lindo-digo
Ela se senta devagar na cama,e acaricia meu rosto.
-Quem?
-O veado,era um animal tão magestrosso.-digo.
-É mesmo?-Diz ela sorrindo.
-Mas e a Sofia?Daryl achou ela neh?-digo,vejo tristeza no seu olhar.
-Não.
Olho para o outro lado, tentando controlar a vontade de chorar.Então reparo numa florzinha delicada,numa garrafa de cerveja,acabo rindo já adivinhando quem trouxe.
-Oque foi?-Pergunta mamãe .
-Quem trouxe essa florzinha?-Pergunto.
-Eu não sei, eu fui no banheiro a pouco tempo e quando voltei ela já tava ai-diz ela.
-Eu gostei-digo-Perai,onde eu estou?
-Na fazenda do Hershel Greene.O amigo dele Otis,te baleou sem querer,aí teu pai trouxe você aqui,e Hershel salvou a sua vida.
-Então ele é médico?-Pergunto.
-Veterinario.-diz ela,arregalo os olhos.
-Nossa, agradeça ele por mim-digo, então seus olhos brilham como se tivesse lembrado de algo muito importante.
-Marcel está aqui-Diz ela.
-Oque?!

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Eu juro por Deus, que se eu estiver sonhando, quando eu acordar eu me mato!Ter meu melhor amigo do meu lado, segurando a minha mão e contando tudo oque aconteceu,parecia mesmo um sonho.
Eu tava como um bebê,desde que acordei não paro de chorar.Tava com raiva de eu não poder levantar e pular nos braços dele.
Marcel me explicou tudo, que eu cheguei aqui,ele teve que doar sangue para mim.Shane e Otis foram no hospital da escola buscar as coisas necessárias para a minha operação,e infelizmente o Otis não sobreviveu.Eu fiquei três dias dormindo,eu resmungava muito mas nunca acordava ou falava coisa com coisa.
Na casa tinha Hershel,e suas filhas Maggie a mais velha e Bethy a caçula,que pelo oque eu percebi ele tinha uma queda.
E tinha a Patrícia,a viúva de Otis.E Jimmy,o namorado da Bethy.
-Marcel,cadê a sua vó?-Pergunto
-Seu pai vai querer ver você,vou lá chamar ele-diz ele se levantando como se fosse um raio.

Eu tava deitada,mas recebi tantos abraços que já tava cansada.Todos do grupo (tirando o Daryl) vieram me ver, até as pessoas da casa.
Meu pai e Carl ficaram mais tempo,e eu via culpa nos olhos do Carl.Mas não tive tempo de saber o porque.
Com tristeza percebo que não teria mais visitas, então olho para a flor.Tinha sido ele neh?Ou foi outra pessoa, e eu tava só sonhando.
-Idiota-resmungo, sabendo que ele não iria aparecer nem para me dá boa noite.
-Porque essa carinha triste?-Pergunta papai.
Olho para ele e percebo que ele tinha voltado,sorrio.
-Nada-digo.
-Qualquer pessoa diria que é por você ter levado um tiro,ou pela Sofia.Mas meu sexto sentido diz que não é por isso-diz ele.
-Eu queria ver uma pessoa,mas acho que ela não vai vim me ver-digo, não sabendo exatamente o porque de eu querer tanto ver o Daryl.
-Esse alguém é o Daryl?-Pergunta papai.
-Sim,quer dizer não -digo,vou culpar a dor horrível que eu tava sentindo.
É isso,eu tava triste pela dor e Daryl era só uma desculpa,ou eu torcia que fosse.
-Bom,eu não vou pedir para ele vim te ver.Já que isso é escolha dele,mas acho que ele ter te dado uma flor significa que ele se importa-diz ele,olho com interesse.
-Você viu, que foi ele?-Pergunto.
-Sim,eu vi ele carregando a garrafa com essa florzinha.Só não sabia que ele iria trazer uma para você, também.
-Como assim também?-Pergunto.
-Ele deu uma para Carol-Diz ele,e não sei porque, mas eu não gostei nada disso.
-Uhum-resmungo,meu pai me analisa por um tempo e depois ri.
Mas quando me mexo e gemo de dor,seu olhar mostra preocupação.
-Eu sinto muito,eu deveria ter cuidado mais de você, não deveria ter te deixado se afastar.
-Pai,eu te proíbo de se culpar.Está me escutando?Te proibido severamente!
-Carl se culpa,ele disse que você só foi porque ele te pediu,e que ele que deveria ter levado um tiro-olho para meu pai horrorizada -Eu e sua mãe, tentamos tirar esse pensamento dele mas não está sendo fácil.
-Deixa que eu falo com ele pai-digo.
-Tudo bem,mas acho que você precisa é descansar -Diz ele me dando um beijo na testa.
Em pouco tempo adormeço,e acabo sonhando com a antiga vida que nunca mais teria.

