Capítulo 20 - Contagem Regressiva (parte 6 - e última!)

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Dia zero, 00:30...


-Você tinha UMA TAREFA, apenas! - vociferou o possesso Alexander Cruz. Anne se encolheu, se afastando do cadáver de Violet. - E EM NENHUM MOMENTO EU MANDEI VOCÊ MATAR ELA! ME DIGA! POR QUE VOCÊ MATOU ELA?

-Eu... - gaguejou. Não era uma boa hora para falhar na frente de Alexander Cruz. E essa já era a segunda falha.

-Resposta errada - o punho de Alexander voou violento na direção do rosto de Anne, que tombou no chão com o impacto explosivo, segurando o nariz com as duas mãos. Agora era o seu sangue que jorrava.

Poderiam pensar que, para qualquer homem furioso, uns belos tapas já serviriam. Mas não se esqueçam que ele não é um homem qualquer que está furioso. Ah, não. Nesse momento, até mesmo eu tenho dúvidas sobre sua humanidade. Me pergunto se esse Alex é humano.

Você terá suas próprias conclusões.

Mas o fato é que Alexander Cruz não parou. Um chute, seguido de mais outro, seguido de outro ainda mais violento... Golpes seguidos de golpes até que Anne Hillary Rose se tornasse um resquício de ser humano, com seu sangue misturado ao de Violet, enquanto ela se encolhia em posição fetal e se agarrava com todas as forças ao último fio de vida que lhe restava.

Finalmente, ele parou de socar e chutar, quando percebeu uma coisa que já devia ter percebido há muito tempo.

O lugar estava em chamas.

"NOSSA, MENTIRA! ELE É UM GÊNIO! COMO ELE NÃO PERCEBEU ISSO?!" me perguntas, caro leitor atento. Ao que eu respondo... As vozes de sua cabeça falaram mais alto que as labaredas consumindo as paredes de madeira.

Mas não fora isso que despertara sua atenção, mas sim outra coisa. Algo que estava faltando no cenário.

Ou melhor... Alguém.

Em meio a um ódio desumano e uma fúria vermelha que lhe emanava dos olhos, Alexander Cruz gritou, em meio as chamas.

-REBECCA!

***

A porta da cabana já havia sido violentamente arrancada e estava sendo consumida pelas chamas. Alexander Cruz, do lado de fora, procurava com os olhos a figura de Rebecca Myers.

-BECCA! - gritou novamente. - VOLTE E SERÁ MELHOR PARA VOCÊ!

Rebecca poderia estar, a essa altura, alcançando a autoestrada mais próxima e pedindo ajuda para um carro que estaria passando por ali naquele exato momento. Mas ela não se permitiu fazer isso. Não podia, simplesmente, abandonar a ideia de matar Alexander Cruz.

Ela havia aproveitado a confusão dentro da cabana e pego a faca que Anne usara para matar Violet. Observava, de longe, através de uma janela, Alexander sumir na escuridão da floresta. Era aquilo que Becca esperava que fosse acontecer.

Ela estava escondida dentro da casa.

"AH MAS QUE IDIOTA! SAI LOGO DAÍ GAROTA" grita você, leitor atento, para uma tela de celular ou para um livro aberto, na esperança de que Rebecca Myers possa te ouvir e seguir o raciocínio óbvio. Mas claro, nem se ela pudesse ouvir vossa exclamação, ela obedeceria. Tinha um plano, e nada mudaria sua cabeça agora.

O que ela não esperava que fosse acontecer era ver Alexander Cruz voltar, em alta velocidade, na direção da casa. O desespero tomou conta de seu coração quando a porta de entrada se abriu, violenta, logo ao lado dela.

Num susto, Becca se agachou atrás do sofá cinza e sem graça, sem fazer barulho, e por sorte conseguiu evitar ser pega por Alexander, que acabava de entrar. Seu coração palpitava, forte, inquieto, seu rosto ardia ao redor do olho, que ela mal conseguia abrir.

Mente Insana, Corpo InsanoOnde histórias criam vida. Descubra agora