Alexander Cruz tinha saído às pressas. Tinha um compromisso urgente.
Eu nunca cheguei a revelar muita coisa sobre ele, mas ele não é um rico investidor que fica em casa sem camisa, se exibindo para as vizinhas taradas. Ele é um homem de negócios, então tem suas ocupações. E elas não são poucas. O império que o pai deixara para ele precisava ser administrado. Mas seus objetivos pessoais, às vezes, entravam em conflito com seus deveres com a própria empresa. Estava numa viagem de negócios naquele momento, enquanto Becca conhecia sua nova colega de quarto.
Ele seguia rumo a Nova Iorque. O período era de chuvas na estrada, e ele lutava para manter o carro direito na pista escorregadia. Ainda faltavam alguns quilômetros para a pousada mais próxima, segundo seu GPS. Mas, como a maioria das vezes que ele precisava de um pouco de paz, alguma coisa o iria perturbar. Ou alguém.
A chuva era silenciada pelo ruído do ar-condicionado e pelo rock suave que tocava em volume baixo no carro. Alex não tirava os olhos da pista. O celular, conectado por Bluetooth, começou a tocar e ele atende pressionando o botão na tela do painel.
-Alex Cruz falando - disse.
-Temos um problema. Um dos grandes. - disse a voz no celular.
-Michael, isso pode esperar
-Não pode, vai por mim... Isso é importante.
Alex suspirou, impaciente.
-Seja breve.
-Tem alguém aqui na delegacia querendo saber da Rebecca. É um detetive particular acompanhado de uns amigos da garota.
-E? Dispensa eles. O caso já não foi encerrado por você?
-Sim, foi, mas esse não é o problema. O problema é que eles foram atendidos por outro policial que tem ligação com o tal detetive. Ele permitiu a entrada deles e estão atrás do vídeo das câmeras de segurança.
-Bom... Mas isso não tem problema, certo? Já que eu fui bem claro quando mandei você apagar os vídeos. Você apagou, não apagou?
Houve um silêncio. Alex apertava tanto a mão no volante que era capaz de quebrar.
-Sim, eu apaguei. Mas o computador do delegado guarda sempre um backup dos vídeos. E eu não consegui acessar a sala do chefe.
A raiva subiu à mente de Alexander, e por pouco ele não batia o carro em um caminhão lento que lhe empatava o caminho. Ele desviou, ultrapassou perigosamente e seguiu viagem.
-MAS QUE MERDA MICHAEL! Por que não me disse nada? Eu daria um jeito de fazer você entrar!
-Desculpa, mas eu tinha que manter meu disfarce. O que acha que fariam se descobrissem que eu te passo informações e intercepto ligações pra você? Eu seria preso, e você ficaria sem seu contato.
Alexander respirou bem fundo. Por mais que odiasse, seu informante tinha razão. Ele não podia se expor tanto. Mas era extremamente frustrante saber que todo o seu planejamento tinha ido por água abaixo só por causa de um mísero detalhe. Claro que, com a importância e influência que ele tem, não seria difícil conseguir acessar a sala do delegado, mas isso levantaria muitas suspeitas e colocaria a vida de Michael - e a dele próprio - em perigo.
Ainda assim, não poderia permitir que todo seu planejamento se desfizesse simplesmente assim. Ele precisava fazer alguma coisa.
-Tudo bem... Eu... Eu entendo. Mas por favor, qualquer dificuldade futura, me avise! Não se preocupe que eu dou um jeito nisso. Vou fazer algumas ligações e te retorno quando tiver algum resultado.
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Mente Insana, Corpo Insano
Mystery / ThrillerBecca vive uma vida normal em seu trabalho de garçonete em uma lanchonete de Nova Iorque. Solteira, jovem, trabalhando ao lado de sua melhor amiga e recebendo um salário mínimo... Tudo parecia se encaminhar dentro dos conformes, até que em uma bela...