Não sei nadar!

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-Você está muito quieta.

-Hm?

-E distraída.

-Uhum...

-Rory! – Sinto Gilbert me cutucar e finalmente acordo de meus pensamentos.

Trocamos um sorriso e suspiro. Tenho estado um pouco avoada desde a conversa mais cedo com Anne. Olho pelo canto e não sei exatamente o que fazer, ou o que falar, ajeito a bolsa enquanto andávamos para casa.

-Andar muito com Anne não está te fazendo bem, ela está roubando as poucas palavras que você diz para ela poder gastá-las só para si. – comentou o rapaz e o olho feio, mas ele sorri.

Fico irritada ao perceber que ele havia alfinetado Anne porque sabia que finalmente eu lhe daria atenção. Céus! Ele realmente me conhece.

-Desculpa, eu só estou meio... pensativa.

-Posso saber sobre o que? – ele pergunta e se aproxima um pouco.

Isso faz meu coração acelerar um pouco mais e eu gaguejo. Está quente? Porque minhas mãos estão suando?

Dou um passo para o lado e tento respirar.

-Ah, sobre... matemática. Como podemos usar fórmulas para resolver problemas? Que tipo de conta tiveram que fazer até chegar as formulas? – digo rápido.

-Por mais que seja bem curioso mesmo é bem esquisito estar pensando nisso numa linda tarde de sol. – ele riu.

Nos aproximamos perto de minha casa e fico aliviada em poder correr o mais longe possível dele; estava difícil manter minha sanidade.

-Está animada com a ideia do jornal? – ele pergunta.

-Muito! Avonlea precisa aposentar a senhora Lynde, coitada.

Gilbert ri alto e sua risada me encanta, então sorriu por alguns segundos enquanto paramos na entrada do Lote dos Gilmore. O sorriso vai desmanchando e ficamos nos encarando alguns segundos.

-Se ainda estiver preocupada com Billy, eu vou entender, mas realmente não precisa se preocupar com ele. Ou com qualquer um, na verdade. – ele murmura e então começa a mexer na sua bolsa.

Ele tira um pequeno bastão preto que cabia perfeitamente em minha mão.

-O que é isso?

-Você estava certa, não precisa de mim para se proteger. Acho que se sentirá mais segura se andar com isso na bolsa...e eu também.

Viro o pequeno bastão e vejo um fio de metal discreto numa das pontas e um pequeno botão. Eu sabia o que era, mas mesmo assim pressionei. Um barulhinho desconfortável ressoou no ar.

-Onde achou isso?

-Conheci vários caras barra pesada quando eu trabalhava no porto. – ele exibiu um sorrisinho e eu sorri.

-Posso testar em você? – brinco.

-Me lembre de não te irritar a partir de agora.- ele dá um passo para trás me fazendo sorrir.

-Obrigada. – digo com certo custo, olhando-o nos olhos de forma séria.

-Preferiria dar outro tipo de coisa para você, não agradeça. – ele respondeu um pouco frustrado.

Olho de novo a arma de choque e de repente sinto grande vontade de chorar.

-Está tudo bem? – ele perguntou preocupado, se aproximando.

𝐒𝐇𝐄, 𝐠. 𝐛𝐥𝐲𝐭𝐡𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora