Capítulo 18

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NATASHA ROMANOV GRIMES

-O Dale conseguia irritar as pessoas,ele me irritou.Porque ele não tinha medo de dizer, oque pensava,como se sentia.Esse tipo de honestidade é rara e corajosa, sempre que eu ia tomar uma decisão eu olhava pro Dale e ele olhava pra mim,com aquele olhar que ele tinha.Todos já vimos aquele olhar,uma vez ou outra.-Fecho os olhos e sinto as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
Daryl me aperta mais em seus braços,e escondo meu rosto no seu peito.E escuto meu pai terminar suas belas palavras,as últimas que Dale ganharia.Tinhamos enterrado ele,junto com a família do Hershel,do lado da vó de Marcel.
Todos estavam abalados,e ninguém conseguiu dizer alguma coisa.Então meu pai tomou a frente,como o líder que era.
-Nem sempre eu podia compreende-lo,mas ele nos compreendia.Ele via as pessoas como elas eram,ele sabia coisas sobre nós a verdade sabia quem nós somos.E no fim,ele estava falando da nossa perda de humanidade,ele disse que nosso grupo tá rachado e o melhor jeito de hora-lo é fortalecer o grupo, colocar nossas diferenças de lado e nos unir,parar de sentir pena de nós mesmos e assumir o controle de nossas vidas,da nossa segurança e do nosso futuro.Não estamos rachados, apartir de agora vamos fazer do jeito dele, é assim que horraremos o Dale.

Assim que meu pai termina de falar,me aproximo e coloco no túmulo do Dale uma rosa branca.Outros me seguem, depois todos começam a se afastar, mas eu continuo a encarar a Cruz de madeira.
-Você está bem?-Pergunta Daryl parado do meu lado.
-Você está?-devolvo.
-Vou ficar-diz ele.
-Obrigada-digo apertando a mão dele.
-Pelo que?
-Meu pai não ia aguentar dá aquele tiro, você assumiu a liderança.Acabou com a dor dele,e tirou um peso das costas do meu pai-digo me virando para ele-Obrigada.
-Não precisa agradecer,seu pai não precisa carregar o peso do mundo nas costas-Diz ele.
-Nem você -digo.
-Eu tou bem-diz ele.
-Você matou uma pessoa Daryl,eu sei que não está bem.Você fez por misericórdia,mas mesmo assim tirou uma vida.-seguro seu rosto nas minhas mãos -Eu só quero que saiba, que estou aqui se quiser conversar.
Ele afirma com a cabeça e me abraça.
-Eu tenho que ir-diz ele se afastando um tempo depois -Vou atrás da Sofia,tenho que acha-lá.Principalmente agora, que está chegando o frio.
Afirmo com a cabeça e acompanho ele até o acampamento, mesmo num momento triste desses, acabo sorrindo quando ele cola sua mão na minha.

