Capítulo 4

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POV NATASHA ROMANOV GRIMES

-Droga!-Digo quando bato num mosquito que estava me mordendo no braço.
Lágrimas escorriam pelo meu rosto, e tudo oque eu queria agora, era não sentir mas essa saudade sufocante que sinto do meu pai.
Eu não entendia como mamãe parecia tão bem, acho que era um dever ser forte pelos filhos.
Mas eu não conseguia, durante o dia eu esquecia por um momento.Mas a noite quando tudo estava silencioso, eu não aguentava.
Sai da minha barraca em silêncio, e sai sem o Dale que tava de vigia, me ver.
Quando eu tropeço numa pedra, que eu percebo que entrei muito na mata.Olho de um lado para o outro, e tudo me parece igual.
Coloco a mão na minha cintura e percebo que estou sem minha arma.
-Merda- digo
O desespero toma conta de mim.
Eu não podia terminar assim!Morta no meio do mato, um zumbi podia me encontrar e comer meu cérebro!
-Deus, por favor me ajuda- começo a rezar baixinho, enquanto caminho pela mata.
Mas depois de um tempo, minhas pernas já estavam doendo e nada de eu achar o caminho.
Começo a chorar de novo, mas dessa vez não é de saudades, e sim de medo.
Paro de andar e me sento num tronco de árvore.
Não sei quanto tempo passa.Só sei que depois de um tempo, sinto como se tivesse sendo observada, um arrepio toma todo o meu corpo, e antes de eu sair correndo, escuto uma voz rouca.
-Você só pode ser muito burra-Me viro e um alívio toma conta do meu corpo, quando vejo Daryl parado atrás de mim.
-Que bom que você.....PERA! VOCÊ ME CHAMOU DO QUE?!-Berro  indignada, e tudo oque ele faz é levantar a sombrancelha.
-Burra, foi disso que te chamei- diz ele.
-Com que direito?-Pergunto me levantando e chegando perto dele.
-Só uma pessoa completamente burra, entra numa floresta no meio da noite sozinha- diz ele.
-Você faz isso o tempo todo- acuso.
-Mas eu estou armado- diz ele, então reparo que ele tem sua fiel besta nas costas, uma arma no cinto, junto com mas duas facas de caça.
-Eu também- digo, ele me olha de cima abaixo e levanta uma sombrancelha, então me lembro que tinha esquecido minha arma na barraca- Pelo menos eu tava, eu tenho uma arma.-Ele solta uma risada irônica.
-Uma arma de fogo?Isso mas atrapalha que ajuda, essas coisas cheguem o barulho, você disparando uma arma só  iria atrair muitos zumbis.
-Não preciso de uma aula sobre zumbis, senhor- digo com raiva, e aí percebo que é a primeira vez que vejo ele falar tanto, e apesar da grosseria dele, eu tava gostando de escutar a sua voz.
-Você não tem uma faca?-Pergunta me ignorando.
-Não- digo.
Ele suspira e tira uma da sua cintura, e me estende.
-Pega, é sua se quiser.Vai precisar dela.
-Obrigada- digo completamente surpresa, isso eu realmente não esperava.
Quando vou pegar a faca, sem querer, ou querendo muito.Eu acabo encostando minha mão na sua, e quando sinto a sua pele quente, um calor sobe por mim.Vergonhosamente acabo soltando um suspira, me afasto um passo e olho para ele com os olhos arregalados de vergonha.
Mas pelo visto ele não percebeu,e ou não sintil nada.
Ele só tava me olhando com seu olhar frio, mas algo me dizia que tinha muita tristeza por trás do azul gélido.Tinha algo por trás do seu olhar, que fazia eu querer muito saber mais sobre ele, e foi aí que eu pude reparar em todos os detalhes do seu rosto.Eu esperava gravar tudo, para depois colocar no papel.
-Vou te levar de volta- diz antes de se virar e seguir por outro caminho, sigo ele.
Enquanto estávamos voltando,
pude reparar no como ele parecia uma pluma andando.Já eu, eu tava acordando todos os bichos da floresta, tropeçei umas dez vezes, em que exatamente eu não sei.E toda vez que isso acontecia eu ouvia Daryl resmungar algum palavrão.
Daryl Dixon, um homem paviu curto e que tinha uma linda bunda, não tava nem um pouco chateada por ficar atrás.Eu nunca tinha namorado um cara, que tinha uma bundinha.Acho que o motivo era, que eles eram nerds com zero porcento de músculos no corpo, que preferiam um livro a qualquer exercício.Mas eu preferia sair com eles,do que sair com os babacas da escola que se achavam por passar horas na academia, e não ter nenhum cérebro.Já o Daryl era um homem mais velho, que parecia que pegou no pesado a vida toda, seus músculos não eram exagerados, eram perfeitos.E infelizmente eu tenho que admitir, isso era exitante de certa forma.
Acabo mordendo a boca, com esse pensamento.
-Chegamos- diz ele me despertando, olho ao redor e percebo que estava no acampamento e quando eu vou agradecer ele, vejo ele entrando na floresta de novo.
-Oque você tava fazendo com ele na mata?-levo um susto com a voz autoritária atrás de mim, olho e vejo Shane me olhando bravo.
-Eu, sabe.... Tá legal, eu fui burra e me perdi.Dai Daryl me trouxe de volta.-Digo olhando para ele, com minha melhor cara de coitadinha.
A última coisa que eu preciso agora, era um lição zen do Shane.
-Olha Nat, está tarde.Vai dormir, e amanhã eu falo com você.- diz ele.
-Boa noite - digo antes de ir correndo para a minha barraca.
Entro sem fazer barulho, e me deito no meu colchão.Olho para a faca da minha mão, ela tinha um cabo de madeira, e nela tinha um D.D, Daryl Dixon.
Sorrio e coloco ela embaixo do meu travesseiro, de certa forma, ela me trazia uma sensação de segurança.

