Já passava da hora do almoço quando cheguei em casa, com a cara mais lavada do mundo. Escuto barulho de pessoas conversando na mesa do jardim, ando até lá para ver meus pais, Sophia, Sarah e o agora cunhado Christopher conversando e rindo, enquanto bebiam algo. Bem família margarina feliz.
Ao me avistarem, olham sorrindo, exceto meu pai que faz uma cara de poucos amigos, já era a segunda vez que estava chegando de manhã e isso infligia sua "regra" de que as filhas dele deviam chegar na hora e serem boas meninas, o que constantemente eu vivia quebrando.
- Então, como foi ontem? – Pergunta Sarah com uma animação exagerada.
A olho intrigada, mas resolvo não dar muita importância, precisava começar a empacotar minhas coisas e fugir dos olhares nada amigáveis.
- Foi bom, consegui o caso, Adam estava lá, também – Digo forçando um sorriso para Sarah.
- Mas a reunião durou até agora? – Pergunta meu pai de forma rude e direta, enquanto me olhava analisando todos os meus movimentos, como sempre fazia.
Fico séria e o encaro respirando fundo para não dar uma resposta grosseira afim de evitar outra discussão entre nós dois.
- Após a reunião o Phill me ligou, então saímos pra beber um pouco, ficou tarde e resolvi dormir na casa dele. – Espero não ser pega na mentira, pois não tinha combinado nadinha com o Phill que por sinal me ligou horrores e não atendi.
Sophia me olha arqueando uma sobrancelha como se não acreditasse em mim, sei que é perigoso de certa forma, mas nela confiava mais do que qualquer um ali.
- Enquanto morar em minha casa não se esqueça que existem horários de chegar – Meu pai fala por fim me repreendendo.
Era ridículo ser repreendida como se eu fosse uma criancinha que não sabe se cuidar, tinha tanto medo de arruinar sua reputação construída em cima de uma base de vidro que a qualquer momento poderia vir a ruína, seu passado o condenava.
- Não se preocupe, Sr. Moore. Estarei longe daqui em quatro dias – digo forçando um sorriso que era visível meu descontentamento com seus posicionamentos ridículos, ainda mais que fazia em frente a todos, como de costume. – Se quiser posso sair hoje mesmo.
Ele me encara sério, odiava quando eu o enfrentava, coisa que fazia com muita frequência. Não diz nada, então faço uma reverência forçada com a cabeça e vou rumo ao meu quarto.
Pego meu celular e ligo para o Phill, precisava que ele acobertasse minhas mentiras e se tornasse mais uma vez meu álibi. Coloco minha bolsa e a pasta na cama e vou para meu closet, tinha que começar a empacotar por ali.
Em quatro toques, ele atende.
- Até que fim resolveu me retornar – Diz com ironia e diversão, uma música tocava ao fundo. – Você nem partiu e já sinto sua falta. O que fez ontem à noite que não me atendeu? Me senti rejeitado.
Consigo imaginar seu bico, suspiro aliviada ao poder falar com alguém confortavelmente.
- Preciso que me acoberte e diga que estava com você ontem e que dormi em sua casa. – Fecho os olhos numa tentativa de raciocinar melhor, precisava contar para alguém em quem eu confiava, tinha que ser pra ele e Sophia. – Preciso contar algo sério para você e Sophia, poderia vir para cá?
Escuto a música parar e então o Phill responde, sério:
- Em quinze minutos estarei aí! – E então desliga.
Troco de roupa para uma mais confortável, shorts de algodão e camiseta, como já tinha tomado um belo de um banho antes de vir para casa não via necessidade de tomar outro. Vou até o sótão e pego algumas caixas de papelão, malas e várias caixas de plástico que eu e Sophia tínhamos comprado a alguns dias para empacotarmos tudo.
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Série Tentações: Doce Pecado - LIVRO UM
RomanceQuando Maya Moore encontrou Matthew Cooper pela primeira vez sentiu uma forte atração, deliciosamente perigosa. Ela sabia que era errado e que não deveria dar razão a este sentimento, é assim que garotas boas vão para o inferno. Afinal de contas, Ma...