-Eu queria poder ir com você,queria ajudar a achar a Sofia -digo.
-Se você quiser, agente vai de cavalo -Diz ele.
-Não, obrigada.Acho que você já mostrou a todos, que é péssimo montando cavalos.-digo, provocante.
-Foi culpa só do cavalo -Diz ele.
-Acredito em você amor-digo rindo.
Então um arrepio sobe pela minha coluna, quando percebo que chamei ele de amor.
Ele fica em silêncio e eu também,olho para frente e finjo que as pedrinhas do caminho, são mais interessantes que todo o resto.
-Humm eu acho que vou ver como a Bethy está -digo, olhando para a casa da fazenda.
-Humm -resmunga ele,me afasto e vou em direção da casa de Hershel.
Sorrio quando vejo Bethy sentada na varanda.
-Oi-Digo.
-Ola-diz sorrindo.
-Como se senti?-Pergunto.
Marcel tinha me dito, que ela estava bem melhor.Mas queria ter certeza, não queria outro corpo para enterrar.
-Não vou cortar meus pulsos de novo,se é isso que quer saber -Diz ela, parecendo envergonhada.
-Não precisa ter vergonha disso-digo me sentando do seu lado-Sabe Bethy,pode ter certeza que você não é a única que pensou que a morte era o cominho mais fácil.Só nunca esqueça,nunca esqueça que das pessoas do seu redor.
-Eu sei,agora eu vejo as coisas mais claras.Não estou dizendo que virei uma pessoa otimista,mas tenho fé que vamos ficar bem.Pode ser difícil,mas agente vai conseguir.
-Vamos sim -digo sorrindo.
-Mas algo me diz, que não veio até aqui, só para falar comigo.
-Talvez eu tenha só fugido de algo,na verdade eu ando confusa.Não foi só a morte do Dale, é tudo ao redor.
-Você não sabe oque fazer-afirma ela-Tudo bem,como diz meu pai.Se está perdido,deixa que Deus te guie.Se eu tivesse feito isso, não estaria com o pulso enfaixado.E poderia tocar meu violão agora.
-Você toca?
-Sim,piano, violão e violino.Eu adorava cantar ,mas agora parece uma coisa idiota de se fazer.
-Não é, parece idiotice querer manter alguma coisa do velho mundo.Mas não é, agente precisa de coisas normais.Era isso que Dale queria.
-E oque você manteve do velho mundo?
-Eu gosto de desenhar-digo.
-Eu posso ver seus desenhos?-Pergunta ela.
-Só se você cantar uma música -proponho.
-Combinado,daí agente combina uma hora -Diz ela.
-Nat?-olho para frente e vejo minha mãe se aproximando.-Filha,vou ajudar a Maggie com os tomates.Você pode dá uma olhada do Carl?
-Posso-me levanto e me viro para a Bethy -Até depois.
Me afasto da casa com minha mãe do meu lado.
-Como ela está?
-Ela não sabe ainda,mas é uma garota forte.Elq vai ficar bem-digo.
-Oque houve?-Pergunta.
-Nada.
-Você tá estranha.
-Como assim?-Pergunto.
-Eu não sei, é extinto de mãe.Sei que tem algo,e não é só a morte do Dale.Oque houve filha?-Pergunta ela parando de andar.
-Só uma coisa que eu disse para o Daryl.
-E oque foi?-Pergunta.
-Eu chamei ele de amor-digo.
Fecho a cara quando minha mãe começa a rir.
-Não tem graça -faço bico.
-Desculpa filha, mas chamar o namorado de amor, não é nada de mais-diz ela.
-Ai é que tá, agente não tá namorando.Nem sei se ele gosta de mim,ou sei lá.
-Acho que é óbvio que ele gosta de você.Só fala com ele, você tem que falar.
-Mãe,o Daryl não parece o tipo de cara que namora.Ou que gosta de ser chamado de amor,ou sei lá!-Bufo-Na verdade, sou uma egoísta.Não deveria estar pensando nisso,Dale acabou de morrer.Eu só não sei...
-Dale morreu, você não.É triste,ele sempre vai fazer falta.Mas não deixa de correr atrás do seu futuro,a vida é tão curta.Principalmente agora que não temos certeza de nada, que tudo está perigoso.
-Eu sei, só não quero levar um fora.Antes eu que dava o fora,e se eu levasse não me importaria.Tenho medo de falar de mais,e perder ele.Se eu não falar, não vou ficar em paz.Mas se eu falar e ele se afastar, não posso perde-lo mãe.
-Você o ama?
-Eu amo,amo muito mãe-digo,e percebo que foi libertador poder falar isso em voz alta.
-Eu só fale filha.-ela chega mais perto,e segura minhas mãos com as suas-Eu e seu pai,tivemos muitas brigas porque ele nunca falava tudo.Eu nunca sabia oque ele estava sentindo ou pesando.E depois veio o Shane,e eu tive medo.Mas eu falei,falei tudo e estamos bem filha.Então o único conselho que posso te dar é,fale.Não esconda nenhum medo, insegurança ou sentimento.
-Você tem razão, obrigada -digo sorrindo -E como está o bebê?-Pergunto.
-Ele está bem,estou tomando umas vitaminas que Glenn me deu.
-Tô começando a amar aquele coreano-digo.
-Só não fala isso perto do Daryl,ou da Maggie -Diz mamãe rindo.
-Certo, agora eu vou atrás do pestinha do Carl.

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