Tento me concentrar no percurso, mas se tornar em vão quando Ethan começa a assobiar animado no banco do motorista, respiro fundo na tentativa de conseguir reagir, não poderia desistir sem antes tentar, tudo continua escuro, de mão atadas e vendada por um enorme saco, estilo capuz, o que parece ter passado alguns minutos, tiro o capuz desajeitada e olho ao meu redor, o furgão era todo fechado, não tinha como abrir nenhuma janela, pois não tinha nenhuma para o meu desespero, a única parte que vinha alguma luz era de frente, onde o Ethan dirigia, uma divisória de ferro separava a parte traseira do furgão, me rastejo até a porta dianteira e tento empurrá-la com força, mas nada acontece, chuto algumas vezes e nada, começo a ficar sem folego, mas não desisto, até que sinto o carro parar bruscamente.
O frio que percorre na minha espinha é assustador quando percebo que o Ethan desceu e estava dando o contorno. Com a respiração ofegante misturada ao cansaço e medo, observo atentamente a porta dianteira na expectativa.
O que parece ter sido um minuto de medo e pura tensão a porta é aberta e vejo o Ethan agora segurando uma seringa.
— Maya, Maya, Maya, o que está tentando fazer? — Ethan fala me olhando com ódio misturado de satisfação. — Você precisará dormir até que cheguemos em nossa casa.
Ele vem em minha direção com a seringa o que me causa mais aflição, e antes que ele pudesse espetar a seringa em mim, reajo da melhor forma que posso, o chuto descontroladamente no ombro e rosto o fazendo cambalear e cair no chão. Não penso duas vezes e desço do furgão e saio correndo pela rua escura, parecia que estávamos na parte velha de Nova Iorque, em meio a alguns prédios velhos e abandonados, alguns grupos de pessoas o que presumo serem viciados em drogas estavam em volta de uma fogueira acessa em uma enorme lata, eles nos olham sem entender nada, tento gritar, mas minha boca estava tampada com fita, corro em direção a eles e arranco a fita desajeitadamente ainda com as mãos amarradas.
— Por favor, me ajudem! — Grito desesperadamente para eles enquanto corro em sua direção. — Ele está me sequestran...
Escuto um barulho e vejo que é uma bala, bem próxima a mim, ele tinha atirado em minha direção, o que me fez paralisar e olhar para o grupo de pessoas que agora se afastavam da gente sem ao menos tentar me ajudarem, uma menina me olha assustada nos braços de seu namorado, mas não faz nada, ela reprime a boca como se quisesse dizer algo.
Tento dar mais um passo em direção a eles, mas outro tiro passa ao meu lado, o que me faz paralisar. Então sinto o Ethan por trás de mim novamente, e em segundos sinto uma picada no meu ombro direito, ele se aproxima novamente de mim encostando nossos corpos, ele estava excitado, de novo.
— Maya, Maya, Maya...Amo quando você resiste, fará tudo ser mais gostoso. Vamos primeiro para casa resolver nosso problema. — Ethan diz em meu ouvido baixinho enquanto alisa meus cabelos.
Sinto meus olhos ficarem grogues e turvos, e a última visão que vejo é da garota me olhando assustada, e tudo fica escuro.
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Acordo com uma enorme dor de cabeça, me sentindo grogue, e em segundos me dou conta da ultima vez que estava acordada, me sento bruscamente e tento assimilar tudo ao meu redor.
Estava sozinha, deitada em uma cama de casal macia, o quarto não tinha nada além da cama, uma cadeira branca no canto e uma mesinha ao lado, estava no que parecia ser o porão, não tinha janelas, o lugar era todo branco, parecia ter ventilação interna, pois não fazia calor ou frio, a temperatura estava ambiente, tinha apenas duas portas, deduzo que uma dava para o banheiro e outra para a saída. Olho para mim e vejo que ainda vestia a mesma roupa, minhas mãos já não estavam amarradas, tento desesperadamente achar um lugar onde tivesse algo que eu pudesse usar como arma, mas nada. Ando até as portas, a primeira estava fechada, o que presumo ser a que dava para a saída, vou até a outra e ela estava aberta, era um banheiro limpo, organizado e bastante simples, tinha uma pia pequena, espelho, bacia e um choveiro, tudo em tom branco. Dou conta que minha bexiga estava cheia novamente, então fecho a porta que não tinha chave e faço xixi rápido, lavo minhas mãos, dou uma boa olhada no espelho, parecendo terrivelmente assustada, não era a Maya que costumava ver todos os dias, mas era a Maya que iria nos tirar daqui, respiro fundo tomando coragem para o que poderia vir e volto para o quarto, para minha surpresa Ethan estava ali sentado na beira da cama e uma bandeja estava na mesinha, não vou até a cama, acabo me encostando na parede criando o máximo de distância que posso. Ele me olha e sorri como se entendesse meus movimentos, ele tinha trocado de roupa, vestia uma calça jeans e uma camisa preta, de pés descalços ele levanta e vem até mim.
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Série Tentações: Doce Pecado - LIVRO UM
RomansaQuando Maya Moore encontrou Matthew Cooper pela primeira vez sentiu uma forte atração, deliciosamente perigosa. Ela sabia que era errado e que não deveria dar razão a este sentimento, é assim que garotas boas vão para o inferno. Afinal de contas, Ma...