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*POV DARYL DIXON*

Eu não sei o porquê, mas me vi dando minha faca para aquela mimada,eu sou um idiota.
Eu via ela andando pelo acampamento, com seus vestidos de festa e sandálias coloridas.
Ela tinha até às ulhas pintadas.
Que tipo de pessoa, ussa uns negócios desses no fim do mundo?
Tava na cara, que era uma dessas riquinhas de merda, que só ligava para o próprio rabo.
Duvido que ela tinha algum cérebro, ou que algum dia teria.
Na minha cidade, tinha muitas pessoas parecidas com ela.E todas morreram.
Ela é um tipo de patricinha, que não tava disposta a se sujar.Que não tava disposta a correr riscos por ninguém, talvez nem por si mesma.
Então, porque perdi meu tempo indo atrás dela?
Porque dei uma das minhas melhores facas, para ela?
Talvez eu só seja um maricas, como meu irmão vive dizendo.
Eu senti ela me observando o caminho todo de volta para o acampamento, mas não liguei.E evitei encarar ela, não tava disposto a ver um olhar de desprezo, no seu rosto.
Não sei o motivo disso, não ligava para a opinião dos outros.
Só sei que depois de ter largado ela no acampamento, fui para a floresta.
De lá, contornei o caminho até minha barraca.
Dessa vez eu ia achar aquele veado fuzão.Só espero que Merle não aprontasse, enquanto eu estivesse fora.
Ele era o especialista, em  fazer merda.Ele adorava uma briga, e estava disposto a arranjar uma, naquele acampamento.
Ele andava estressado, queria roubar o grupo, no momento que colocou os olhos neles.Mas eu fui enrolando ele.
O grupo não era lá muito bom, tirando o Glenn e o policial, nenhum deles, parecia saber como agir na frente de um zumbi.
Era maldade de mais, tirar o pouco que eles tem.Eu não sou assim, acho que por isso que meu irmão pega tanto no meu pé.
Mas ele que se foda, não  vou ser um merda como ele.Não sou um bom homem, estava longe de ser.
Mas eu tenho limites, sei me virar sozinho.Só não vazei ainda com o Merle, porque sabia que sem agente caçando, eles passariam fome, o japonês não daria conta de trazer enlatados de Atlanta.
E eles tinham crianças, e ELA tava no grupo.Oque eu não tô nem aí.
Não que eu ligasse para ela.

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