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-Estou pronta para cair fora-digo, sorrindo para Maggie.
-Mas vai devagar-pede ela,bufo.
-Eu fiquei nessa cama por cinco dias, só mais um minuto aqui,eu vou me matar.-digo,ela ri.
-Você é dramática-Diz ela-Eu já deixei uma muda de roupa no banheiro, depois desça  para tomar café da manhã com agente.
Vou até o banheiro e tomo um banho bem demorado, lavo meus cabelos e me depilo.Por último escovo meus dentes e vou até a cozinha.
Encontro Hershel, Patrícia,Marcel,Jimmy,Bethy, Maggie na mesa de café,me sento do lado de Marcel e Maggie.
-Bom dia- comprimento.
-Bom dia.
-Como está se sentindo?-Pergunta Hershel.
-Estou bem, graças a você.Muito obrigada-digo.
-Não precisa agradecer, mas não se esqueça de todos os cuidados e remédios,e nada de pegar no pesado.Você tem que continuar de repouso, pelo menos por mais uma semana.
-Ok-Digo, então olho para Patrícia que estava na minha frente e seguro sua mão-Eu queria dizer que sinto muito por seu marido,por causa dele eu estou viva.
-Seu amigo Shane também se arriscou por você-Diz ela sorrindo-E meu Otis só queria fazer o certo,ele tava apavorado por ter atirado em você.
Então tomo um copo de leite,e como um pedaço de bolo caseiro de cenoura.Tenho que me segurar,para não gemer.Fazia tempo que eu não comia uma coisa tão gostosa.
-Obrigada pelo café,mas eu vou indo-digo me levantando
-Eu te acompanho-diz Marcel se levantando também.
Saio da casa dos Grenne  e um pouco mas para a frente,vejo o acampamento e todos tomando café juntos.
Sorrio quando meu pai me abraça, parecendo radiante de me ver caminhando,minha mãe e Carl vem logo atrás.
-Que bom que está recuperada querida-Diz Carol,mas vejo tristeza nos seus olhos,sabia que Sofia não tinha sido encontrada ainda.
Olho para o Daryl mas quando eu ia comprimentar ele,me calo já que ele olha para Marcel com um certo nojo.
Será que ele tinha raiva do meu amigo? Porque? Espero que não seja por ele ser negro.
Mas eu acho que não, já que ele nunca demonstrou nojo por T-Dog ou a falecida Jac.
Ele se levanta e sai andando,mas acho que ninguém percebeu o seu incômodo,fico triste,pensei que ele iria pelo menos me cumprimentar ou dizer o motivo de não ter ido me ver.
-Está com fome meu amor?-Pergunta mamãe.
-Não,eu tomei café na casa-digo ainda olhando para as costas do Daryl, que se afastava cada vez mais.
-Está olhando muito para ele, tá ficando óbvio-sussurra Marcel no meu ouvido,e eu abaixo o olhar com mesmo não sabendo o porque.

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Enxugo as lágrimas do meu rosto,e coloco uma rosa branca,encima do túmulo de Otis.
Era só um monte de pedras,com um quadro com sua foto, já que o corpo tinha sido devorado.Ele me deu um tiro,mas foi sem querer.E depois ele se arriscou por mim,e morreu.
Eu nunca poderia agradecer a ele, colocar uma flor em seu túmulo era o máximo que eu poderia fazer.
Me viro para ir embora,e levo um susto com Shane parado atrás de mim, ele tava estranho,e não era só o cabelo raspado.
-Oi-Digo,ele sorri e me abraça.-Eu ainda não te agradeci por ter buscado as coisas com Otis,isso me salvou obrigada.
Me afasto dele,eu ainda não tinha esquecido que ele e minha mãe tiveram um caso,e eu realmente tava com medo do olhar de Shane.
-Otis que foi o verdadeiro herói,ele se sacrificou para eu poder trazer as coisas para sua operação. -Diz ele,e vejo um brilho de mentira nos seus olhos.
-Tá bom,eu vou voltar -digo me afastando.
Tinha alguma coisa errada.
No meio do caminho encontro Glenn, que não parava de falar que quando eu ainda estava na casa, ele tinha entrado num poço,apindurado por uma corda para tirar um zumbi dele,mas que foi tudo em vão, já que  ele acabou se partindo.
-Que nojo -digo fazendo uma careta
-Foi assustador,mas emocionante ao mesmo tempo.Parecia que eu tava num jogo,ou algo assim.
-Certo isca de zumbi,mas não se esqueça que aqui é a vida real,e por mais que algo pareça emocionante você não terá outra vida como no videogame.-Digo olhando para ele-E eu não quero ver um amigo morrer.

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